sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
É OFICIAL...
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Prendinhas de Natal...
O CONTO DO NATAL, por Sílvia Martins
Não foi só por uma vez, mas foi por mais de duas e muitas mais vezes do que três, que o Natal se portou muito mal. O Natal era um menino, com outro menino qualquer, que bem podia ter sido chamado de João, José, Bernardo ou Vishal, era igual, mas que por ter nascido no dia 25 de Dezembro recebeu o nome da época, tal e qual: Natal.
O Natal tinha cabelinhos loiros, encaracolados, bochechas rosadas e um aspecto muito angelical. Talvez por isso fosse tão difícil acreditar, que onde quer que ele fosse, agisse como um vendaval. Falava muito alto, berrava de modo descomunal, cantarolava nas aulas e assobiava como se estivesse num musical. Fazia birras na rua, não gostava de banhos, nem do carnaval, não comia a sopa e só queria chocolate, numa quantidade abismal! Não gostava disto, daquilo, daquele, do outro… que coisa! O Natal era mesmo pouco cordial.
O Natal não tinha muitos amigos, mas tinha muitos brinquedos… o que visto assim, para qualquer menino normal, seria uma coisa muito triste... afinal, para que servem os brinquedos, quando não se tem ninguém com quem brincar?! Mas para o Natal, isso parecia não ter nenhum mal. Não lhe fazia diferença e era-lhe tudo igual. “Mal, mal, mal… está muito mal, menino Natal!”. A sua mãe, de olhar maternal, esperava que um dia o seu filho mudasse, antes que fosse tarde, antes que todos se recusassem a brincar com ele… antes que a solidão fosse enfim, o seu final.
“Quero um carro do Noddy, e uma pista do Cars, e a plasticina do Ruca e o dinossauro também, quero um jogo dos Gormitis e um Ferrari vermelho, quero uma bicicleta do homem aranha e um carro a motor… eu quero, eu quero, eu quero!”… “Ah… e um barco e um avião também.” – dizia ele à sua mãe! Mas a mãe estava farta, de tanto pedido e de ele não ser nada querido. “Tens que mudar, parar de berrar, não te quero a chorar, a saltar, nem a ralhar… tens que aprender a brincar… com menos brinquedos… ah, e já agora, uma vez que o Pai Natal está a chegar… bem que lhe podias prometer, que ias aprender a dar!”. Dar. Dar, dar, dar… mas dar o quê?! A mãe estava choné… só podia… e não… não ia tomar banho, nem lavar a cara, nem a mão, nem o pé! “Olha, sabes que mais, eu gosto muito do cheiro a chulé!”. Mal, mal, mal… isso está muito mal, menino Natal!
O Natal não mudou… assim continuou até ao dia 24 de Dezembro, dia em que o Pai Natal ia lá a casa. Mas o Natal não lhe deixou bolachinhas, nem leite, nem nada… e colocou pregos na lareira, e esqueceu-se de lhe deixar a meia… então, nessa noite, depois de o deitar, a mãe foi para a sala a chorar… quando o Pai Natal lá chegou, e com ela se deparou, perguntou-lhe o que se passou e ela lhe contou!
O Pai Natal decidiu então… não lhe deixar prendas… NÃO… nessa noite… o Pai Natal deu-lhe um sonho! Sim, um sonho. Enquanto o Natal dormia, na sua cama revolta, o Pai Natal tocou-lhe na testa e levou-o a dar uma “volta”.
O Natal começou então a sonhar, que tinha acabado de acordar. Berrou pela mãe e ninguém respondeu. Berrou pelo pai e ninguém lhe valeu. Levantou-se aos pontapés e não viu ninguém a lés! Talvez estivessem na sala… correu à velocidade de uma bala. Mas não viu ninguém. Não estavam em casa. Por onde andariam?! De repente sentiu fome… e correu para o armário, mas não havia chocolates, nem sequer as tostas do seu avô Mário. Talvez no frigorífico houvesse algum leite… mas a única coisa que lá estava era uma sopinha de grelos com uma pinga de azeite. “Yack”, pensou, “nem por sombras”… “se calhar os meus pais foram mas é às compras”! Decidiu sentar-se no sofá, em frente à televisão… mas não dava nada a não ser uma imagem negra com um grande barulhão.
