segunda-feira, 28 de setembro de 2009


Acabei de deitar a minha filha, que finalmente cedeu ao sono apesar dos seus 38 graus de febre. Lá fora ainda estão pessoas na praia, na esplanada. São 19 horas. O meu marido ainda está a trabalhar! Na esplanada à direita dois jovens apaixonados trocam bilhetinhos de amor em guardanapos rasgados com mensagens carinhosas, à qual respondem com beijinhos de passarinho, bem repenicados! Já vos disse que é Sábado?! Não... bom, talvez também não seja relevante! Está calor hoje. Esteve calor a tarde toda. Talvez por isso aquela febre teimosa teimasse em não baixar. É a terceira vez que ela está doente este mês... Não foi um mês fácil! Penso se aguentarei seguir os meus sonhos, com todos estes pesos às costas... fui admitida no mestrado, já vos tinha dito?! Humm... também talvez não seja relevante. Não sei se o vou conseguir fazer! Mas vou tentar! Há dias assim... em que não “há pai que aguente”! (...) Mas para isso é que está cá a mãe...

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Eu tenho um segredo...



Há já algum tempo que sou seguidora deste blog! Segundo eles, também eu sou membro desta sociedade secreta! Achei piada ao conceito, acho que todos nós temos um desejo secreto de saber os segredos dos outros, no fundo, porque sob a capa do anonimato se conseguem revelar muitas coisas, que por vezes dando a cara não se revelam! Eu, curiosa que sou acerca do material “humano” e do “social” no geral, gosto de ler aquilo que as pessoas são capazes, que pensam, que sentem, mas não dizem! Além do mais, o site prima pela originalidade das imagens e músicas, que na maior parte das vezes são brilhantes! E foi assim, que numa das minhas “espreitadelas” dei de caras com este segredo:



Fiquei chocada... ou nem tanto assim, porque a verdade é que por rancor e desejo de vingança de desgostos amorosos o ser humano é capaz dos maiores actos de crueldade!

Dos comentários a este segredo salientam-se os que enaltecem o acto de vingança e os moralizadores... que apupam o facto da atitude reprovável por parte das duas “supostas” amigas! A verdade é que já todos nós tivemos a nossa quota-parte de amigas “supostas” e “supostas” atitudes de amizade! Não há pessoas perfeitas e muitas vezes é mais fácil deixarmo-nos levar pelas nossas imperfeições do que tentarmos aperfeiçoá-las, que leva mais tempo e é mais doloroso!

Uma questão que me incomodou no meio disto tudo foi a de ler alguns comentários onde se lia que as mulheres são umas “cobras”, “cabras”, capazes das maiores atrocidades umas para com as outras... quê, nunca se ouviu falar de traições masculinas do género?! A traição não é desculpável, seja feminina ou masculina, porque se trata de uma falta de amor e respeito para com o companheiro e a falta de lealdade é sempre reprovável! Assim como as traições nas amizades, que indicam a não existência da mesma! Por isso, dizer que uma amiga nos traiu, é o mesmo que dizer que não temos amiga... se calhar nunca a tivemos! Uma triste constatação que custa e dói, mas que nos poupará muito sofrimento! A verdade custa sempre mais do que a mentira. Por norma, a verdade tem menos brilho e glamour do que a mentira e a ilusão, mas a verdade não tem preço... vale por si e é o que é! Antes morrer com uma verdade, do que viver uma vida cheia de mentiras e ilusões!

E porque eu não tenho medo, nem das verdades, nem de dar a cara pelos meus segredos, aqui fica o meu, em género de Shiuuu... Não contem a ninguém, mas:

“Às vezes canso-me das responsabilidades da vida de mãe, esposa, trabalhadora e mulher! – Era bom se de vez em quando pudesse desligar a corrente e deitar-me ao sol!”

Bom fim-de-semana a todos!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Tadinhos deles...


“Act like a Lady, Think like a Man” – NO WAY JOSE!


