terça-feira, 14 de abril de 2009

Pensamentos que me ocupam…


O amor, o amor, e ainda agora e sempre o amor.


Eu, eterna convicta e crente na existência do amor, me assumo. Assim como, a minha profunda tristeza e desilusão ao assistir ao comentário, de mesa de café, que como qualquer mulher que se preze, que sou, não consegui deixar de escutar na mesa ao lado do meu pequeno-almoço e café. Duas mulheres, como eu, comentavam: “ Ó ‘ome, isso do amor já era…”. Bem, se por pura distracção ou falta dela, me permiti a escutar aquele comentário, calculem agora, que por pura atenção ou excesso dela me resolvi a escutar o resto desta conversa… “olha c’o meu homem foi o mesmo, tava-me consolando no início do casamento, até qu’as coisas vão esfriando e olha… agora é só bola e café… e tontas somos nós… qu’esse corisco d’esse amor só traz é problemas à gente”. Confesso que este diálogo não era assim tão original como ponderei, pudesse vir a ser, e de facto, a resma de problemas a seguir enunciadas por ambas as interlocutoras eram bem comuns ao público geral e partilhadas por uma boa resma de casais nos tempos modernos, o que me levou à seguinte questão: conseguirá o amor sobreviver aos tempos que correm?! Conseguiremos nós, no meio do stress diário, da fatal rotina e da doméstica “desvida”, manter viva a chama do amor?! E isso assustou-me… até ao momento em que depois do efeito da cafeína no cérebro, me pus a pensar: mas então se amores houve, que resistiram a guerras, fome e anos de separação, não poderão os amores modernos vencer também a crise instalada?! Ou será que até para salvar o amor teremos que pedir agora apoios ao estado?!


Vamos pensar no exemplo citado pelas duas senhoras, que me servem hoje de alimento para cronicar… uma delas, nomeadamente a de quem não citei as falas queixava-se da complicação e completo caos, em que a sua vida se tinha tornado, depois do nascimento do seu tão desejado “rebento”, encarado agora como uma máquina gritadeira de fazer fraldas e sujar mudas de roupa, que para mais não servia do que para lhe tirar noites de sono e as habituais saídas ao café com o seu companheiro. Sendo que este não deixou de o fazer, apesar de compreender perfeitamente que ela não goste de ficar sozinha em casa com a “criaturinha de Deus”, por ambos gerada! Para desespero da mesma, o facto de o marido chegar a casa a tardes horas da noite, não ajudava, motivo pelo qual a relação dos dois se resumia agora a um olhar de “bom-dia” mudo, na casa de banho de manhã, seguido de um jantar a ver as “quase” notícias da TV e qualquer coisa. Não se tocavam, tinham esquecido de se beijar e se falavam era para ralhar mutuamente pelos males da vida, da crise e da falta de dinheiro. E ela que tinha tantas saudades do tempo em que namoravam… e não será com certeza a única, como ela muitas de nós padecemos do mesmo mal e falta de tempo para investir na relação. E agora, perguntam vocês: mas e onde raio pára o amor, para onde foi, que tanta falta faz nestas situações, terá ficado esquecido por trás de alguma prateleira nas longas horas perdidas no supermercado? Ou por baixo de uma mesa de café, junto de cascas de amendoins pisadas e beatas mal apagadas?! E eu respondo… o amor, precisa de tempo, e sem ele o amor não tem oportunidade de se manifestar para salvar a relação. Por isso, mulheres e homens das ilhas e arredores cabe-nos a nós reservar tempo para o amor, única e exclusivamente para ele… só assim a relação sobrevirá!

2 comentários:

  1. Antes de mais... Magritte, The Lovers - dos meus preferidos! Sou uma eterna romântica, o amor precisa de nós entregues, sem barreiras...e assim, há sempre tempo para ele!
    S*

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  2. Numa noite de inverno, um homem na casa dos 30 chegou a casa do pai. Sentados à lareira, o filho confidencia-lhe que está com problemas conjugais. O pai sorri. Levanta-se e vai buscar o álbum de fotografias de família: 40 anos de casamento, centenas de fotografias. E, em todas elas, desde a mais antiga até à mais recente, o mesmo traço comum: o sorriso e a cumplicidade gravados no rosto do casal.

    Ao ver o álbum, pergunta o filho: “Amaste sempre a mãe?”

    Responde o pai: “Houve dias que a amei como nunca supôs ser possível. Mas houve dias em que tive de trabalhar imenso para isso. As fotos apenas nos mostram os momentos felizes. Mas, sabes filho, foi esse trabalho que nos fez passar de uma foto até outra!”.

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