terça-feira, 24 de novembro de 2009


Na ilha de S.Miguel em que o vento é pródigo e abundante, quase me esqueço das minhas associações aos ventos fortes, mas raros, que se faziam sentir na baixa do Porto, que para além de prenúncio de mudança do tempo e indicador de dores nos ossos e maleitas musculares era para mim, acima de tudo um aviso... um aviso de mudança! Um vento forte, daqueles que nos despenteia o cabelo e nos levanta as pontas do casaco, um vento daqueles tão intenso, que ao atravessar a ponte D. Luís a pé, quase não nos deixava sair do sítio, para mim era sempre indicador de que vinha mudança por aí. E por mudança, entenda-se, mudança na minha vida, algo que a Sorte ou o Azar trariam no bico em breve! E assim, passei a detestar o vento, a temer esses vendavais descontrolados e fortes, que escapavam à minha força e vontade. Quase sempre, esse vento trouxe mudança. Nem sempre esse vento trouxe mudança da boa, mas maioritariamente acabou sempre por me tornar melhor! Hoje, aqui na Ilha, está um vento tremendo, com um tempo em tons de cinzento e um manto azul escuro, que teima em não pousar de vez no céu, deixando escapar pequenas infiltrações de luz azul celeste. Mas o vento, o vento, esse é forte e o meu medo cresce com cada lufada que traz.

4 comentários:

  1. Como nós acabamos por fazer as ligações mais esquisitas para conseguirmos diagnosticar o nosso futuro. Sabes que eu consigo pressentir, também, quando vem porcaria pela porta? Como? Quando estou muito bem e de repente começo a ficar ansiosa, aflita, o coração bate descompassadamente, estão a tramar-me alguma nessa altura. Um dia, era uma jovem de uns 20 anitos, fomos, um grupo de uma 5 pessoas à praia, praia da rainha(se não estou enganada) na costa da caparica. Antes compramos o almocito mas, como era cedo ficou no carro. Estávamos na praia e comecei a ficar super aflita, parecia que me ia dar um ataque cardíaco. A aflição era tanta que comentei que não estava bem assim como o que pensava daquelas aflições. O pessoal começou a gozar, era só que faltava eu adivinhar desgraças. Bem aquilo passou e chegou a hora do almoço. Quando chegamos ao carro para ir buscar o almoço o carro tinha sido assaltado e o almoço tinha voado, também, além de outras coisas. Passamos a tarde na polícia. A aflição tinha começado, de certeza, no preciso momento do assalto. A partir daí todos começaram a acreditar naquela estranha forma de adivinhar. Sabes o pior disto? Tu saberes que vai acontecer algo e não saberes o quê para o evitares. É a aflição provocada pelo acontecimento e, depois, a aflição pela incógnita. Agora falando do teu aviso de mudança, não é o vento do porto, depois pode ser uma mudança boa, sorte. Não temas, quem sabe vem aí uma coisa muito, muito boa? Beijinhos Sílvia

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  2. Que te traga coisas boas, muito boas! Tu mereces ;)

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  3. e eu que atravessava essa ponte lindona com uma capa A1 que o vento queria levar para as àguas do rio de ouro... e os autocarros que me empurravam para as guardas...
    mas não tenhas medo desse vento. pensa que estão a varrer o céu e amanhã os raios quentinhos de sol vão direitinhos à tua pele. boa?
    beijocas

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  4. Desde que não venha de Espanha qq vento de mudança é uma "lufada de ar fresco" ;)

    Que tenhas sempre bons ventos na tua vida!

    Beijocas

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