O Natal começou a ficar com medo… é que já não era nada cedo! Talvez os seus pais se tivessem fartado… quem sabe se teriam ido embora, para nunca mais voltar?! Não podia ser… ele não queria acreditar! Se ele pudesse, teria feito tudo diferente, só para poder voltar a ter ali gente. A fome era tão grande, que se levantou e comeu a sopa toda, pingo a pingo… até lambeu a colher… e foi nesse instante, que o Natal acordou!
Afinal tinha sido tudo um sonho. Um sonho mau. Um pesadelo… ou talvez não… talvez aquele sonho tivesse sido para ele, a sua grande lição! Chamou pela mãe, sem berrar, deu-lhe um beijo. Agarrou-se a ela e pediu-lhe desculpas, por tudo o que tinha feito de mal até aí. Procurou o pai e disse-lhe que não queria prendas… naquele Natal, o que ele queria mesmo… era um dia especial! A partir desse dia, o Natal mudou, aprendeu a dar, partilhar e a ajudar! Nunca mais fez birras (só em situações excepcionais) e viveu com os pais, muitos e felizes Natais!
Pozinhos de perlimpimpim… esta história só chega ao fim… quando também tu fizeres assim!
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Natalices - amanhã no AO
No Natal as pessoas dão… sempre… qualquer coisinha, umas meias (ou peúgos), umas cuecas, uns pijamas, uns perfumes ou qualquer coisa que o valha. Há os tios que dão sempre o mesmo, os tios que dão as coisas fixes e os pais, que dependendo das notas, nos iam dando o que lhe pedíamos! A partir do momento em que temos filhos, os pijamas e os peúgos passam a ser entregues directamente aos nossos rebentos (as coisas fixes também) e nós recebemos, com alguma sorte uns ferrero roché e com menos uns bombons de licor que nos desarranjam o ventre por completo!
Natal é dia de rabanadas e de crianças com dedos a colar… na melhor das hipóteses trazem também uns fios de aletria colados na cara e uns pós de canela espalhados na roupa! O bacalhau na mesa aquece a alma dos convivas e os que não gostam… levam com peru, que faz bem melhor à carteira! O primo ralha com a tia, a tia ralha com a avó… depois há sempre aquele que se entusiasma e rega demais o fígado, aquele que adormece no sofá e as que ficam na cozinha! Se tudo correr bem, só uma criança é que vai para a cama com o “corpo quente”, se tudo correr como previsto, vão todas! Depois, os pais aconchegam-lhes a roupa na cama e os ralhetes e lágrimas são “atirados” para debaixo do travesseiro. No Natal, há muito quem tire férias, mas mesmo que não as tirem, os dias passados em casa sabem bem a elas!
Um Natal sem discussões, sem quezílias típicas do seio familiar, não é Natal. Um Natal sem rabanadas também não. O Natal cheira a canela e a frio e a grelos e a primo desleixado que se esqueceu de trocar de meias!
Eu tive a sorte de ter sempre Natais assim, com família e comida… e mesmo com todos os arreveses, discórdia, barulho, calorias em excesso e crianças movidas a açúcar e prendas e mimos a mais, acho que todos deviam ter direito a um Natal assim! Que a magia dos Natal vos entre porta adentro a mil à hora e a paz fique para o resto do ano! Que todos os vossos sonhos se tornem realidade… mesmo aqueles que não vos couberem no sapatinho! Oh, oh, oh… Natal, eu aqui vou!!!
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Brinde ao optimismo na nação dos cépticos - Hoje no AO
O cepticismo e descrença em relação ao estado das coisas é tanto e de tal forma, que se questiona tudo e todos! Dificilmente acreditamos em alguém e o espírito que mais vigora no dar é a velha máxima de que quando a esmola é demais, o pobre desconfia. Não querendo com isto implicar que todos os portugueses são pobres, mas antes que alguns pobres são portugueses.
