terça-feira, 14 de abril de 2009

Não Percebo...


Do alto da minha pobre idade, eu pergunto-me: porque é que será que nós mulheres, instruídas, cultas, bonitas, emancipadas e maduras continuamos a acreditar em amores impossíveis, complicados, problemáticos e sem futuro?! Será que nem depois de tudo aquilo a que temos acesso hoje se nos leva a perceber que o verdadeiro amor é fácil, tão natural e descomplicado como respirar! Não acreditam?! Pensem na vossa cor favorita?! No vosso prato favorito, filme, livro ou local e digam-me com sinceridade: tiveram que se esforçar para gostar deles?! Tiveram que encontrar todos os dias novas razões para manterem a vossa preferência por eles?! Claro que não… Gostar de alguma coisa, assim como gostar de alguém é imanente e surge, muitas das vezes, sem se saber muito bem como nem porquê! Agora, manter relações, lidar com sentimentos de paixão ou atracção… isso sim, isso é um verdadeiro bicho de “sete cabeças”, mas mesmo assim e mais ainda, por nós mesmas sabermos que isso é tão complicado, porque continuamos a investir todos os nossos esforços e valioso e raríssimo tempo em relações, que nós temos por certo condenadas ao fracasso?!


Vou dar-vos um exemplo da razão da minha indignação e dúvida: tenho uma grande amiga e por isso a questão me é tão próxima, que mantém uma relação com alguém, um certo indivíduo de estatura, aparência e condição, considerada dentro da norma, para perceberem que não se trata de alguém extraordinariamente belo, nem rico, nem famoso (o que para alguns poderia justificar uma obrigatoriedade ou interesse em manter a relação). Resumindo, fala-se de duas pessoas normais! Voltando a essa minha amiga, que nitidamente não está realizada nesta relação, até porque já estando juntos à cerca de cinco anos insiste em manter a relação apesar das contínuas “facadas” na relação alegando, aparentemente, não encarar o namoro como um compromisso tão sério como o casamento. E eu pergunto-me: porque insistirá aquela pobre alma no contínuo desperdício de tempo, que perde naquela relação?! Porque não se decide a assumir de vez a falta de equilíbrio e amor entre os dois e não dá a oportunidade de se libertarem ambos de uma relação condenada à infelicidade, insucesso e infortúnio?! Não entendo… mas não é a única, como ela, todos os dias ouço falar de casos bem semelhantes, ou até mesmo piores, em que apesar de traumas, agressões, infidelidades e ataques de parte a parte, as pessoas continuam a insistir em manter a relação por puro “comodismo”, ou medo da alternativa… Será assim tão complicado para essas pessoas entenderem que, pior do que o que estão não poderão ficar e que, por muito que tentem e continuem a insistir, o verdadeiro amor não aparece assim por insistência ou investimento forçado?! As pessoas até podem passar uma vida inteira juntas e sentirem-se comodamente “contentinhas”, mas estão a negar a si próprias e ao outro o direito, que todos temos, a respirar um verdadeiro amor.


Falo por mim e para quem me entende: um verdadeiro amor sente-se, só assim, porque sim e todos os dias de igual modo, (apesar de possíveis dificuldades, que possam surgir no normal desgaste e vivência de uma relação). E por quem, como eu, teve a sorte de encontrar um amor tão natural como a própria condição de existir, eu deixo aqui o meu apelo: deixem-nos respirar o amor!

1 comentário:

  1. Também não percebo!
    A máxima que diz "se eu não gostar de mim quem gostará" deveria aplicar-se a todas as dimensões da nossa vida. Por isso, mulheres, não se deixem acomodar em medos. Aquilo do mais vale um pássaro na mão do que dois a voar, não existe. O amor é muito mais do que isso... Permitam-se amar e serem amadas em toda a plenitude.
    E deixem-me respirar o amor! ;)

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