Puxa, que com tanta coisa na cabeça me ia esquecendo de a deixar aqui, pra vocês!!!
"Não me digas que me amas..."
Não sei bem porquê, mas tenho ideia que o número de vezes em que se diz “eu amo-te” não corresponde exactamente à intensidade ou sinceridade do dito! Confesso aqui e desde já, que desconfio muito, mesmo muito das pessoas que dizem “amo-te” como quem diz “até já”, ou da validade do dito em relação à banalidade de vezes em que o dizem! Dizem “amo-te” como quem diz “adoro-te” ou “gosto muito de ti”, ou “quero-te muito”, o que para mim não é exactamente o mesmo! Actualmente tenho curiosamente cada vez mais dificuldade em dizê-lo. Acho que o digo, numa ou noutra ocasião, em que realmente o sinto e ele me salta dos lábios pelo ar fora, mas a maior parte das vezes… ainda que tendo vontade de o dizer, não o faço!
Talvez tenha um certo pudor em dizer esta expressão. Confesso que o digo só quando todas as outras não bastam! Só quando o silêncio não traduz o sentimento e a verbalização de algo se impõe.
Não gosto de ver nas revistas grandes testemunhos de profissão de amor a algo ou alguém, fico meia desnorteada quando vejo semana após semana alguém a professar o seu amor por esta semana o João, na próxima o Pedro e na anterior o Manuel… fico podre quando sinto que atrás daquele “amo-te” vem um pedido ou pior, um “mas”!
Um “amo-te” não tem “mas”, um “amo-te” não é um “I love you”! Um “amo-te” é calar a boca do outro com ele e fechá-la com um beijo a seguir! Um “I love you” sai assim, como quem nos cala com um sorriso… mais ao menos como um “adoro-te”!
Não. Não acredito mesmo que a frequência de vezes que se diz “amo-te” represente uma maior intensidade do sentimento! Acho, e posso estar errada, mas é esta a impressão que guardo, que quanto mais o digo menos o sinto, porque o digo a torto e a direito e não o guardo para o momento certo. Sim, porque um “amo-te” tem um momento certo! Não pode ser dito antes ou depois de mastigar, por exemplo. Imaginem o cómico da situação de um “amo-te” antes de uma grande trinca num bife, ou então depois… ainda com um resto de carne preso nos dentes e as papilas gustativas todas ao rubro, a salivar de excesso gustativo… não! Não me parece bem!
É claro, cada caso é um caso… cada cabeça, sua sentença, mas da minha experiência vos posso dizer, que das vezes em que mais o senti, não o disse! Umas vezes porque a emoção me embargou a voz, outras porque a voz não foi necessária e o disse com tudo o resto e outras, porque com tanta força me quis negar a dizê-lo que me lembrei sempre de um poema lindíssimo de Almeida Garrett, meu conterrâneo e admirado poeta: “Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma./ E eu n'alma – tenho a calma,/ A calma – do jazigo./ Ai! não te amo, não.// Não te amo, quero-te: o amor é vida./ E a vida – nem sentida/ A trago eu já comigo./ Ai, não te amo, não!/ Ai! não te amo, não; e só te quero/ De um querer bruto e fero/ Que o sangue me devora,/ Não chega ao coração (…)”.
Neste poema, do reforço da negação do sentimento vem a confirmação do mesmo, porque o amor “escreve direito por linhas tortas”.
Em relação à minha desconfiança na intensidade de um “amo-te” em relação às vezes em que o mesmo é dito, encaro-a um bocadinho na linha do “cão que ladra não morde”. E acho que quem não teme o amor não o compreende.
Para mim, o amor é dos sentimentos mais nobres, necessários e admirados, mas também o único que temo! E assim como tenho medo de cobras, tenho medo do amor, porque o veneno deste segundo é bem mais passível de torpe e de dor! Há antídotos para o veneno das cobras… e para o amor?! Alguém conhece antídoto para as “mordidas” de amor?!