O “tuga” chegou ao cúmulo de que se encontrasse uma lâmpada mágica, igual à do Aladino e de lá saísse um génio, que lhe oferecesse três desejos, a primeira reacção seria perguntar pelo lugar onde estava escondida a câmara dos ‘Apanhados’ e a segunda era se tinha que declarar ao estado os desejos e, por fim, a taxa de juro que o génio lhe ia cobrar! Enfim, estamos assim em pior estado do que os velhos do Restelo, num estranha-se depois entranha-se da crise de proporções paquidérmicas que se instalou entre nós. Duvidamos do governo, dos governantes, dos governandos e dos desgovernados, de Deus, do Papa, dos padres, do país, da Europa, do capitalismo… chegamos até à vertiginosa loucura de duvidar da própria Democracia. Está instaurada a crise de valores que ameaçava, que incubava em nós desde os princípios da busca da nossa identidade enquanto ser social! Nunca o velho dogma do “Quem somos? Onde estamos?! E para onde vamos?!” foi tão pertinente e esteve simultaneamente tão em aberto como nos dias de hoje!
Os telejornais dizem ou fazem aparecer as palavras “crise”, “austeridade”, “desemprego” ou “fome” a cada meio minuto… os psicólogos e psiquiatras esfregam as mãos de contentinhos, com as depressões que se avizinham, convenientemente amparadas pela época natalícia, época da reunião de família… de dar… e receber!
Mas o que todos parecem esquecer-se é que ainda há muito que é de borla nesta vida… verdadeiros anti-depressivos bem à medida de qualquer carteira, por mais mofenta e vazia que esteja… beijar, andar descalço, sentir frio e depois calor, correr e sentir o coração a pulsar dentro de nós, rir, gargalhar, partilhar, ouvir alguém, sentir o seu amor, afagar o pêlo de um animal, senti-lo arfar, ver crianças a brincar e saber… saber que por mais crises, por mais desemprego, por mais austeros que sejam estes e outros orçamentos vindouros… há coisas que só dependem de nós, como encarar a adversidade com espírito de desafio e as dificuldades como “pedras no caminho”! Porque a necessidade aguça o engenho e arregaçar as mangas e ir à luta é menos lastimável do que chorar sobre o leite derramado! E sabem que mais?! Mesmo não sabendo o que o amanhã trará, estou fartinha de sentir pena de nós todos! Por isso, hoje, enquanto o amanhã não chega, aproveitem para ler um bom livro, ouvir a música que gostam, escrever as vossas mágoas, cantar a plenos pulmões, abraçar muito, rir mais ainda e se puderem ajudar alguém, ajudem, mas não por causa da crise que veio ontem ou a que virá amanhã… mas por causa das pessoas que estarão hoje a ajudar!
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
O meu pequeno ídolo!
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Natal, prendas e lendas - Amanhã no AO
Sim, lá em casa, para além de sermos fãs de histórias de encantar, gostamos de aproveitar enquanto podemos para a alimentar de mundos de fadas dos dentes e duendes dos sonhos bons e gordinhos que dão prendas… e tudo e tudo e tudo! Aposto que é bem mais fácil puxar pelo imaginário e contar-lhes estas coisas que a fazem sorrir, do que ensinar-lhe as verdades que a esperam, algumas que teremos que lhe esclarecer… e as outras, as que ela terá que aprender! Assim, o Pai Natal passará lá por casa enquanto ela quiser acreditar, de mãos dadas com o Menino Jesus, no dia de São Nicolau, no dia de Natal, no dia de Reis… e quando um “Homem quiser”! A única coisa que esperamos em troca, é um sorriso de satisfação e um mínimo de histerismo q.b., para abrilhantar a quadra, gravar num vídeo e mais tarde recordar, estas e outras magias da nossa velha infância!
Mas não… hoje em dia, as crianças já não recebem só prendas no Natal ou nos aniversários, como nós, em tempos, e por isso… a coisa estranha-se e depois entranha-se! Logo, no máximo dos máximos recebemos um “Yes”, bem à moda import-export de tradições e temos que nos contentar em fazer um filmezito com um “desembrulhanço” apressado!
