quinta-feira, 14 de abril de 2011

Nada exprimiria melhor o meu estado actual...




... e como quem canta, seus males espanta...



I can't get no satisfaction


I can't get no satisfaction


'Cause I try and I try and I try and I try


I can't get no, I can't get no


When I'm drivin' in my car


And that man comes on the radio


He's tellin' me more and more


About some useless information


Supposed to fire my imagination


I can't get no, oh no no no


Hey hey hey, that's what I say


I can't get no satisfaction


I can't get no satisfaction


'Cause I try and I try and I try and I try


I can't get no, I can't get no


When I'm watchin' my TV


And that man comes on to tell me


How white my shirts can be


But he can't be a man 'cause he doesn't smoke


The same cigarrettes as me


I can't get no, oh no no no


Hey hey hey, that's what I say


I can't get no satisfaction


I can't get no girl reaction


'Cause I try and I try and I try and I try


I can't get no, I can't get no


When I'm ridin' round the world


And I'm doin' this and I'm signing that


And I'm tryin' to make some girl


Who tells me baby better come back later next week


'Cause you see I'm on losing streak


I can't get no, oh no no no


Hey hey hey, that's what I say



I can't get no, I can't get no


I can't get no satisfaction


No satisfaction, no satisfaction, no satisfaction

Os senhores do FMI - HOJE no AO

Perdi tanto tempo em divagações sobre o potencial aspecto que os senhores do FMI teriam, que no dia em que eles chegaram ao país, as minhas fantasias criativas me impediam de pensar no efeito real que a real chegada teria e estava mais interessada em perceber se eles tinham o aspecto dos “MIB” (Men in Black – para quem não se lembra do filme é um em que eles caçam extra-terrestres e se vestem de fato preto, óculos de sol incluídos e têm uma caneta que apaga a memória de todos os terrestres, para que possamos continuar com as nossas vidinhas mundanas e nos esqueçamos que semelhantes seres do além por ali tinham estado), se teriam o aspecto dos “Gosthbusters” (os tão velhinhos Caça Fantasmas, com máquinas às costas e raios de gel e lasers, que sugavam os fantasmas para dentro de umas caixinhas metálicas, mas que andavam miseravelmente vestidos, com macacões castanhos, e se abanavam ao som de uma música intemporal: “Who are you gonna call? – Ghostbusters!”), ainda considerei que também pudessem ter o aspecto daqueles homens das brigadas de minas e armadilhas, equipados com fatos dos pés à cabeça, “à prova de bala, à prova de tudo”! O meu lado mais quixotesco, ou sebastianista, dependendo da visão ibérica que queiram escolher, também os imaginou assim montados numa mula, de bigodinho e ar sumido, mas heroicamente empunhando uma espada ou uma lança medieval, carregando o peso de uma armadura metálica inglória… mas não. A chegada dos senhores do FMI, do FEEF e do BCE (aka. “A Troika”), foi para mim, uma verdadeira desilusão. Os senhores do FMI não tinham nada um ar de salvadores da pátria, de grandes heróis com canetas de “esquecimento” ou de máquinas milagrosas para sugar “fantasmas” das contas públicas… não… os senhores do FMI eram só uns senhores de fato, com penteados e gravatas de aspecto duvidoso, a lembrar uma certa essência de político, com um laivo de rigidez germânica e frieza nórdica e uma indubitável palidez, de quem não sabe que o que a vida tem de melhor não se encontra entre as quatro paredes de um escritório.
Fiquei desiludida, confesso! Aparte disso, penso, que tudo o resto correu conforme o previsto. Fez-se um grande alarido com a chegada física dos senhores, provavelmente os ditos vão deliciar-se com a gastronomia maravilhosa do nosso querido país e com a hospitalidade calorosa das nossas pobres gentes, deverão ficar estupefactos com o dimensão da “lata” da nossa classe governativa e com a “profundidade” do buraco das nossas contas públicas e depois toca de aplicar uns cortes aqui, uns apertos ali, uns ajustamentos acolá, isto depois do bucho cheio de um belo bacalhau com broa e de uma pinga do nosso melhor aperitivo do Douro e digestivo do Alentejo, (ou no horário de almoço, uma aguinha do Luso, Pisões ou do Caramulo). Os jornalistas deram-se ao trabalho de “noticiar”, que ontem de manhã, alguns técnicos da Troika (vulgo “Senhores do FMI”) se deslocaram a pé desde o seu hotel, na Avenida da Liberdade, até ao Ministério da Finanças, o que pode ser visto de diversas formas, ponto um, confirma-se que são “sumíticos” e por isso não pagam táxis, ponto dois, não confiam nos nossos transportes públicos e estão-se nas tintas para a falência das empresas que os gerem, ponto três, o hotel até nem fica longe e a minha teoria da “comezaina” na noite anterior confirma-se! (Conselho de amiga: se assim for, prescrevo-lhes um remédio nacional, Água da Pedras. Depois disto, eles hão-de ficar baralhados, com certeza, com a ideia pré-concebida, que somos um país de parcos recursos, não senhor, temos boas águas e bom vinho e pagasse o “achismo” imposto, éramos todos mais ricos que o Bill Gates.) Assim, resta-nos a nós, plebe, aguardar pela verdade e toda a verdade… mas será que nós conseguimos lidar com a verdade, toda a verdade e nada mais do que a verdade?!