quinta-feira, 15 de outubro de 2009

15ª Croniquice - 15.10.09 - Casamento a 1000/h - AO


"Estou a pouco mais de um mês de mais um aniversário de casamento! No dia em que nos casámos, o padre, aborrecido pelo meu atraso, de resto, como dita o protocolo, encurtou a minha cerimónia religiosa nesse mesmo espaço de tempo, poupando os presentes esfomeados do frio da igreja gelada, mas privando-os também de meia hora de sermão e de cânticos religiosos de celebração, carinhosamente providenciados em forma de surpresa pela minha querida e estimada sogra como presente para mim, como se não bastasse já a oferta do maravilhoso filho, que acabava de me entregar! Ainda assim, foi uma cerimónia bonita. Não pela imensa personalização da dita, nem pelo carinho ou atenção dedicada aos nubentes pelo Exmo. Sr. Padre, mas porque estava rodeada de emoções... As minhas e as do meu marido, obviamente, que nos levaram naquele dia, perante aquele altar para ver afirmadas as nossas intenções e convicções perante uma instância, por nós muito respeitada, e as de toda a família e amigos, que reunidos ali naquele dia, presenciaram a união simbólica do nosso amor, com desejos de felicidade e futuro! Escusado será dizer, portanto, que muita gente se incomodou com a petulância do Senhor Padre, que por ter compromissos prévios para o almoço, agenda paroquial preenchida, abençoado seja, saiu de lá a correr no seu carrinho topo de gama vermelho verniz. Nós, nubentes, coro e convidados ainda permanecemos na igreja durante um belo espaço de tempo, agradecendo a todos e recebendo bênçãos, não religiosas, mas igualmente poderosas! De resto, devo acrescentar, que casei grávida! Coisa que o Sr. Padre não chegou a saber, porque a minha tímida barriguinha de três meses, não se denunciando, não ficou confessa perante Sua Excelência. Sim, também não me confessei, porque a minha filha sendo um acto de amor não foi pecado! Foi desejada e muito! E fez todo o mais sentido para nós, quando consentimos perante as palavras de promessa de conversão dos nossos filhos, de baptismo e de profissão da fé religiosa na nossa vida em família! Não foi o Sexo antes do casamento, pecadíssimo, que nos fez amarmo-nos menos, nem respeitarmo-nos menos. Recentemente assisti, já aqui na ilha, a um casamento magnífico de dois bons amigos, que foi também simultaneamente baptizado da filha deles. Cerimónia tranquila, celebrada com alegria e sem preconceitos por parte das entidades religiosas. O que me fez perceber que nem toda a igreja anda a pregar de igual modo aos peixinhos! De facto, e se uma grande cisão tem havido entre a fé das pessoas e a sua profissão da mesma em muito se deve aos modos e métodos dos “gerentes” das igrejas e Paróquias, onde ainda há muito quem se recuse a ver que o Século XXI está aí! E neste Século, as gentes são “diferentes”, o que não faz delas menos necessitadas de orientação ou Fé!"