quarta-feira, 29 de julho de 2009

Ironicamente "falando"...


Há quem, como eu, não seja grande fã da ironia, usada assim a despeito, para maledicência do próximo sob a grande capa, do... “eu não disse isso, pois não?!”. Mas a verdade, verdadinha é que não lhe conseguimos escapar e ela está em todo o lado a toda a hora! Faz-me lembrar um pouco aquela música “Ironic”, da Alanis Morissette!
Há quem defenda que a “ironia” da vida é a sua grande alegoria. Se assim o é eu tenho acumulado uma série de metáforas pindéricas assim a tender para o alegórico! E se não gostam de linguística, deixo desde já aqui um aviso, mudem de página, não leiam o texto! Ou leiam e aprendam, porque o saber não engorda e nem tudo será linguística!
Assim, falando em termos estilísticos da língua, aquilo que eu entendia ser a personificação da pobreza: dormir na rua, não ter casa, passar fome, frio e tudo aquilo que de mais miserável houvesse na condição humana, sofreu este fim-de-semana, um upgrade considerável, que lhe anexa uma grande aliteração: “ A Ralé também tem telelé!”. Pois, é verdade! (E lê-se mesmo aliteração e não, alteração!) Tivesse eu câmara fotográfica em riste e o quadro teria sido talvez o mais pitoresco que já vi até hoje! Ironicamente não a tinha e satiricamente os senhores em questão estavam na rua, deitados em colchões de papel, prontos para mais uma noite ao relento, quando se lembraram de pôr o telemóvel a descansar, ou enviar sms a solicitar o serviço despertar! Sei lá! Lá está, ironicamente me falseando a mim própria, não consegui deixar de me arrebatar pela surpresa de ver este cenário inesperado numa das Ruas de Ponta Delgada à noite!
E foi também assim no meio de onomatopeias e onomatopaicas, no zunido do restaurante Mac Donalds mais próximo, que auch, ui,ui, nã, nã, nã, nã, nã, me deixei ser banhada em seven-up por uma mãe, que tentou ceder ao capricho da filha, carregando-a ao colo, balançando na outra mão um tabuleiro com sopa e bebida! Novamente e sarcasticamente, do meu “pranto se fez riso” e não houve antítese que me coibisse de pensar na sorte que tive em não ser vinho, cerveja ou coca-cola!
Em semelhante Cacofonia me perdi na diáspora do meu dia, que me fez alterar entre nervos e arrancar de cabelos, e me levou ao disparate, que aqui vos deixo em forma de texto, Cronicado!

Sempre Vossa, Mulher a 1000/h!