quinta-feira, 5 de maio de 2011

Vai-se aiando... - HOJE no AO

Finalmente fez-se fumo branco com a troika! Ai não… afinal foi só cinzento rato! A ver se agora ao menos a Finlândia nos aprova a ajuda…mas como eu sempre ouvi dizer que da Finlândia “nem bons ventos, nem bons casamentos”…Ai, não! Isso é da Espanha! Esperem lá… mas maus casamentos não é só na coroa britânica?! Olhem…valeu-nos ao menos nos últimos dias a televisão… que nos brindou com dois programas líderes de audiência: o casamento do Will (ai…) e da Kate e o programa da Júlia (não o da manhã, mas o de domingo), aquele dos gordinhos! À custa deles (dos gordinhos), tenho o iPod carregado de música há quatro dias, e o despertador tem tocado sempre às sete da matina religiosamente (AI!)! Mas não tenho ido correr…não… ainda tenho que ver mais uns programas para me sentir inspirada e mudar os meus maus hábitos de não fazer exercício, nem comer saudável… ai…
E com tantos “ais” com que já pontuei este texto, veio-me à lembrança a não declaração do Sócrates, que ao contrário dos operadores dos call-centers, que estão interditos de dizer “não”, fez questão de não dizer mais nada que “não”… será que isso quer dizer alguma coisa, ou não?! Estaremos cá para acompanhar os próximos capítulos desta “novela”, à custa da qual a Globo tem perdido audiências, pois consegue juntar o melhor do drama à comédia, passando pelo suspense ao crime, cujos protagonistas ou vilões dificilmente seriam identificados pelo melhor dos CSI’s… acho que nem o Horatio Cane ou o Gil Grissom nos valiam na resposta à questão deste episódio de mais um: “Quem tramou os portugueses?!”.

Houvesse uma Jessica Rabbit a bambolear-se ao lado do Sócrates, do Catroga, do Louça, do Passos Coelho, do Silva Pereira, do Jerónimo de Sousa ou do Portas (ordem completamente aleatória e que podia ser preenchida com tantos outros nomes) e ao menos a trama era musicada e mais ritmada! Estamos definitivamente tramados, ou em bom inglês “done to the steak”!
Cépticos, cínicos, crentes, utópicos, cansados e fartos, andam todos os espectadores desta novela sem fim à vista… e enquanto a chuva no molhado continua, nós, os tristes, lá nos vamos arrastando neste zapping dos programas políticos e alguns mais politicamente correctos… voltei ao pesos pesados agora, os da Júlia, vá… o dos gordinhos!
Cá por casa (e para quem já tinha saudades de croniquices mais caseirinhas) a mais pequena já aprendeu, com tanto drama, as palavras “horrível”, “imediatamente”, “urgente” e “necessário”, usando-as a contra gosto, umas de forma mais correcta do que outras, mas sempre de forma muito imaginativa… como por exemplo: “o tecto hoje está horrível” para se referir ao céu cinzento que teima em não deixar de cobrir a ilha de S. Miguel. Também já tem conceitos claros de economia do lar, escusando-se de levar do supermercado alguma fruta ou legume que não aprecia com um ligeiro e maduro: “Mãe… isso é muito caro!”. E assim, vão crescendo os infantes da crise, embalados num berço de austeridade, restrições, paleio financeiro e lições de moral económicas de previsões trágicas e devastadoras de pé de chinelo… Não me admirava nada que qualquer dia a visse a inquirir as barbies e os nenucos se já pagaram impostos ou se têm os descontos com a segurança social em dia, ou até mesmo se estão de acordo com a subida de impostos em todos os bens de consumo em lugar dos cortes nos salários, subsídios e…?! Ai… ponto final!

O sorriso...



... como sempre, é uma questão de pormenor!