quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Medos, princesas e sorrisos - Amanhã no AO

(Para ela e por ela, como não podia deixar de ser)


Já me tinham avisado, que os três são a idade das birras, dos medos, dos pesadelos, mas ainda assim custa tanto ouvir sair daquela boquinha um “tenh'medu”, assim, do nada, inesperado, imprevisível, amedrontado. Dá vontade de voltar a colocá-la dentro da minha barriga para que não sinta medo de mais nada, nem de mais ninguém. O mundo pode ser mesmo assustador… e daí que me sinta ainda pior quando ela expressa o seu medo, porque eu própria também tenho medo, por mim, por ela… enfim! Se o medo é do escuro, como ontem, a única coisa que me resta fazer é acalmá-la… levá-la para longe deste mundo real que assusta e contar-lhe uma história, vestir a realidade de uns pozinhos de perlimpimpim e partir com ela para um mundo, em que quem manda é uma simpática e amigável princesa, com o nome dela, com três companheiros que a seguem para todo o lado, os seus três animais preferidos: um cavalo, um cão e um gato… a quem dei os nomes de Botinhas, Pantufas e Peúgos, pouco originais, inspirados apenas naquilo que tinha acabado de ver no quarto. A história que lhe contei ontem envolvia um bolo com capacidades, supostamente mágicas, inspiradas numa especiaria que adoro, a canela, e que segundo a princesa com o nome da minha filha, ajudava toda a gente a sentir-se mais feliz! Os quatro amigos comeram o bolo e partiram felizes para um passeio no prado, onde encontraram a vaca Cornélia, que lhes contou acerca da tristeza da ovelha Clotilde, cuja camisola favorita tinha sido estragada pela chuva.
(Esperem… não desistam ainda de continuar a ler, como em todas as boas histórias, também esta tem uma moral para miúdos e graúdos…)
Os três amigos lembraram-se então que o bolo da princesa poderia ajudar a ovelha Clotilde, mas a princesa já não tinha mais canela! Nada de grave, porque revelou-lhes a princesa, o ingrediente “mágico” podia ser substituído por outros não menos especiais… perguntou a cada um deles qual era a sua iguaria preferida e foi juntando à base do bolo caramelos, chocolates e açúcar. Levaram o bolo à ovelha, que saiu da tristeza em que estava inundada, não pela doçura do bolo ou especial ingrediente que ele contivesse, mas pelo acto em si. A princesa tricotou uma nova camisola para a ovelha e todos se rejubilaram ao ouvi-la balir de feliz! Moral da história: neste mundo (real) como no outro (da fantasia), os pequenos gestos fazem uma grande diferença e às vezes o véu da tristeza, pesado fardo para aquele que o carrega, é facilmente levantado por quem com genuína amizade se aproxima de nós.
No fundo, a melhor forma de acalmar o medo que vive em nós, que é normal, natural, saudável e até de algum modo benéfico, é mesmo lembrarmo-nos que no meio de tanto mal, ainda há algum bem… e que o sorriso continua a ser mesmo o maior quebra neuras paquidérmicas e depressões glaciares conhecido até ao momento, capaz de subtrair ao maior medo algum desconforto. Quantas vezes não ficou com enxaquecas por falta de uma boa gargalhada de descontracção muscular?! Não subestime o sorriso, nem o bem que ele faz, a si e a quem o rodeia. O que me leva a pensar… se como eu, você já sorriu hoje?! Se ainda não o fez, deixe-me dizer-lhe que é tão indispensável à sua saúde como comer, beber ou medir as tensões. Vá lá, não custa nada… na verdade é bem mais fácil do que franzir o sobrolho ou grunhir. 1, 2, 3… agora é a sua vez!

OUTONO...


... cai a folha, mas o estilo: NUNCA! Adoro... echarpes, pashminas, cachecóis, lenços e quase tudo o que se possa usar ao pescoço!



Esta é a minha colecção... e a vossa!? uAHAHAH!

oUTONO, aqui vou eu!