Que é isso pá?! Já não me bastavam os livros de auto-ajuda do Doctor Phill ainda me vem agora este bacano dizer para nos pormos todas a pensar feito homens! Havia de ser lindo... primeiro não havia troço de estrada que não tivesse pancadaria de parar o trânsito, depois havia ruptura de stock de Sagres e Super Bock nos Hipers mais próximos... e em dia de jogo da bola o País parava!

Enfim... segundo este senhor, que ainda deve acreditar na teoria dos géneros, todas as mulheres sonham com o Príncipe Encantado e todas acreditam nele, chorando como Madalenas arrependidas de cada vez que lhe partem o coração! A par disso, os homens coitadinhos são uns pobres diabos, vítimas da testosterona e ataques de infidelidade crónica! Diz ele, que todos são iguais e nós é que somos parvas em não sermos como eles!
Enfim, uma teoria de baboseiras, que tem como único fundo de verdade o facto de que muitas mulheres se deixam ser manietadas no amor, por falta de auto-estima! Isto sim, uma grande verdade, porque quem não se ama, não pode ser amado!

Que também é verdade que ao longo da nossa vida vamos conhecendo pessoas, que estão tremendamente erradas para nós e que devemos sempre relativizar o sofrimento... isso também parece que diz que sim... mas daí a dizer que as mulheres é que são parvinhas em não terem ainda percebido, que os homens são assim... e bla, bla, bla... Tadinhos... e tadinho dele, que como homem e autor desta pérola só deve conhecer meninas e não mulheres, ou então se as conhece são feitas de uma fibra, que não a da Mulher do Século XXI, que eu tanto me prezo de ser!
Amigo... open your eyes... não são os homens os únicos a trair neste século, nem as mulheres as únicas a sofrer por falta de amor! Engraçado como ele promete logo nas primeiras páginas do seu livro dizer tudo aquilo que as mulheres querem saber acerca dos homens, como se tudo isso coubesse num livro! Há coisas que nem as próprias sabem que querem saber acerca deles! E parece-me um pouco pretencioso, se não mesmo totalmente descabido achar-se dono de todas as respostas, como que a concordar com a velha máxima de que os homens são todos iguais! Será?! Eu, que não sendo muito rodada, mas tendo alguma experiência de causa, conheço homens que são um bom vinho e outros pura surrapa aguada, assim como há mulheres que são verdadeiros petit gateaux’s de chocolate preto e outras gelatinas sensaboronas de gordura animal sem açucar!

A única verdade que saiu da boca deste senhor em todo o programa, foi que para manter uma relação era preciso fazer aquilo que se fez para a conquistar! Ora nem mais, até aqui estamos de acordo... mas não sou adepta de grandes teorias generalizadoras... prefiro sempre acreditar que há uma variante X, Y e Z, que as fazem mais cedo ou mais tarde cair todas por terra! ;) Mr. Steve Harvey... if you allow me... I’d rather keep acting like a lady and thinking like one as well... cause there’s nothing better than acting and thinking exactly the way you are!

Para Vosso Bel-prazer um pequeno extracto de uma interview com o possuidor destas ideias, so to say... o "idiota":


You say men expect three things in return for their three Ps: support, loyalty and the “cookie.” “The way we men connect is by having sex. Period,” you write. You say that if a woman withholds sex for one month, she risks losing a partner.


Here’s the deal: If you’re pregnant with our child, we understand, we’re not barbaric – we got that there’s a waiting period. Now, if you’re just holding out, what are you saying to this guy? A guy has to have certain things and the woman knows it.

Ó Senhor… e uma amiga também não precisa de “cookie”... Olha que não me viam muito satisfeita se também não o tivesse durante 1 mês... e nem a desculpa da gravidez lhe valia pah!

At the same time, you suggest women should abstain from having sex with a new partner for 90 days. Do you think that’s realistic in this day and age?


I think it’s absolutely realistic. That’s the problem: Women have given up their standards and their requirements because of us. We have made you think that if you don’t put out in a certain amount of time, you’re going to drive us off. The real deal of it is, there’s nothing you can do to beat a guy off that really wants you. If your wall is a foot and a half high, you’re going to have a lot of guys playing in your yard, digging up your grass, messing up your flower bed. If you’ve got your bar set high, that’s what we’re going to rise to.

