segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Possíveis Improváveis na Vida da Mulher a 1000/h...


Existem na minha vida uma série de coisas, realisticamente possíveis, mas que por causa da minha realidade me são... realmente improváveis! Baralhados!? Eu passo a “desbaralhar”...
Todos os dias ao sair de casa e ao entrar no carro penso: “Tenho que lavar este carro!”. Absolutamente a mesma coisa que penso ao sair dele, todos os dias, quando chego a casa!
Todos os dias ao olhar-me ao espelho, ou antes do verdadeiro ataque ao frigorífico, num final de tarde esfomeado me lembro: “Tenho que começar a fazer dieta!”, o que concluo todos os dias com a mesmíssima promessa: “Amanhã!”.
Todos os dias ao deitar-me me lembro, que me esqueci de aplicar o maravilhoso creme Serum 7, oferta da minha mamã... mas todos os dias tenho preguiça de me voltar a levantar para tratar de o aplicar! Consolo-me em pensar... “Também, não estou ainda assim tão mal!”.
Não há dia em que não tente arranjar um espaço no meu tempo, para por fim comprar aquele creme reafirmante da Shiseido, que me prometeram fazer maravilhas na minha pele de efeito casca de laranja (leia-se celulite)! Todos os dias me arrependo de ainda não o ter feito!
Existem, como estas, uma série de “coisinhas”, ninharias que me fazem ver que 24 horas não são horas que cheguem no dia de uma mulher, se para além de tratar dos filhos, trabalho, dela e do marido, esta ainda quiser dar-se ao luxo de dormir! Mas, esta semana, ou a semana, que passou, que este Português dá margem para dúvidas, decidi tirar uma meia hora por dia, para todos os dias tratar das minhas unhas, que não cresciam devidamente desde que a minha filha nasceu! Assim, do possível improvável fiz perfeitamente realizável e trata de todos os dias, depois de a menina estar na cama, trazer o “kit manicure” e trata de aplicar fortalecedor, cálcio, limar arestas e hidratar cutículas, massajar com óleo de amêndoas doces... resultado: umas unhas fortes, magníficas e saudáveis, como já não me lembrava e um marido rezingão e queixoso, exigindo o livro de reclamações, com alegações de “falta de assistência”! - Não há pachorra! Se trato delas no escritório, tenho o chefe “em cima”, se trato delas em casa, o marido não se cala... isto de se ser mulher exigia pelo menos mais duas horas por dia, só para tratar de nós devidamente, sem criancinhas a reclamar atenção e a borrar-nos a pintura toda, com carinha de quem não parte um prato, mas a loiça toda se nós deixarmos e maridos carentes a apresentar reclamações a anexar numa folha de divórcio provável se hábitos assim se mantiverem! 4 dias... foram 4 dias, nos quais me prestei a este luxo, mas o atraso que ficou em tarefas afins, vai-me custar 4 meses! 4 Meses!
Ainda me lembro de um tempo, que parece “dinossáurico”, em que no “Chez Mamã” me dava ao luxo de gastar 3 horas a arranjar-me para ir a um jantar... “C’est la vie, mon amie”, “É pró questá”... Dizia o outro!
De qualquer das formas, juro, que vou deixar de fazer posts sobre unhas e mãos e pés, que isto parece que está a virar tendência... Talvez amanhã... Amanhã deixo! ;)

Sexta-feira, seis da manhã... acordo atordoada e assustada com aquilo que parecia ser o som da minha filha a sufocar. Levantei-me, corri para o quarto dela e o que acontecia de facto era que ela estava a vomitar! Podia ter sido cómico, se não fosse tão preocupante e assustador, porque ela estava a fazê-lo de olhos fechados e quase em silêncio. Não passaram mais de 15 minutos e os vómitos estavam de volta e assim estivemos durante duas dolorosas horas, em que ela foi agravando as queixas, o que nos levou a correr com ela para as urgências do Hospital! Estivemos cerca de duas horas em observação e a criança que entrou naquelas urgências, tremelicando, chorando e vomitando sai de lá de ânimo renovado, dizendo “ADEUS” a tudo o que é médico e auxiliar hospitalar! Aparentemente não passou de mais do que uma indigestão, provavelmente provocada pelo leite, tratada com ben-u-ron, para acalmar as dores das cólicas, soro e chá, bebido em colherezinhas e um dia de dieta, a canjinha da mamã!


Não chegou para o susto e levou-nos a um estado de pânico tal, totalmente desconcertados, atarantados, perdidos, sem saber o que fazer para ajudar o nosso “rebentinho”! O Pai, conseguiu “infiltrar-se” pelas urgências fora e acompanhou-nos na última hora de “observação”, enquanto aguardávamos pelas fezes da menina, que seriam depois também elas sujeitas a “observação”... Ansiosos os dois por esse “passo de mágica” da nossa pequena... foi no meio de uma conversa angustiada, que ela nos interrompe para dizer a apontar para a fralda: “Cocó”! Nunca, nunca na minha vida gostei tanto de ouvir essa palavra e jamais me esquecerei do arzinho dela, que como que percebendo a nossa aflição nos anuncia o seu esforço para fim do nosso sufoco! A “observação” concluiu que estava tudo ok e pudemos voltar para casa, mas ainda assim em constante estado de alerta para novos sintomas ou desenvolvimentos! São momentos destes que nos lembram da importância que estes pequenos seres e o seu bem-estar têm na nossa vida!


O Sábado e o Domingo seguiram-se com naturalidade e aproveitámos para uns convívios salutares com amigos, beber um chá em Porto Formoso, enquanto ela “esbanjava” charme para tudo o que era transeunte e uma curta visita ao Teatro Micaelense para ver a World Press Photo 09 da Canon! Exposição a não perder, sem dúvida alguma! O Domingo foi pacato, caseiro e domingueiro e conseguimos até acabar por levá-la à praia! Mas sempre que nem águias... sim, porque essa de “pais galinha” não existe cá em casa... nós aqui somos mais é “pais águia”! Que não tiramos os olhos do nosso “ratinho”, com sondas e radares escrupulosamente apontados a qualquer alteração de tez, cor, expressão, estado de espírito e físico.


Hoje, deixei-a na Creche, um pouquinho estranha, um pouquinho retraída e o meu coração está aqui partido, porque o meu olhar não a alcança e esta mãe águia anda perdida em outros voos... não sou religiosa, mas juro por Deus, que nestes dias já rezei umas tantas rezinhas! Não vá o diabo tecê-las, hoje, vou continuar a rezar...