De regresso à ilha, depois das festas e dos excessos, não há nada que me apeteça menos do que ter que me enfiar dentro de um avião durante duas horas e meia, com uma criança de 19 meses, com horas de sono e de alimentação trocadas, e um marido rezingão, que tenta levar a cabo a tarefa de deixar de fumar, resolução do novo ano! Pior ainda, é quando já encaixados cuidadosamente nos nossos lugares, com criança, tralhas e neura, reparamos que um de nós está no lugar errado e que temos que viajar separados! Ora quatro menos dois, dá dois e lá se vai um par de braços com quem partilhar 12 quilos. Sim, porque se o espaço nas cadeiras já é limitado, imaginem-se a viajar, duas horas e meia, sozinhos com a cria no lugar do meio. Eu, já vi filmes de terror com menor potencial aterrorizante. Enfim, a isso juntem-lhe o inchaço típico da época e temos cara de peru recheado a viagem toda! Mas pior do que isto, só mesmo levar com um vizinho da frente que teima em inclinar a cadeira para nosso desespero, como se isso lhe proporcionasse um sono mais tranquilo. Já não me bastava vir a viagem inteira a olhar-lhe para o couro cabeludo casposo, ainda me apercebo que o senhor para lá de espaçoso tem um respirar pesado! Daqueles assim que são causa de divórcio do casal mais feliz. Mas bom, lá me fui aguentando, até porque com a refeição pelo meio, sempre tivemos meia hora garantida com mais 20 centímetros de espaço à nossa disposição. Eu não sei, como há neste mundo quem tenha a destreza de viajar de avião com uma criança desta idade, por mais do que duas horas e meia, sem que sucumba na porta de saída do avião de esgotamento nervoso em último grau. Eu juro, por muito que goste de viajar, não tenho essa costela masoquista em mim. Ou então, tenho uma criança invulgarmente activa... não sei... serei só eu?! Dúvidas maternas aparte, acho que aquilo que faltou ao meu “inclinado” companheiro de viagem da frente foi um pouco de bom senso, misturado com caridade, a quem eu daria o nome de educação cívica, ou civismo! Bem sei, bem sei, que a minha liberdade acaba onde começa a dele, mas a dele poderia ser bem menos espaçosa e bem mais conscienciosa! Mas sobrevivi, e contra todos os traumas, esta história ainda tem moral, a da minha filha, que do alto dos seus 19 meses ao meu tom brincalhão baixinho de: “Dá tautau ao senhor!”, me respondeu em surdina, mas de dedinho no ar: “Não, Não!”. É lindo começar o ano a ver o fruto da nossa educação florescer! Para 2010 faço Votos de melhores Voos!
Chegaram em bem, e isso é que interessa! Tá bem que vais andar assombrada pela presença espaçosa do senhor durante uns dias, mas depois passa.
ResponderEliminarDeve ter sido um espectáculo essa tua viagem. Ainda por cima viagem de fim de férias....isso sim que é doloroso.
Beijos e bom regresso
Mel: Não digas nada mulher... parece que ainda lhe sinto o cheiro... às férias, entenda-se! :)
ResponderEliminarComo diz a Mel o que te fez ver tudo feio, muito feio, foi mesmo o facto de ser a viagem de regresso. De que te lembras da viagem de ida? Nada. Pois estavas com o coração aos pulos para chegares a tua casa que não havia nada que te chateasse. Tu fizeste-me lembrar eu às segundas feiras, as TROMBAS são tão grandes que nem rir consigo, tudo me enerva nesse dia. E acredita que não há meios de me habituar à situação. Sabes de quem é a culpa? Do dever. Beijinhos
ResponderEliminarEu concordo com a Brown... isso é de ser a viagem de REGRESSO. :p
ResponderEliminarAté demorou mais tempo que a da vinda prá qui... aposto! =D
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Que aventura! A pequenina devia ter dado um 'tau-tau' simpatico ao senhor! heheh
ResponderEliminarAdorei (para não variar) este artigo... fez-me pensar "e se tivesse sido comigo"!?
ResponderEliminarBem, talvez o meu filhote me fosse dizer o mesmo, mas a minha resposta seria talvez aldo do género... "espera que o apanhamos lá fora"... estou a brincar!!! (não vá o meu filho ler isto algum dia!!!)
:D
Da proxima tens que socorrer da amiga da Sata para te marcar os lugares convenientes para acomp. de bebe e com marido ao pe.
ResponderEliminarE a Agência também deve faze-lo.
Um Beijo
JM