Ok. Está certo… e então vocês?! Onde têm as vossas “bars”?! Set low... tão low que teríamos de rastejar para lhes chegar ao perto?! Ò Amigo... My, oh my! Custa-me a crer que todos os homens saltem um murinho, só porque ele é baixinho! Certo?!

That brings me to the “keeper,” a woman who commands respect, and the “sport fish,” a girl with no rules who keeps things “day to day.” Popular culture seems to favour the second kind: the low-maintenance woman, the non-nag. You preach the opposite.


It’s you, the woman, who has the power to determine whether you’re a keeper or a throwback. It’s the way you act, it’s your standards, it’s what you’re willing to accept, what you will put up with. A woman has a right to know when she’s going to get married, if you’re going to marry her. A woman should not be at a guy’s beck and call. That’s ridiculous.

Até aqui estamos de acordo! Mas olhe que também lhe posso dar uns tantos números de guys, que são girl’s “beck and call”! Got it?! Não é do género... é geral!


I find it hard to believe that a woman who tells a man upfront she is looking for marriage and children is a keeper. Most men would run.


That will get the right guy for you.


Ou isso, ou um morcão qualquer, que só porque te ouve dizer que queres casar, aproveita logo para te deitar amarras e atirar ao chão!


You write: “Whatever the case, we men are no longer connecting with that special part of you that makes you a woman.” What do you mean by that?


When a man does not understand your value, we disconnect from you. That’s why I implore women, keep your standards and your requirements high. My wife never lets her standards down. When we’re heading to the car, she stands by her door because she knows, and she expects and she requires, that it’s my job to open her door for her.

“BANANA”… Ai Desculpem… eu “disse isto alto”?! Mas é que esta soou-me mesmo a conversa de pau mandado... quê?! Vocês não sabem fazer nada, sem que nós vos digamos aquilo que esperamos de vocês?! Ó, give me a break!


And you enjoy that.

I love it. Please. I love her showing that I am a man, that I am her man, that she made the right choice. The average man enjoys being a man if given the opportunity. But look, if you’re going to be a “chirp” girl, where I hit the button and the car door opens and you pop in, then that’s how I’m going to treat you. A man relishes and takes pleasure in doing those things because it makes him feel like a man. If a woman just grabs the door or pulls her own chair out, I’m telling you, you’re killing it.


Olhe lá senhor… e se a menina não gostar que lhe abram a porta?! Também há disso...


Vá... viperinas feministas... agora deliciem-se com o resto sem as minhas intervenções:

Croniquice 12ª - 24.09.09 - no AO


"Que crescer é duro, já toda a gente sabe! Que com o acumular dos anos, se acumulam também uma série de maleitas e responsabilidades, isso também já não é novidade, mas agora, que com a idade, vêm também toda uma série de cedências e mudanças em relação à nossa pessoa, personalidade, gostos e traços, “alto e pára o baile”, que isso aí ninguém me disse!
Ninguém me avisou, que em prol do meu bom nome profissional ou possível carreira eu iria ter que assumir todas as decisões do meu empregador como válidas e única palavra! Ninguém me disse, que a minha cara no meu horário profissional, não era a minha, mas a da minha empresa! Ninguém me alertou para o facto, de que ser mãe também é sofrer. Ninguém me contou acerca da paciência de símio, que cresce em nós como calos. Ninguém me disse que na idade adulta a sinceridade era uma arma e a amizade um pretexto. Ninguém me falou das angústias que se sofre, por se saber que a morte existe e que o Pai Natal não! Ninguém teve sequer a decência de me avisar, que tudo na vida tem um custo, que se não é pago em euros nos é cobrado em suor! Não perdoo por não me terem avisado que das muitas informações que debitamos, cada um credita a que quer e apenas a que serve o seu propósito. Ninguém me falou das injustiças, que ia ter que ver, calar e “comer”, em prol de uma dita “estabilidade” e um suposto “equilíbrio”!
Hoje sou uma criança revoltada e um adulto em fase de negação, porque me recuso a crer, que a vida é só isto e que a maioridade é também, ao que parece, a pior idade! Não é justo, não se faz, deixarem-nos desejar a idade adulta com tanta ânsia por causa de uma promessa de liberdade e depois acorrentarem-nos a vidas rotineiras e limitadas em que o sonho são as férias, realidade paralela e temporária do mais árduo trabalhador, sem direito a mais sonhos do que os 21! Não se faz e é ingratidão, alimentarem-se da nossa inocência pueril, muitas vezes menosprezando-a e fazendo-a parecer inútil, quando ela é de facto, aquilo que de melhor a vida tem! Não sou como o Peter Pan, não se pense, que a minha infância já há muito a deixei partir. Eu quero é crescer, só que ninguém me avisou, que crescer, por vezes, não era ser tão grande assim!"

