Estas coisas de se ir cronicando publicamente tem efeitos que as minhas croniquices me evitavam, quando se limitavam apenas ao papel do meu bloco de notas ou às notas no meu bloquinho de papel… Tenho recebido comentários dos meus tão queridos e mais fiéis amigos, que talvez obrigados pela amizade, que nos une têm lido vigorosamente as minhas croniquices e historinhas e sido bastante encorajadores e positivos.
Mas da boca dos amigos as verdades são mais meigas! E a originalidade sinuosa do comentário, não postado, mas comentado em conversa electrónica com uma amiga, veio da boca de alguém, que não me conhecendo, me alimenta agora mais uma croniquice, não pretensiosa, nem explicativa, até porque as crónicas são a minha liberdade de expressão e como referi no meu texto de introdução apenas nascem da minha busca por uma “distracção prazeirosa” que me alimente o pensamento, libertando-o.
Assim sendo, ao ouvir os meus textos lidos”critiquironicamente” à luz da Literatura de Paulo Coelho, do afamado livro “O Segredo” ou de livros de “auto-ajuda”, não pude deixar de rir… queria eu ter a mestria de ver as minhas pobres palavras nas prateleiras dos livros mais bem colocados nas mais bem “colocadas” livrarias, recebendo os lucro devidos aos devidos “best-sellers” e ajudando pobres almas, usando as minhas palavras como lenitivo para dores da alma e da psique! Mas realmente devo confessar que não farão assim tanto parte do meu mundo de referências literárias...
Não sendo fã de Paulo Coelho, confesso não ter passado ao lado da leitura de algumas das suas “obras”, o que já não posso dizer em relação aos textos de “auto-ajuda”, ao lado dos quais nunca passei, a não ser em corredores dos locais onde habitam comummente os livros! Não tenho “Segredo” para as minhas crónicas… ou talvez o único segredo esteja algures entre o meu pequeno cérebro e as, ainda mais pequenas, pontas dos meus dedos.
Ao longo do meu percurso académico, tive a oportunidade de ler muitos textos e ouvir falar acerca de muitos conceitos literários, mas aquilo de que nunca mais me esqueci é de que um texto, qualquer texto tem sempre um intra-texto e um inter-texto, explicando em palavras de 5 euros, há sempre relações do texto com o próprio texto (intra-texto) e relações do texto com outros textos (inter-texto). Essas relações, são relações de sentido, mundos de referência, marcas pessoais entre outras coisas. Cada texto, parece-me a mim, tem a sua originalidade, seja em pensamento, filosofia, marca ou estilo, mas também me parece pretensiosismo e até mesmo preciosismo a mais, viver na ilusão que cada texto é incomparável e assim sendo, o que para uns pode soar a “Paulo Coelhismo”, para outros poderá, quem sabe, soar a “Tony Carreirismo”! Falem mal ou falem bem, o que interessa é que leiam… é saudável, profícuo e libertador! Reacções e Comentários são bem-vindos, por favor! Caso contrário não teria decidido tornar públicas as minhas palavras, mas por favor, poupem-me das análises literárias, críticas ou analíticas, que tantos anos me ocuparam já, dando-me notas nem sempre famosas e alguns cabelos brancos!
Se alguma coisa, quiserem ler nas entrelinhas destas minhas frases, então leiam a filosofia Agostiniana, que diz:
“Do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos, se eles foram meus, não são seus. Se o criador o tivesse querido juntar muito a mim não teríamos talvez dois corpos distintos ou duas cabeças também distintas. Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição, venha a pensar o mesmo que eu; mas, nessa altura. já o pensamento lhe pertence. São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.” in Agostinho da Silva, in 'Cartas a um Jovem Filósofo'
"Não me preocupa no que penso nem a originalidade nem a coerência. Quanto à primeira, tudo aquilo com que concordo passa a ser meu — ou já meu era e ainda se me não tinha revelado. A minha originalidade está só, porventura, na digestão que faço. Pelo que respeita à coerência, bem me rala; o que penso ou escrevo hoje é do eu de hoje; o de amanhã é livre de, a partir de hoje, ter sua trajectória própria e sua meta particular. Mas, se quiserem pôr-me assinatura que notário reconheça, dirão que tenho a coerência do incoerente e a originalidade de não me importar nada com isso."
ResponderEliminarProf. Agostinho da Silva
CONTINUA A ESCREVER QUE EU VOU CONTINUAR A LER..