quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

WISHLIST 2010 - #1: Ser cromo do Ídolos!


Hoje é quinta-feira e como tal, o almoço que se impõe é Picanha no Beach! Desilusão das desilusões não tinham “O” bolo de chocolate, mas tinham uma mousse igualmente divina e uma sopa de grão de bico de fazer espumar. Depois da deglutição do manjar do dia, lá vínhamos nós, eu e o Rei da Casa no bólide não a 1000/h, mas nuns prazeirosos 60/h! O rádio, sintonizado numa das muitas maravilhosas estações de rádio micaelenses, tocava ABBA e eu dei por mim a trolitar um “There is something in the air tonight, the stars where bright FER-NAN-DOOOO!”.


Céptico e de olhar sempre na estrada o "Senhor" sai-se com esta:


“Na próxima Edição do Ídolos inscrevo-te!”

Eu, ainda meia perdida no transe daquele sonho onde eu até sei cantar qualquer coisa, acordo e desatamos os dois à gargalhada... o que se seguiu foi pura poesia, que terá mais piada talvez para quem me conhecer e já me tiver ouvido cantar algum dia! (Sim, porque eu posso não marcar pela positiva, mas lá que deixo o trauma e uma recordação muito cómica... lá isso deixo! LOL)

Passo a transcrever a verborreia verbal do pós-almoço:


EU: É vou ao Ídolos... e o Manel acaba de me ouvir cantar e sai-se com um: TU NÃO CANTAS A PONTA DE UM CHAVELHO! ZERO, NICKLES PICKLES!

ELE: E o outro com ar de mauzão: QUE COR DE CABELO É ESSA PÁ!?

EU: E a brazuca: OLHA SÍLVIA, ISSO FOI UM BOCADO SINISTRO, MAS O LOOK TÁ BACANO!


ELE: (olha para mim e desata-se a rir!)


EU: (ainda envolta na mística da imaginação eu continuo) E o Laurent: Olha, tu cantar não cantas nada...


ELE: ... mas seguras muito bem essa "vaca" que trazes agarrada aos dentes!


AH?! Pois é... trazia uma picanhita para o lanche presa na dentadura... E terminou assim com um rebentar de gargalhadas e um acto muito lindo, que é o de espitrucar o naco da dita para fora da boca e continuar na risota!


AH! L’amour!!!

Voar e Educar no AO - 07.01.10

De regresso à ilha, depois das festas e dos excessos, não há nada que me apeteça menos do que ter que me enfiar dentro de um avião durante duas horas e meia, com uma criança de 19 meses, com horas de sono e de alimentação trocadas, e um marido rezingão, que tenta levar a cabo a tarefa de deixar de fumar, resolução do novo ano! Pior ainda, é quando já encaixados cuidadosamente nos nossos lugares, com criança, tralhas e neura, reparamos que um de nós está no lugar errado e que temos que viajar separados! Ora quatro menos dois, dá dois e lá se vai um par de braços com quem partilhar 12 quilos. Sim, porque se o espaço nas cadeiras já é limitado, imaginem-se a viajar, duas horas e meia, sozinhos com a cria no lugar do meio. Eu, já vi filmes de terror com menor potencial aterrorizante. Enfim, a isso juntem-lhe o inchaço típico da época e temos cara de peru recheado a viagem toda! Mas pior do que isto, só mesmo levar com um vizinho da frente que teima em inclinar a cadeira para nosso desespero, como se isso lhe proporcionasse um sono mais tranquilo. Já não me bastava vir a viagem inteira a olhar-lhe para o couro cabeludo casposo, ainda me apercebo que o senhor para lá de espaçoso tem um respirar pesado! Daqueles assim que são causa de divórcio do casal mais feliz. Mas bom, lá me fui aguentando, até porque com a refeição pelo meio, sempre tivemos meia hora garantida com mais 20 centímetros de espaço à nossa disposição. Eu não sei, como há neste mundo quem tenha a destreza de viajar de avião com uma criança desta idade, por mais do que duas horas e meia, sem que sucumba na porta de saída do avião de esgotamento nervoso em último grau. Eu juro, por muito que goste de viajar, não tenho essa costela masoquista em mim. Ou então, tenho uma criança invulgarmente activa... não sei... serei só eu?! Dúvidas maternas aparte, acho que aquilo que faltou ao meu “inclinado” companheiro de viagem da frente foi um pouco de bom senso, misturado com caridade, a quem eu daria o nome de educação cívica, ou civismo! Bem sei, bem sei, que a minha liberdade acaba onde começa a dele, mas a dele poderia ser bem menos espaçosa e bem mais conscienciosa! Mas sobrevivi, e contra todos os traumas, esta história ainda tem moral, a da minha filha, que do alto dos seus 19 meses ao meu tom brincalhão baixinho de: “Dá tautau ao senhor!”, me respondeu em surdina, mas de dedinho no ar: “Não, Não!”. É lindo começar o ano a ver o fruto da nossa educação florescer! Para 2010 faço Votos de melhores Voos!