terça-feira, 4 de agosto de 2009

NÃO LEIAM!


Existe em mim, um mar de estupidez e poucas, pequenas ilhas de uma brilhante lucidez! Mas bem sei, que já vale muito o simples facto de ter noção disso e me preparar para encarar esse mar com fortes e corajosas braçadelas!
Existe em mim, uma crença estúpida e palerma, talvez até um pouco infundada, mas completamente pateta e inocente de que, o intimismo e a confissão, funcionam como uma espécie de catarse! E para que depois não digam, que eu não avisei, aqui fica o meu claro e gritante aviso, de que esta será provavelmente a Croniquice mais disparatada, que alguma vez publiquei neste espaço! Estando Vexas, devidamente avisadas, aqui segue o rol de disparate:

Disparate 1 – Não sei se também já ouviram dizer, se concordam ou se pura e simplesmente estando a “ouvir” isto pela primeira vez, acham este disparate, completamente sem sentido! Mas, hoje de manhã, quando deixei a minha belíssima filha na Creche, dei por mim a pensar, como será ela daqui a uns anos... se será bonita, alta, magra, gorda, tarreca, se ainda será loira, lindíssima, ou se vai corresponder à velha máxima que reza, que criança bonita em bebé fica um adulto feiito, e criança assim pró patinho feio em bebé vira cisne em passos de mágica! É que quando andava na escola, tinha colegas minhas super giras, fashion e tudo e tudo e tudo... que tinham sido bebés horrendos! Ao passo que eu, modéstia à parte, que fui um bebé digno de capa de revista, virei sapinho, com o passar dos anos! E não, não sou mal amada, não sou insegura, mas pura e simplesmente REALISTA! E não... não estou a escrever isto para me dizerem... “ai Sílvia, mas tu és tão linda, bla, bla, bla...” Não, a sério, poupem-me... se eu fosse tudo isso e uma cereja por cima, andava a fazer capas de revista e não estava aqui atrás deste ecrã a esta hora! Ai de mim... que agora caem-me em cima os puritanistas da beleza e “fum, fum, fum... que a beleza vem do interior e fãm, fãm, fãm... que nem toda a gente que é bonita faz capa de revista...” mas vocês perceberam a ideia! E back to the point... lá vim eu, todo o caminho a pensar em exemplos, que me provassem ou contradissessem esta velha máxima! Cheguei ao escritório, ainda sem conclusões inteligentes! Ah, e tal... depois vem ao de cima a mãezinha que há em mim e consola-se em pensar... o que interessa é que ela seja feliz! Mas que tenho um curiosidade parva em imaginá-la daqui a uns aninhos... ai, lá isso tenho!

Disparate 2 – A relva do vizinho é mais verde do que a minha. As pessoas podem ter milhões de defeitos, ser pura e simplesmente uma nulidade, um zero à esquerda, mas nos currículos até o cisne mais depenado vira juba de leão! E eu, que leio uns currículuzitos, que me passam pelas mãos, hoje perdi-me num misto de “ciúme”, “inveja” do género,” bah, ah, ah, o meu pai é melhor que o teu...” ao ler um currículo de uma menina cheia de bom aspecto na fotografia, que ainda por cima já fez “mergulho, pólo aquático, equitação, alpinismo e sapateado”... mas ó Xica desta minha vida... quem no mundo coloca num currículo uma habilitação como o sapateado!? É que não é possível... Lá se foi a minha patinagem, dança oriental e aeróbica cardiofitenizada em forma de body pump! É que não tenho hipótese... mas o meu Papá talvez! Buh, uh! É completamente parva esta rivalização, bem sei, mas eu avisei, que isto hoje era só disparate! Ah, e poupem-me os... “mal-amada, invejosa, ciumenta, ranhosa”, que sou tudo isso e muito mais... mas em doses homeopáticas! Portanto, “put a sock in it”! QUEM?! Digam lá... quem nunca sentiu essa espécie de comichão na nuca, que o ciúme causa!? Eh pah... mergulho... já viram isto?! Não se faz... se ela vier trabalhar para cá, de que é que vamos falar... “Olá! Então?! Que tal, este fim-de-semana, calças os pés de pato?! Ou levas com uma botija de ar na nuca?” “Ai querida, nenhuma das duas, vou sapatear para o cara***!”. Pronto, lá está... confissão feita, catarse em processo!

E como mesmo num mar de estupidez, não há duas, sem três...

Disparate 3 – Sou só eu, que penso, que as pessoas morenas são mais felizes do que as branquelas?! É que eu possuidora de uma brancura de esmalte pérola, que karmicamente passei em forma de genes para a minha filha, me sinto sempre tremendamente infeliz quando vejo aqueles bronzes perfeitamente uniformes entre o cenoura e o chocolate! Este fim-de-semana, estava eu, feliz e contente a passear pela praia, quando alguém, vendo a brancura mini-me da minha filhota, se sente na liberdade de dizer em alto e bom som, mesmo assim com sotaque micaelense reforçado e tudo... “Ai, tão rekim (riquinha, para quem não fala ilhéu!)! é TÃO BRANCA!” – e uns passos mais à frente... “Ai minha rica filha, que tu ainda precisavas de muitos Verões para te bronzear!” – Ora, desculpem lá... Não... mas desculpem mesmo! Mas vocês vão ser Bronzeadas Pride para a Vossa Terra! É que os comentários só não sobraram para mim, porque eu tenho ar de quem, sabendo já falar, sabia dar resposta! Felizmente, a minha rica filha, que ainda não fala, não se sentiu constrangida... mas se isso algum dia acontecer, juro que lhes ponho um bronzeado mais intenso, localizado ali naquela zona entre a pálpebra e o sobrolho! Desde quando é que o bronze é um posto!? HUM?! E pronto, lá fui eu respondendo, com simpatia, dentro do possível... “ Pois é... sai à mãe... ao menos nota-se que está lavadinha! Né?!” – Olha, toma lá, que o algodão não engana...

E vou parar esta confissão por aqui, que com semelhantes ondas de estupidez, ainda se segue um tsunami, que arrasta para longe os poucos mas bons, três seguidores e meio deste blog e me deixa em mãos com um Síndrome de Arca de Noé, que não pode! No meio da bicharada é que não!