quinta-feira, 8 de outubro de 2009

FRESH...


Acometida de um nervoso miudinho e de umas borboletazinhas na barriga, vulgo cólicas, lá fui eu a caminho da minha primeira aulinha de mestrado! Sempre receosa, até ao último momento, só me convenci que tinha mesmo conseguido e que ia dar início a este novo projecto, quando sentei o real do apoio traseiro na cadeira da Sala 7, Universidade dos Açores.
A Professora, senhora simpática, instruída, mas despretensiosa, falou com meiguice e lá nos fomos apresentando! Uma a uma... quando chegou a minha vez, lá se deixou cair de novo o preconceito de “julgar um livro pela sua capa” e eu só conseguia ouvir no fundo da minha cabeça a vozinha do Lamy, que repetia.... “tenho cara de miúdo, mas já sou muito rodado”! Foi com algum espanto, que os presentes ouviram o meu currículo, não que seja célebre ou magnânime, mas ao que parece a minha cara fresquinha ainda cheira a Licenciatura que fede, mesmo depois das minhas 1 Pós-Graduação e meia e de já ter terminado a Licenciatura há 5 anos atrás!
Não me senti desconfortável e apercebi-me que ir às aulas é como “andar de bicicleta”, perde-se o treino, mas nunca se esquece!
Sinceramente, A-D-O-R-E-I, voltar a ter conversas académicas cultas, interessantes, com adultos, sem que os temas crianças, bebés, fraldas e cocós me saíssem da boca mais do que uma vez... sim, porque uma vez saiu, sendo que é essa a justificação para a minha “inconclusão” da segunda Pós-Graduação! Uma escolha, de que não me arrependo NADA, até porque sinto, que com mais maturidade vou encarar este Mestrado mais a sério! Agora resta saber se serei bem sucedida... Sim, porque com trabalho e filhos, aquelas horas obrigatórias de “ratinho de biblioteca” vão ter que ser adaptadas a um novo ritmo e estilo de vida!
Uma das discussões que nos prendeu, logo assim no primeiro instante foi o conceito de “literariedade”, ou seja aquilo que faz de uma obra escrita literatura, ou não literatura... Tive a oportunidade de me expressar acerca disso e com base naquilo que aprendi e naquilo que a vida me tem ensinado acho que consegui enriquecer e muito a minha resposta... mais do que o teria feito há tempos atrás.
Assim sendo, hoje tenho a segunda aula... se tudo correr bem... irei lá estar! Parece incrível que com tanta responsabilidade à perna ainda tenha arranjado mais esta... mas por incrível que pareça, está-me a dar um gozo terrível provar a mim mesma, que ainda sou capaz!

Croniquice 14ª - 08.10.09 - no AO


Para além da rima óbvia do som final o que terão estes três em comum?! Pois, para muitos nada. Para outros, absolutamente nada. Para mim, muito!
Futebol, Paracetamol e Danacol são para mim, uma linha de ideias no que diz respeito aos homens. Sim, é verdade... aos homens, enquanto espécimen do sexo masculino! Não sei se estarão os meus queridos leitores recordados de uma minha Croniquice passada, em que dissertei, em tom semi-piadético a pender para o sério, acerca das idades de uma mulher... aquelas, que costumam ser três, mas nas quais eu “vejo” cinco! Essa mesmo! E para não ser acusada de favoritismo... aqui ficam, hoje, as minhas considerações naquilo que diz respeito às “três idades de um homem”: Futebol, Paracetamol e Danacol!
Numa primeira idade, em que tudo é esforço físico, competição, ajuntamento em grupos, fanatismo, adoração aos ídolos, futebol e de vez em quando miúdas, os homens estão na fase do Futebol! Se não jogam, gostariam de jogar e vêem, se não vêem têm por norma um outro desporto ou actividade de competição por eleição e a vida é passada entre treinos e jogos e recuperações dos treinos ou preparação para os mesmos. É uma fase em que o culto do corpo é importante, em que o homem, ainda que não o sendo bem, se mede pelo seu valor no desporto, ou pelo reconhecimento do valor dos outros. Não se deixando medir aos palmos, esta fase de afirmação masculina, leva os homens a medirem-se em golos, ou pontos, ou campeonatos.
A fase do Paracetamol, chega, precisamente depois desta... e ao contrário das mulheres, estas fases da vida de um homem, raramente estão ligadas à idade, ou paternidade ou casamento, sendo que muitos homens estancam em determinadas fases e outros ainda vivem num constante vaivém entre elas! Na fase Paracetamol, este analgésico é mesmo o melhor amigo do homem, que com tantas responsabilidades e preocupações, seja com o trabalho ou a família, nem sequer tempo tem para ver o futebol na televisão! É uma fase em que o gosto competitivo do homem, faz dele “ponta de lança” nas jogadas negociais ou caseiras, políticas ou ideológicas, treinador das melhores jogadas ou investimentos em casa e no local de trabalho. É uma fase em que não há neuróniozinho que aguente sem se queixar, até porque se há coisa que todos sabemos que o homem não é capaz é de aguentar é a dor! Capaz de fazer do maior matulão o maior Calimero à chegada da primeira Gripe!
Por fim, vem a fase Danacol, em que o homem percebe, que assim como o Futebol não dura para sempre o Paracetamol também não... e aí vêm os dramas da Saúde, do Colesterol, da Hipertensão! Não há senhor que deixando de lado as preocupações de uma vida laboral intensa não descubra logo em si, só assim no primeiro check-up, mil e uma maleitas intratáveis de uma rajada só! Homem sofre...