terça-feira, 17 de novembro de 2009

Manifesto Anti Preto e Branco


Mas porque raio teremos nós toda uma palete de cores à nossa disposição, todas as primárias e secundárias e degrades e tons e acobreados, e quando nos pedem para fazer uma distinção, só nos lembramos do Preto e do Branco. Pois, eu que sou do contra, não estou aqui para escrever nem sobre o preto, nem sobre o branco. Estou farta de que o arco-íris seja reduzido a duas cores, que nem sequer parte dele fazem e recuso-me a aceitar que na minha vida tudo tenha que ser preto no branco, ou branco limpo, ou contrastivo como um código de barras! Este blog é blog de cor, blog de ritmo, de ups e downs, alegrias e tristezas, desaforos e desbaratos e vive de mim. E aqui não vivem nem o preto, nem o branco... há sépia, há acinzentados... mas aqui para nós o azul e o amarelo ganham aos pontos ao preto e ao branco, já para não falar do vermelho e do rosa... Até porque muitas vezes, quando nos referimos ao preto, queremos dizer, na verdade, cinzento, ou utilizamos as especificações... preto carvão, preto noite, antracite, preto tinta da china, preto preto... e o branco também já não é o que era, ora é branco sujo, casca de ovo, bege, amarelado, branco pérola, branco branco. Não me voltarão a ler neste texto nem as palavras preto, nem branco. Cansei-me dessa bigamia bicolor traiçoeira... quem as usa, se ilude, e num mundo de pixels, todos sabemos que o preto e o branco são só mais dois no meio de milhões. Estou feita, porque agora vêm-me para aqui os puritanistas da cor, os salvadores do yin e yang, os apologistas de que o bem se veste de branco e o mal de preto... mas todos sabemos já bem as cores que o bem tem e melhor ainda as cores que o mal pode ter!
Não há mais branco, nem há mais preto e a maior parte dos brancos e pretos deste mundo estão, de facto, mais para o castanho e para o rosado do que propriamente para o branco e preto. Estas cores são traiçoeiras, não existem e viveram gerações inteiras a acreditar que não há risco preto sem uma folha branca, ou preto negrume sem uma luz branca que o ilumine! Por isso, aqui não haverá nem mais preto, nem mais branco, tudo será aguarela colorida, de traços de lápis lazúli e tela dourada a vibrar! Fora daqui cores mais descoloridas, mais sem personalidade, aqui quem reina é o tom e o código de barras é benetton! Tenho dito!

Parabéns a Nós!


Estava uma pilha de nervos, mas guardei sempre um sorriso nos lábios. Levei um sermão do padre por ter chegado atrasada e pensei que estava super relaxada! Perguntei-lhe se tinha que pagar multa pelo atraso e tentei beijar-te antes de dizermos sequer o SIM! Tu leste mal os votos em vez de prometeres disseste que “esperavas ser-me fiel”, o que de resto me pareceu bem mais sentido! Dançámos uma “valsa” tímida e atrapalhada ao som da “One” dos U2! Passámos a noite numa suite com vista para o Porto, enchemos a piscina do quarto, mas nem tempo deu para um mergulho, porque às seis da manhã apanhámos um voo para Veneza! Fazia um frio de rachar e nós de camisa e casaquinho de festa! Comprámos chapéus, bem italianos, tu um cachecol e eu umas quantas pashminas! Tirámos fotos, perdemo-nos no caminho até ao Largo de S. Marco, enjoei na viagem até Murano e enchemos a barriga no Lido! Foi só o início destes dois anos. E se hoje me perguntasses se voltava a fazer tudo outra vez... eu voltava a dizer-te que SIM!