terça-feira, 5 de maio de 2009

Mãe:


“Mãe há só uma!”

Engraçado como ao ouvir esta expressão, não consigo deixar de me lembrar da anedota, contada entre gargalhadas de amigas num tempo de escola, que cada vez parece mais passado e menos meu! Para quem não conhece, reza a dita anedota em traços largos, (até porque isto de contar anedotas não é MESMO o meu forte…), que tendo sido solicitado a todos os meninos da turma, que escrevessem uma “historieta” para o Dia da Mãe, incluindo a frase “Mãe há só uma!”, o Zezinho escreveu a seguinte pérola: “A minha mãe pediu para ir buscar uma cerveja para ela e outra para o meu pai. Eu abri o frigorífico e gritei: Mãe, há só uma!”.

Para além da gargalhada óbvia, que faz saltar imediatamente como pipocas em mim, esta anedota esconde uma grande verdade, que a maior parte das vezes, quando dizemos esta frase, a utilizamos em contextos, semelhantes ao da historieta, e raramente o dizemos à nossa mãe, directamente. Por mim falo, que me lembro raras vezes de lhe ter dito o quão única a acho, o quão a prezo cada vez mais a cada dia que passa e que mãe, só há uma! Como ela não tive mais nenhuma!

Muitas vezes, no entanto, lhe gritei a alto e bom som, por vezes até enfurecida… “Mãe, há só uma!” … “Coca-Cola”, “camisa passada a ferro”, “chiclete na tua carteira”, “ bolacha no pacote”, como se a responsabilidade de todo e qualquer contra-tempo, que pudesse surgir no meu dia, fosse da sua total e completa responsabilidade. Ela, por seu lado, paciente e sem revoltas, me indicava outro armário, gaveta, pacote ou se disponibilizava para passar mais uma camisa ou comprar mais umas chicletes… realmente “mãe há só uma!”

Agora que sou mãe, guardo em mim uma secreta esperança que da boca da minha filha “Mãe há só uma!”, se refira sempre a mim, sem vírgulas nem contextos domésticos, seguido de um abraço forte e um beijo repenicado, daqueles que só as mães sabem dar! Sei agora, que secretamente, talvez também a minha mãe continue ainda a alimentar essa esperança… e tanto me rebelava eu contra o tipo de beijos das mães! Contra isso e contra as lambidelas em jeito de limpa a cara ao gatinho… que agora insisto em fazer à minha filha!
Isto realmente “mãe há só uma”, que nos servindo de exemplo, somos nós e as nossas mães! Uma única, “farinha do mesmo saco”!

No passado Domingo, o meu marido presenteou-me com uma bela pulseira de pendentes em jeito de prémio de mérito por sucessos na minha carreira de mãe, ao longo de um ano de vida… a minha filha, por seu lado, presenteou-me com a sua primeira palavra: “Papá”!
Rejubilei de contente… “mãe há só uma!”.

E como o Dia da Mãe é como o Natal, "quando uma mulher quer", hoje, aqui deixo o meu “Mãe há só uma!" – Obrigada pelo amor incondicional, perpétuo e pelo dom da vida!
Mãe, há só uma... palavra para ti, desculpa ser tão tardia… "AMO-TE"!