terça-feira, 14 de abril de 2009

O dia em que umas calças novas mudaram a minha vida!

Este Domingo comprei umas calças novas. Ansiosa por vesti-las acabei por fazer uma bainha, expresso, daquelas com fita auto-colante à pressa. Não medi bainhas, não cortei as sobras… foi só mesmo assim: colá-las para não arrastarem no chão! Mas a vontade de vesti-las era tanta que não podia estar prái com muitas “coisas”! Feita a bainha… dormi a correr para as vestir mal acordei! Mas sabem aquele tipo de roupa, que vos fica mesmo à medida?! Tão à medida, que parece que foi feita de propósito para vocês?! Era isso mesmo que eu sentia ao olhar-me ao espelho nessa manhã ensonada com as minhas super calças vestidas! Acabada de me arranjar, olhando-me ao espelho, novamente, desta vez já com a minha filha ao colo, senti que tudo nesse dia ia correr bem!

Ao sair de casa, não pude deixar de ouvir o piropo, em forma disfarçada de comentário, a sair da boca do meu marido, o que só por si já valeu a pena… Entrei no carro e estava a dar a minha música favorita, mas uma daquelas que já não se ouve à séculos e da qual nunca se comprou o cd… deixei a menina na creche, olhei para as calças e lá estavam elas… limpas e imaculadas, livres de restos de bolachas e baba da minha adorável filhota de meses! Voltei a entrar no carro e no caminho até ao meu local de trabalho só fez sol… Tudo correu bem nessa manhã e não sei se inspirada pela minha confiança renovada pela excelência das minhas mui lindas calças novas, resolvi ir almoçar sozinha, aproveitando a ocasião para pôr a leitura em dia. Consegui ler tudo aquilo a que me propus, e com a mesma rapidez da manhã também a tarde de trabalho, entre cópias, faxes e emails se esvaiu em fumo! De novo na Creche, desta vez para ir buscar a minha filha, fui recebida por ela com o mais maravilhoso dos sorrisos. Regressadas a casa, não chorou ao comer a sopa, não a cuspiu, não fez birra no banho e pude fazer o jantar em paz, que depois saboreei como já não saboreava à muito, na companhia do meu mais-que-tudo! Acabado o jantar, a pequena adormeceu em segundos e ainda fizemos serão a ver telenovela no sofá e a namorar até adormecermos…

E agora, perguntam vocês, e com razão: Mas então porque raio se lembrou esta de cronicar sob o título anunciado?! Aparentemente nada mudou na sua vida! Mas permitam-me corrigi-los, ao explicar-lhes porque nesse dia tudo mudou, de facto, na minha vida. Cheguei à conclusão nesse dia, que bastam pequenas coisas para sermos felizes e que, por vezes a felicidade se encontra nas mais pequenas coisas do dia-a-dia. Nesse dia, à custa de umas novas calças, agora já não tão novas, aprendi que o dia é aquilo que o fazemos e que pensamentos positivos atraem coisas positivas! Afinal de contas, não será felicidade passar mais um dia com saúde, algum dinheiro e trabalho na companhia de quem mais amamos?!

Num tempo em que a felicidade é sobrevalorizada e em que o culto da perfeição nos leva a ser cada vez mais infelizes, vale a pena recordar que a verdadeira felicidade está ao nosso alcance todos os dias, basta estarmos dispostos a encontrá-la nos pequenos actos rotineiros, e deixarmos de lado a busca gananciosa da magnânime felicidade nos grandes luxos e riquezas materiais a que poucos de nós temos acesso diário!

No dia em que umas calças novas mudaram a minha vida, eu aprendi que o amor, a paz, a harmonia e a saúde são a maior riqueza que alguém pode desejar…

Pensamentos que me ocupam…


O amor, o amor, e ainda agora e sempre o amor.