Longe vão os tempos em que eu tremia e gaguejava, quase chorando de júbilo, quando me deparava com aquele boneco pindérico na minha botinha, com que eu tinha sonhado, noite após noite, durante um ano inteiro! O que me leva a pensar, que talvez o nosso horizonte de expectativas não se coadune com as latitudes e longitudes das nossas atitudes. Por isso, este Natal, apliquei ‘austeridade’, para com menos (prendas) receber mais… entusiasmo, brilhozinho nos olhos e “magia” de Natal. É um PEC estival familiar… “Prendas Estrategicamente Compradas”, com um OE (Orçamento Emocional) bem estudado. Se resultar, conto-vos o segredo para o ano, prometo!
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
"Tanta roupa e..."
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
“Desfilhados” por uma noite… - no AO
Para muitos, a importância do tempo de exclusividade para o casal é sobrevalorizado, porque é suplantado pelo valor que tem vermos juntos os nosso filhos crescer, dedicando-lhes especial atenção e carinho e fazendo com eles programas de qualidade em família. Mas quando nos apercebemos que passamos mais de ano e meio sem ir ao cinema, que a única vez que demos as mãos em público foi para atravessar a rua ou saltar algum obstáculo, quando nos damos conta que os últimos concertos a que assistimos dão pelo nome de Ti-Tó-Tis ou Ruca… então… a coisa está grave! É que o que está em causa aqui não são os programas culturais em questão, mas um mundo de referências que o casal costumava ter a dois, como aquele velho filme, aquela música que era só dos dois, aquele concerto emocionante a que assistiram de caras coladas, aquele espectáculo em que ele se deslumbrou com o olhar dela sobre o palco… enfim, aqueles momentos a dois, que fazem daquele casal, um casal único, cúmplice e um verdadeiro casal! Já não estamos na esfera da família, mas refiro-me à importância que tem o bem-estar do casal, para conseguir manter a felicidade e união da família.
Foi nesta sequência de ideias, que aproveitando a boa vontade e compreensão de um casal amigo com uma filha da mesma idade que a nossa, decidimos aproveitar um serão para ir ao cinema e jantar a dois! Como seria de esperar… começámos logo mal, porque a mais pequena decidiu dormir uma sesta para lá da sua hora habitual e foi um corre-corre para chegar a horas ao cinema. Depois, não sabíamos onde ir jantar… porque estando a dois queríamos um espaço mais intimista, mais modernaço! Depois de muita indecisão lá nos decidimos por um (recomendado por um casal solteiro). Mas, esquecemo-nos de um pequeno pormenor… reservar lugar. Logo, não tivemos sorte. Optámos por outro, onde já não íamos há algum tempo… menos fashion, mas mais “comestível”. Encontrámos uma sala cheia de caras conhecidas, que nos interpelaram com questões de trabalho, ignorando o nosso “esquivanço” educado. Jantámos, conversámos, vimos o Porto empatar com o Sporting… mas quando o jantar acabou demos por nós com uma falta louca do “apêndice”… assim, a caminho do bar, onde esperávamos ouvir algum jazz, só falámos dela. Ligámos para saber se estava bem… estava óptima! Entrámos no bar, não havia jazz, pedimos uma aguardente velha e um café… que bebemos à pressa porque… a verdade… é que nos sentíamos uns peixinhos fora de água! Rimo-nos de soslaio ao ouvir um comentário da mesa ao lado de que “as relações são complicadas” e de que “comprar carro é um investimento, mas casa é uma estupidez”… e percebemos que estava na hora de ir para a nossa!
Qual Cinderela, antes da meia-noite batemos em retirada e só descansámos quando deitamos corpo na cama. Afinal, essa coisa do tempo de exclusividade até que tinha sido bom… tínhamos rido muito, da nossa trenguice de casal “desfilhado”, das peripécias da noite… mas agora era bom estar no ninho… com a mais pequena por perto e a consciência que a vida com filhos nunca mais é a mesma, mas na maior parte das vezes… a mudança, é para melhor! Mudam-se as prioridades, mudam-se as vontades, n’est-ce pas!?