quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Sobre a distância…




Quanto mais o tempo passa, mais nos distanciamos de certos acontecimentos, eventos, factos, pessoas! E ao mesmo tempo que algumas dessas coisas começam a aparecer como pontos insignificantes no fundo da paisagem, é frequentemente essa mesma distância que nos permite perceber a verdadeira importância que algumas dessas coisas continuam a ter para nós, ou o impacto que tiveram na nossa vida, as ‘mossas’ que deixaram na carroçaria do nosso ser.



O blogue está agora para mim como ponto pequenino lá ao longe no horizonte do meu passado recente. Foi importante, valeu o que valeu, mas fartei-me… cansei-me que as pessoas, que sabiam quem eu era, viessem aqui para me ler os estados de espírito, escusando-se depois de me perguntar pessoalmente como estava, como me sentia, como passava! Talvez o erro tenha sido meu, por acreditar que podia fazer dos meus textos espelho, sem que criasse uma porta aberta de acesso à minha intimidade… assim, o anonimato que me servia de capa no início, foi-se esfumando e senti-me exposta! Não gostei dessa sensação…



Gosto de escrever sem ter que pensar muito naquilo que quero deixar registado, sem ter que me cansar a pensar em prós e contras…



Escrever, reflectindo cada palavra, cada letra, cada ponto é para mim contra natura, assim era impensável retomar a escrita no blogue enquanto não estivesse preparada para ser sincera, para ser mais eu, coisa tão desvalorizada nos tempos que correm, mas essencial para mim!



Se não puder ser eu, então, não serei nada!



Quando senti que não podia ser mais eu neste espaço, este espaço deixou de ser meu… deixou de existir para mim. Esqueci-me dele, perdi-lhe o afecto, perdi-lhe o ‘gosto’.



Sou mesmo assim, é um defeito, sei disso, mas sou tão escorpião nos meus afectos que, não sei gostar sem amar, nem não gostar sem acreditar que não existe para mim!



Confesso que também me desiludi com o conceito de certos blogues de difamação, maledicência e acho que já ouvimos tanta coisa que não queremos ao longo dos nossos dias, que aqui, só nos sujeitamos a ‘ouvir’ se quisermos; Já aturamos tanta gente inconveniente, abelhuda, egoísta, falsa e mal intencionada na nossa vida, que aqui só ‘aturamos’ se quisermos… e eu, deixei de querer.



Ainda assim, conheci algumas pessoas interessantes por aqui, gente genuína, que escapa à tentação da ‘feira das vaidades virtual’… e foi por elas que não pude deixar de registar esta nota, em jeito de pontuação…



… final.