terça-feira, 5 de janeiro de 2010

No AO a 24.12.09

Eu tenho um telemóvel, daqueles de 3ª geração, daqueles dos quais não faço uso de metade das funções. Eu tenho um computador, aliás, tenho dois. Os dois portáteis, um com grande memória e grande ecrã, para ouvir música e ver filmes e um outro do tamanho do “Magalhães”, que trago sempre na carteira e me serve como processador de texto para horas mais inspiradas. Eu tenho não menos do que 30 pares de sapatos e um incontável número de carteiras e casacos. Eu tenho um carro, de aspecto duro, mas resistente, à prova de choques e arranhões, com leitor de cd’s e fecho central e vidros eléctricos. Tenho uma televisão, aliás, mais que uma, leitor de dvd’s, microondas, frigorífico, tenho pens, máquinas de depilar, enrolar o cabelo, alisamento japonês... Enfim, tenho à minha volta toda uma panóplia de artefactos, que para além de me ajudarem nas tarefas do dia-a-dia, me trazem conforto e uma sensação de bem-estar! No entanto, tenho dias em que tendo tudo isso, mais parece que não tenho nada. Ando insatisfeita, ando rezingona, ando descontente, preocupada. Tenho a sensação de que me falta alguma coisa, que podia ter mais do que aquilo que tenho. Trago constantemente na memória aquelas botas, que ainda não tenho, aquele carro, que é mais bonito que o meu, aquela escova de “alisamento perfeito” ou aquele verniz entre o rosa e o roxo, com tom pastel e sem brilho. O Homem é por essência um ser insatisfeito, em todas as áreas da sua vida e não apenas nos bens materiais que possui e dos quais dispõe. Se ainda não temos namorado, queremos um, se ainda não temos marido, queremos um, se ainda não temos filhos, queremos um ou dois, se ainda não temos emprego, vamos à luta. Porque no fundo são todos estes desejos que nos fazem mexer e lutar e sair da cama todas as manhãs. Mas, frequentemente, só nos lembramos do bem que de mais precioso temos, quando este nos falta... a Saúde! E então, quando essa nos falta, nessa altura já não queremos mais nada! Podemos ter o carro mais rápido, mais bonito, o amante mais voraz, os filhos mais lindos... que a única coisa que queríamos ter... era mesmo a nossa saúde de volta! Por isso, é imperativo que para além de tudo o que se queira neste Natal, acima de tudo se queira saúde... e “da boa”, como dizem as gentes do Norte! Faço públicos os meus votos de saúde para todos... e depois, que se lhes juntem, o amor, a paz e algum dinheiro, porque não?! Afinal de contas: “O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.”.




Título: O meu Sonho de Natal

Croniquices da Mulher a 1000/h, por Sílvia Martins

4 comentários:

  1. que saudades que eu tinhaaaaaaaaaaaaaaaaa
    haja saúde! sem dúvida!

    e em época de saldos? não é que ia mesmo jurar que tenho o armário vazio!;)
    beijos!

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  2. Olá Sílvia, Olá. Já estás muito espevitada, para quem veio de férias, 3 posts? Olha eu ainda ando em câmara lenta, o meu sonho não era estar aqui, percebes? Pois mas a MALDITA da obrigação... Enfim...Haja saúde para todos, é o que realmente nos deixa sonhar, sem saúde não há sonho, não há botas que nos ponham de pé.
    Beijinhos

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  3. Art: Bem hajas pá! SALDOS?! Quem falou em saldos... Este mês não me posso perder... AIiii...

    Brown Eyes: O Espevitanço é fogo de vista, estou a tentar manter-me acordada! LOL - MUITA SAÚDE E SONHO PARA TI este ano e nos demais! ;)

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  4. O amante mais voraz?!? =D
    Eh láááááááá!!

    Eu também já cheguei aquela fase da vida em que termino 40% das frases com um "enfim, haja saúde". :p

    Sinais dos tempos... e do medo que a saúde me falhe, porque o resto, uma pessoa vai-se desenrascando, agora a saúde... ui ui.

    bj*

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