sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Trouble in my mind!

Serei só eu, que nunca consigo ser fiel a uma lista de compras?!
Eu vejo-as em tudo o que é sugestão de poupança, em tudo o que é dica de boa organização doméstica, nas mãos de donas-de-casa organizadas, maridos bem-mandados, solteirões “limpinhos” e até nos desajustados perdidos no meio de tudo o que é corredor de super/hiper-mercado e até nos mercados tradicionais! Eu juro que tento, JURO! Até faço um esforço mental de concentração suprema. Até já percorri tudo o que é armário, gaveta e frigorífico lá de casa, para me certificar de que não faltava nada e chegando lá ia “direita ao assunto”. Mas levo sempre um “assuntozito” ou outro a mais para casa e a lista mais simplex, acaba por se tornar na mais complex! Eu tento com tanta força... mas porquê?! Porque é que não consigo!?

Love Fridays!


E no meio dos queixumes de terça-feira, típicos de início de semana contrariada, eis senão que resolvo ligar para a Creche, para saber como está a Baby e me dizem que ela não estava nada bem... não comeu nada ao almoço, nem ao lanche e ainda não tinha feito cocó. Bom, já decidida a sair mais cedo, no meio dos preparativos para o fazer, lá me ligam passados nem cinco minutos! A Repolhita tinha feito uma diarreia enorme, e que não me preocupasse e tal e coisa, mas “sabe Sílvia, temos informação de que anda aí um surto gastro-intestinal...” e nem ouvi mais nada, avisei que tinha que sair, cheguei à Creche e encontrei-a num pranto inconsolável com todos os amiguinhos e educadoras à sua volta. Deu-me um nó no estômago, não vi nem ouvi mais ninguém, agarrei-a com toda a força e fugi com ela para casa... na minha cabeça uma lembrança apenas: os oito dias que passei há um ano atrás, com ela em casa, os vómitos, as diarreias, as febres e as cólicas, muito choro, pouca comida e menos 500 gramas para ela e menos 4 quilos para mim! Enfim, contas feitas a mim sempre me saiu o brinde e a ela, pobre, a fava!

Dois dias volvidos, depois de muito mimo, dieta, Panda, Noddy e Kitty, aqui estou eu de volta ao Office, e estou feliz... realmente a vida ensina-nos muito... posso não fazer o que quero, nem quando quero, mas se fazê-lo implica saber que a pequenita está bem e feliz... eu até limpava latrinas com um sorriso nos lábios (que não se via, claro, porque teria uma máscara a escondê-lo), mas vá... ela está melhorzinha... e eu também! E o resto que se lixe, é Sexta-feira pá!

Os Porquês - no AO - 21.01.10


Depois de ler a minha crónica publicada na semana passada, ocorreu-me que um dia, possivelmente, a minha filha vai entrar em casa e entre as mais de mil perguntas que me terá a fazer, me perguntará com a inocência típica da criança curiosa: “ Mãe, o que é um Homossexual?!”. Bom... nessa altura, eu estarei preparada! Estou certa que sim, até porque já me estou a começar a preparar... O que é que eu vou responder?! Pois, é simples, algo do género: “Bom filha, um homossexual é alguém que gosta de pessoas do mesmo sexo, ou seja, uma rapariga que gosta de raparigas e um rapaz que gosta de rapazes.” (...) ou talvez não, porque assim pode parecer muito promíscuo, vou dizer antes assim: “... é alguém que gosta de alguém que é do mesmo sexo. Um rapaz que gosta de um rapaz, ou uma rapariga que gosta de uma rapariga!”. Está melhor... mas a pergunta que se seguirá será com certeza: “Ó mãe, então e como se chama a um rapaz que gosta de uma rapariga?!” – “Bem, a essas pessoas chama-se Heterossexuais! Por exemplo, eu e o pai somos heterossexuais!”... Mas pensando melhor, dependendo da idade dela talvez não repita a palavra associada a mim e ao pai, não sei porquê, mas ainda não me parece muito bem estar a dizer “sexual” atrás de “sexual” a uma criança de seis anos! Outra pergunta que ela me pode fazer, e eu estou nesta reflexão porque quero estar preparada, será: “Ó mãe... e então alguém que gosta de rapazes e raparigas?” – “Bem, filha, a essas pessoas dá-se o nome de bissexuais!”. Puxa, lá estamos nós a bater na tecla do sexual... Vá, adiante! Talvez também tenha que lhe explicar um dia o que é um transexual... ai maldito sexo... isto não será sexo a mais para a cabeça destes infantes?! Mas bom, seja... “Sabes filha, há raparigas que nascem assim, mas não gostam de o ser, por isso fazem uma cirurgia e mudam de sexo!”. Ai! Mau! Assim não dá... sexo outra vez... vou substituir por “género”, mas será que ela percebe?! Humm... O melhor é dizer que “transexuais são pessoas que passam de rapariga a rapaz e de rapaz a rapariga!”. Mas isto também soa assim um pouco estranho, como se fosse por magia... vou mesmo ter que dizer que para isso precisam de uma operação! Com sorte, e para gastar os “compostos sexuais” todos explico-lhe também o que é um metrossexual... e com tanto pensar nestas coisas já estou com uma dor de cabeça de morte e a morrer de inveja dos meus pais, que quando lhes perguntei de onde vinham os bebés, se saíram com um airoso: “De Paris no bico das Cegonhas!”...