Talvez tenha um certo pudor em dizer esta expressão. Confesso que o digo só quando todas as outras não bastam! Só quando o silêncio não traduz o sentimento e a verbalização de algo se impõe.
Não gosto de ver nas revistas grandes testemunhos de profissão de amor a algo ou alguém, fico meia desnorteada quando vejo semana após semana alguém a professar o seu amor por esta semana o João, na próxima o Pedro e na anterior o Manuel… fico podre quando sinto que atrás daquele “amo-te” vem um pedido ou pior, um “mas”!
Um “amo-te” não tem “mas”, um “amo-te” não é um “I love you”! Um “amo-te” é calar a boca do outro com ele e fechá-la com um beijo a seguir! Um “I love you” sai assim, como quem nos cala com um sorriso… mais ao menos como um “adoro-te”!
Não. Não acredito mesmo que a frequência de vezes que se diz “amo-te” represente uma maior intensidade do sentimento! Acho, e posso estar errada, mas é esta a impressão que guardo, que quanto mais o digo menos o sinto, porque o digo a torto e a direito e não o guardo para o momento certo. Sim, porque um “amo-te” tem um momento certo! Não pode ser dito antes ou depois de mastigar, por exemplo. Imaginem o cómico da situação de um “amo-te” antes de uma grande trinca num bife, ou então depois… ainda com um resto de carne preso nos dentes e as papilas gustativas todas ao rubro, a salivar de excesso gustativo… não! Não me parece bem!
É claro, cada caso é um caso… cada cabeça, sua sentença, mas da minha experiência vos posso dizer, que das vezes em que mais o senti, não o disse! Umas vezes porque a emoção me embargou a voz, outras porque a voz não foi necessária e o disse com tudo o resto e outras, porque com tanta força me quis negar a dizê-lo que me lembrei sempre de um poema lindíssimo de Almeida Garrett, meu conterrâneo e admirado poeta: “Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma./ E eu n'alma – tenho a calma,/ A calma – do jazigo./ Ai! não te amo, não.// Não te amo, quero-te: o amor é vida./ E a vida – nem sentida/ A trago eu já comigo./ Ai, não te amo, não!/ Ai! não te amo, não; e só te quero/ De um querer bruto e fero/ Que o sangue me devora,/ Não chega ao coração (…)”.
Neste poema, do reforço da negação do sentimento vem a confirmação do mesmo, porque o amor “escreve direito por linhas tortas”.
Em relação à minha desconfiança na intensidade de um “amo-te” em relação às vezes em que o mesmo é dito, encaro-a um bocadinho na linha do “cão que ladra não morde”. E acho que quem não teme o amor não o compreende.
Para mim, o amor é dos sentimentos mais nobres, necessários e admirados, mas também o único que temo! E assim como tenho medo de cobras, tenho medo do amor, porque o veneno deste segundo é bem mais passível de torpe e de dor! Há antídotos para o veneno das cobras… e para o amor?! Alguém conhece antídoto para as “mordidas” de amor?!
Eu (infelizmente) aprendi a ser desconfiada de tudo e todos... os presentes que a vida me deu... um ex terrivel e uma "melhor amiga" que decidiu ficar com o pai dos meus filhos...e uma vida cheia de mentiras... é dificil viver assim mas... VIVE-SE, ou melhor SOBREVIVE-SE!
ResponderEliminarMas continuo a acreditar no amor... e principalmente em MIM!
beijinhos doces e bom FDS****
Acredito no amor, claro que sim, mas cada vez vejo mais situações que me fazem não "pôr a mão no fogo " por ninguém...bj linda:)
ResponderEliminaroh eu adoro esse poema...
ResponderEliminare eu cá sou mais fã de um simples mas sincero "gosto de ti" em que um olhar diz tudo.
e agora um à parte: hoje ouvi-te!!! iupiiii!
eu acho que tu sabes mais de música e tal que a tua companheira, pareceu-me... BOA SORTE GAJA!
tudo do melhor para ti!
beijos