sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Houston, we have a... weekend!

... e sim, adorava ir à praia, apanhar o sol que não apanhei neste Verão, sentir o calor na pele, que era uma consolação... mas, não! Não... comecei o final de semana com um telefonema da creche, a mais pequena está com febre! Oh sim, oh yes... yet again! E aqui estou eu, com mais três toneladas de preocupação maternal no pêlo... e porque é que não consola nada ouvir pela enésima vez: "Mas Sílvia, isso é normal, os miúdos pequenos apanham montes de viroses!"... Pois é, mas porque raio é que a minha apanha com montanhas delas por ela e pelos outros miúdos todos?! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! Pronto. Já passou.
Vou dar mais um colinho e passar mais um fim-de-semana de molho!
Nos entretantos ponham lá uma velinha por mim aos vossos santos padroeiros, que os meus já se queixaram do odor a vela queimada!
Beijufas e pantufas para todos...
FUI

Um dia assim... (Esta semana de volta ao AO)

São sete da manhã, o relógio toca… bom, não é bem o relógio, é mais o despertador do telemóvel, porque o relógio é digital e o seu despertar irritante. Não gosto de acordar cedo, nunca gostei, talvez por isso sempre tenha tido empregos que só me obrigavam a acordar depois das nove. Também tive a sorte de os ter sempre perto de casa, ou relativamente perto… mas hoje, vou para o outro lado da ilha, que não é longe, mas que com o despertar às sete já não me permite tomar o duche que se impõe para acordar. Adio mais cinco minutos, ora se não tomo banho e não, mais vale dormir mais cinco minutos, e depois mais cinco e com cinco mais, já dormi um quarto de hora, não integral, mas interrompido, que tenho sempre que acordar de cinco em cinco minutos para o adiar mais um pouco. Acordo, levanto-me, ao passar pelo corredor sinto o respirar sereno da minha filha que ainda dorme tranquila. Cruzo-me com o meu marido na casa de banho, faço a higiene matinal necessária, visto qualquer coisa ao acaso, despeço-me com um beijo breve e saio de casa a correr, com sacos e tralhas e chaves e sem moedas para tomar café. A manhã passa assim, entre umas horas de trabalho, um duche antes de almoçar, um almoço a correr e a tarde instala-se no meu dia, acompanhada por uma enxaqueca daquelas, que me faz doer as temperas, até ao ponto de me deixar a lacrimejar e bocejar num sem fim de agarra a cabeça e pena, pena, pena… é um dia normal, tirando a enxaqueca, que não aparece todos os dias! No cair da tarde, o dia começa para mim, vou buscar a minha filha, recebo um abraço saudoso, juntamente com os recados do dia… uns dias com queixas de mordidas, uns dias com quedas, uns dias com neuras… mas sempre, sempre com ela nos braços, porque por pior que o meu dia tenha sido, o melhor de todos eles é ela! Por vezes, a seguir a isto, temos compras a fazer, outras vezes, vamos directas a casa, e pouco tempo mais temos para um banho, algumas brincadeiras e jantar! E depois… depois ele chega. E quando ele chega a casa, o mundo todo cai-me nas costas e eu deixo-me cair nos braços dele. E quando me pergunta, como foi o teu dia… os momentos que se seguem valem mais do que horas de psicanálise e terapias sem fim.
Quando me perguntam, por vezes, porque é que uma “miúda” tão pouco convencional como eu, sucumbiu assim à tradição mais “retrógrada” da história, o casamento, eu nunca me lembro destes momentos assim, mas respondo sempre que se não fosse com ele, não teria casado com mais ninguém… e acho que a verdadeira razão que leva alguém a casar com outra pessoa é mesmo essa, sem mais histórias, nem argumentos, nem tretas… só isto: a certeza de que se não fosse com esta pessoa, não seria com mais ninguém!
Não me peçam para explicar porque decidi casar e não apenas juntar-me, acho que isso, até hoje não sei bem explicar… o que me pareceu no momento em que ele me pediu em casamento, é que não havia, naquele momento, nada que eu quisesse mais do que isso, o que, para mim, neste momento, continua a fazer todo o sentido!
Se é difícil estar casada?! Não acho. Não acho mesmo, pelo menos não mais, nem menos difícil do que é manter uma relação com alguém, com a certeza diária, de que, aconteça o que acontecer, o meu final de dia acabará sempre da melhor forma, com ele a entrar porta adentro e eu a sucumbir a mais um dia de luta, de vida, amparando-nos os dois, um no outro, aconteça o que acontecer!