terça-feira, 18 de maio de 2010

Tomei a liberdade...


... de partilhar convosco isto:


"Se puderes,

Sem angústia

E sem pressa.

E os passos que deres,

Nesse caminho duro do futuro

Dá-os em liberdade.

Enquanto não alcances

Não descanses.

De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,

Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.

Sempre a sonhar e vendo

O logro da aventura.


És Homem, não te esqueças!

Só é tua a loucura

Onde, com lucidez, te reconheças…"


Miguel Torga


Porque há muito quem tenha escrito, mas poucos que o tenham feito, como se fosse só para nós!

Um bilhete de ida...


Eu não gosto de mudanças! Aliás... não é bem que não goste, mas custa-me! “Dar o salto”, arriscar, trocar o “certo pelo incerto”, mesmo na certeza de que este incerto será o lugar mais certo para mim. Tenho um defeito de fabrico, não consigo celebrar a mudança, mesmo quando acredito que tudo aquilo que ela vai trazer é bom! Tenho este defeito. Mas depois tenho outras virtudes: a coragem, a destreza, a desfaçatez de acreditar que sou capaz e o descaramento de tentar mudar!
Estes últimos dias têm sido um verdadeiro tumulto! Entre trocas de e-mails, reuniões, telefonemas, esperas, negociações e pensar... muito pensar... o certo parece-me um tédio e tudo dentro de mim é sede de mudança! Não sei se vai correr bem, não sei se vou ser bem sucedida, se vou gostar! Seria louca em acreditar que sim, sem dúvidas nem hesitações... a vida ensinou-me, com os seus avanços e retrocessos, que até no mais belo pano cai a mancha e que aquilo que nos faz feliz nem sempre é o mais perfeito! Assim sendo, decidi arriscar, com tudo o que isso acarreta, com todas as mudanças que isso implicará e em breve, conto eu que possa ser muito brevemente, deixarei de “bloggar” deste sítio onde me encontro... e o futuro... o futuro o amanhã dirá!
Sabem, eu acredito que realmente, a idade traz muitos benefícios, inclusive a capacidade de nos resignarmos e acomodarmos, com a certeza e o conforto de que assim é que somos felizes! É por isso, que o tempo de mudança é agora, hoje... porque me recuso a deixar de acreditar e abraçar o “marasmo” de uma vida de “certezas absolutas”, pois certa, certa mesmo, essa é só a morte, tudo o resto são promessas de certezas, com que nos iludimos diariamente, engolindo-as aos pouquinhos com copinhos de água de paciência e conformismo!
Hoje sinto-me privilegiada, pois a oportunidade passou-me à frente e eu estou em condições de lhe tocar com a mão! Ao mesmo tempo, morro de medo que as coisas corram mal... mas isso, isso só saberei se arriscar! E hoje, arrisco!