Chegaram hoje dois belíssimos colares, que encomendei à Eduarda da Made in LOve, que me abrilhantaram o look... sim, porque hoje já estou com melhor cara (posso tirar o saco) e porque o próprio tempo nos Açores melhorou! Parou de chover e apesar de depois da chuvada de ontem me ter feito levantar o soalho todo no quarto, nada de mais grave há a denunciar! De resto, amanhã a pequenita tem dose de cavalo de vacinas, olhem para mim já a tremer de medo, e não vou poder ir às aulas, sendo que aquele trabalhinho da Literatura vai ter que ser apresentado por escrito! Encontrei algures ontem, um texto que me lembrei de ter “conhecido” num exame algures ao longo da minha Licenciatura. O texto é de Almada Negreiros e lembrei-me dele por causa dos riscos de “criatividade” na camisola da minha filha...
“Pede-se a uma criança: Desenhe uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis. A criança vai sentar-se no outro canto da sala onde não há mais ninguém. Passado algum tempo o papel está cheio de linhas. Umas numa direcção, outras noutras; umas mais carregadas, outras mais leves; umas mais fáceis, outras mais custosas. A criança quis tanta força em certas linhas que o papel quase não resistiu.
Outras eram tão delicadas que apenas o peso do lápis já era demais.
Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas: Uma flor!
Contudo, a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor, e a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas. Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas, são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor!”
in Antologia de Poesia Portuguesa, Volume II, pg 1616 – Almada Negreiros
E é isto que sinto em relação à literatura... nos “pedaços de papel pintados” de muitos escritores se encontram as linhas da essência da literatura!
Obrigada minha filha, constante fonte da minha inspiração!
“Pede-se a uma criança: Desenhe uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis. A criança vai sentar-se no outro canto da sala onde não há mais ninguém. Passado algum tempo o papel está cheio de linhas. Umas numa direcção, outras noutras; umas mais carregadas, outras mais leves; umas mais fáceis, outras mais custosas. A criança quis tanta força em certas linhas que o papel quase não resistiu.
Outras eram tão delicadas que apenas o peso do lápis já era demais.
Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas: Uma flor!
Contudo, a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor, e a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas. Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas, são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor!”
in Antologia de Poesia Portuguesa, Volume II, pg 1616 – Almada Negreiros
E é isto que sinto em relação à literatura... nos “pedaços de papel pintados” de muitos escritores se encontram as linhas da essência da literatura!
Obrigada minha filha, constante fonte da minha inspiração!
Minha querida, não sei se é da chuva lá fora... da inspiração que é a tua filha! e desconfio também que é desse brilhozinho que trazes nos olhos desde que começaste o mestrado :) Mas cada dia me delicio mais ao ler estes pedaços de "papel" que vais pintando por aqui. Obrigada por nos presenteares com a tua literatura! Beijo
ResponderEliminarSílvia isto só vem provar o que eu digo: Hoje tudo parece dificílimo mas amanhã como que com um clique chega a solução. Solução que chegou pelas mãos de uma criança. Há que ter esperança e acreditar, sempre. Tudo se resolve. Beijinho
ResponderEliminarObrigada pela parte que me toca...
ResponderEliminarParabens pelo texto.. gosto sempre de ler...
Um beijinho enorme
Eduarda
Be in ♥ love