Eu, eterna convicta e crente na existência do amor, me assumo. Assim como, a minha profunda tristeza e desilusão ao assistir ao comentário, de mesa de café, que como qualquer mulher que se preze, que sou, não consegui deixar de escutar na mesa ao lado do meu pequeno-almoço e café. Duas mulheres, como eu, comentavam: “ Ó ‘ome, isso do amor já era…”. Bem, se por pura distracção ou falta dela, me permiti a escutar aquele comentário, calculem agora, que por pura atenção ou excesso dela me resolvi a escutar o resto desta conversa… “olha c’o meu homem foi o mesmo, tava-me consolando no início do casamento, até qu’as coisas vão esfriando e olha… agora é só bola e café… e tontas somos nós… qu’esse corisco d’esse amor só traz é problemas à gente”. Confesso que este diálogo não era assim tão original como ponderei, pudesse vir a ser, e de facto, a resma de problemas a seguir enunciadas por ambas as interlocutoras eram bem comuns ao público geral e partilhadas por uma boa resma de casais nos tempos modernos, o que me levou à seguinte questão: conseguirá o amor sobreviver aos tempos que correm?! Conseguiremos nós, no meio do stress diário, da fatal rotina e da doméstica “desvida”, manter viva a chama do amor?! E isso assustou-me… até ao momento em que depois do efeito da cafeína no cérebro, me pus a pensar: mas então se amores houve, que resistiram a guerras, fome e anos de separação, não poderão os amores modernos vencer também a crise instalada?! Ou será que até para salvar o amor teremos que pedir agora apoios ao estado?!


Vamos pensar no exemplo citado pelas duas senhoras, que me servem hoje de alimento para cronicar… uma delas, nomeadamente a de quem não citei as falas queixava-se da complicação e completo caos, em que a sua vida se tinha tornado, depois do nascimento do seu tão desejado “rebento”, encarado agora como uma máquina gritadeira de fazer fraldas e sujar mudas de roupa, que para mais não servia do que para lhe tirar noites de sono e as habituais saídas ao café com o seu companheiro. Sendo que este não deixou de o fazer, apesar de compreender perfeitamente que ela não goste de ficar sozinha em casa com a “criaturinha de Deus”, por ambos gerada! Para desespero da mesma, o facto de o marido chegar a casa a tardes horas da noite, não ajudava, motivo pelo qual a relação dos dois se resumia agora a um olhar de “bom-dia” mudo, na casa de banho de manhã, seguido de um jantar a ver as “quase” notícias da TV e qualquer coisa. Não se tocavam, tinham esquecido de se beijar e se falavam era para ralhar mutuamente pelos males da vida, da crise e da falta de dinheiro. E ela que tinha tantas saudades do tempo em que namoravam… e não será com certeza a única, como ela muitas de nós padecemos do mesmo mal e falta de tempo para investir na relação. E agora, perguntam vocês: mas e onde raio pára o amor, para onde foi, que tanta falta faz nestas situações, terá ficado esquecido por trás de alguma prateleira nas longas horas perdidas no supermercado? Ou por baixo de uma mesa de café, junto de cascas de amendoins pisadas e beatas mal apagadas?! E eu respondo… o amor, precisa de tempo, e sem ele o amor não tem oportunidade de se manifestar para salvar a relação. Por isso, mulheres e homens das ilhas e arredores cabe-nos a nós reservar tempo para o amor, única e exclusivamente para ele… só assim a relação sobrevirá!

Não Percebo...


Do alto da minha pobre idade, eu pergunto-me: porque é que será que nós mulheres, instruídas, cultas, bonitas, emancipadas e maduras continuamos a acreditar em amores impossíveis, complicados, problemáticos e sem futuro?! Será que nem depois de tudo aquilo a que temos acesso hoje se nos leva a perceber que o verdadeiro amor é fácil, tão natural e descomplicado como respirar! Não acreditam?! Pensem na vossa cor favorita?! No vosso prato favorito, filme, livro ou local e digam-me com sinceridade: tiveram que se esforçar para gostar deles?! Tiveram que encontrar todos os dias novas razões para manterem a vossa preferência por eles?! Claro que não… Gostar de alguma coisa, assim como gostar de alguém é imanente e surge, muitas das vezes, sem se saber muito bem como nem porquê! Agora, manter relações, lidar com sentimentos de paixão ou atracção… isso sim, isso é um verdadeiro bicho de “sete cabeças”, mas mesmo assim e mais ainda, por nós mesmas sabermos que isso é tão complicado, porque continuamos a investir todos os nossos esforços e valioso e raríssimo tempo em relações, que nós temos por certo condenadas ao fracasso?!


Vou dar-vos um exemplo da razão da minha indignação e dúvida: tenho uma grande amiga e por isso a questão me é tão próxima, que mantém uma relação com alguém, um certo indivíduo de estatura, aparência e condição, considerada dentro da norma, para perceberem que não se trata de alguém extraordinariamente belo, nem rico, nem famoso (o que para alguns poderia justificar uma obrigatoriedade ou interesse em manter a relação). Resumindo, fala-se de duas pessoas normais! Voltando a essa minha amiga, que nitidamente não está realizada nesta relação, até porque já estando juntos à cerca de cinco anos insiste em manter a relação apesar das contínuas “facadas” na relação alegando, aparentemente, não encarar o namoro como um compromisso tão sério como o casamento. E eu pergunto-me: porque insistirá aquela pobre alma no contínuo desperdício de tempo, que perde naquela relação?! Porque não se decide a assumir de vez a falta de equilíbrio e amor entre os dois e não dá a oportunidade de se libertarem ambos de uma relação condenada à infelicidade, insucesso e infortúnio?! Não entendo… mas não é a única, como ela, todos os dias ouço falar de casos bem semelhantes, ou até mesmo piores, em que apesar de traumas, agressões, infidelidades e ataques de parte a parte, as pessoas continuam a insistir em manter a relação por puro “comodismo”, ou medo da alternativa… Será assim tão complicado para essas pessoas entenderem que, pior do que o que estão não poderão ficar e que, por muito que tentem e continuem a insistir, o verdadeiro amor não aparece assim por insistência ou investimento forçado?! As pessoas até podem passar uma vida inteira juntas e sentirem-se comodamente “contentinhas”, mas estão a negar a si próprias e ao outro o direito, que todos temos, a respirar um verdadeiro amor.


Falo por mim e para quem me entende: um verdadeiro amor sente-se, só assim, porque sim e todos os dias de igual modo, (apesar de possíveis dificuldades, que possam surgir no normal desgaste e vivência de uma relação). E por quem, como eu, teve a sorte de encontrar um amor tão natural como a própria condição de existir, eu deixo aqui o meu apelo: deixem-nos respirar o amor!

Croniquices e historinhas...


Numa era de Internet e afins, não posso passar ao lado das inovações, no sentido de fazer chegar ao mundo as minhas croniquices!


Tudo começou, num belo final de dia de conversa à porta de casa com uma amiga, como tem que ser... que me sugeria a escrita como compensação de algo que estava a faltar na minha vida: uma distração prazeirosa como escape de uma rotina exaustiva e fatigante.


O título: mulher a 1000/h é como muitas vezes me sinto... a 1000/h... num constante reboliço que é a vida de uma mulher, esposa, mãe, filha, amiga, sobrinha, cidadã e trabalhadora! Mas sempre, sempre muito mulher em tudo aquilo que isso implica: feminilidade, sensibilidade, interesses e prazeres, feitios e defeitos!


As Croniquices são ideias que me pairam na cabeça... que aqui exponho em forma de cróniquinhas e historietas... não pretenciosas e sem intenções sérias... o único objectivo: alimentar a liberdade do meu pensamento e partilhá-lo na liberdade do vosso... porque, no fundo, estas croniquices, não passam de mais uma forma de Liberdade... o valor mais alto da nossa existência!
Não há público leitor destinatário específico, nem sequer sei se terão algum interesse para alguém... talvez os meus tão queridos amigos as cheguem a ler um dia, forçados pelos insitentes convites à leitura das mesmas e quem sabe... até poderão elas mesmas servir agora para os libertar a eles da vida diária de stress que vivem!? O que sei é que, se servirem para vos libertar o pensamento, ainda que por breves instantes, já valeu a trabalheira da criação do blog... sim porque cronicar, isso é fácil para mim! Tão natural como a àgua para matar a sede!