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Para relaxar...

http://www.wimp.com/choirhands/

Reunião de Pais e a Fervedura do Chá!


Segunda-Feira e apesar de não ter carro, tive Reunião de Pais... e se por um lado acho estas modernices da participação activa dos Pais na Educação dos Filhos e na intervenção nas medidas pedagógicas da instituição, uma coisa muito progressiva, positiva e necessária, por outro fico sempre num misto de dúvida, insegurança e inquietação, pois por vezes realmente percebemos que as coisas mudam para se ajustar às nossas melhores intenções e vontades, mas o facto de ter aqueles pais todos ali juntos deixa-me sempre desconfortável e com ataques de timidez crónica!

Mas desta vez não me aguentei e tive que fazer um intervenção a alto e bom som no meio da dita (mal ou bem, ainda não sei) Reunião. Eu bem que tentei prender a voz e o indicador no assento da minha cadeira com o rabo, mas quando dei por mim, já a mão me saltava para o ar num ímpeto e a voz para o som, num tom meio “chá morno”, para não ferir susceptibilidades! A questão não foi tanto ter algo contra, nem a favor do que se dizia... a questão foi a forma como foi dito, aquilo que foi dito, demonstrando puro desconhecimento da realidade de muitos pais ou então puro desinteresse! Assim, num tom meio ríspido a tender para o Ralhete, a Directora do Colégio quase que “ordenava” aos Pais que não deixassem os seus filhos mais do que 10 horas na instituição, sendo que não era bom para eles! Bom, eu bem sei, que não há colinho como o de um pai e de uma mãe... mas também sei, que com horários de 8 horas de trabalho ou mais e duas horas para almoço, por uma questão simples de matemática, muitos pais não conseguirão de facto poupar os seus filhos de semelhante “tortura”! Na minha inocência, julguei eu, que na impossibilidade de se dar “colinho” aos nossos filhos, fosse nosso dever encontrar-lhes e pagar por e para eles o melhor “colinho” substituto possível! Assim, foi com desagrado, que escutei aquelas palavras ríspidas, repetidas três vezes e acompanhadas com ar de censura e “murrinhos” na mesa! Não gostei! Não que não concorde que o melhor para uma criança seja estar bem ao lado dos seus queridos pais, mas penso que não caberá à instituição repreender quem o faz, sem olhar a “comos” nem “porquês”! A minha filha fica uma média de oito a oito horas e meia na Creche, mas para não ficar mais do que isso, não por respeito à recomendação da Creche, mas porque ninguém quer mais do que eu passar tempo com ela, eu arrisco-me diariamente a levar um real chuto no traseiro do meu empregador, que não me penaliza por não cumprir à risca o meu horário de trabalho e porque eu sempre fiz questão de vincar que o meu trabalho é importante, mas a minha filha essencial! A minha intervenção não foi para pedir atenção ao meu caso, mas para moderar o tom da Moderadora, que se esqueceu que a generalização não é boa para o negócio! Não gosto de injustiças e generalizar, tirando conclusões sem ver caso a caso, no meu entender é a maior das injustiças... Só eu sei o que custa todos os dias deixar a minha filha no Colégio, mesmo sabendo que é considerado um dos melhores e que pago e BEM, para que ela seja bem “servida”! Não me venham agora com ralhetes moralizadores, que se o bem estar da minha cria interessa a alguém é a mim acima de tudo e não admito, que dêem a entender o contrário! Falei por muitos pais, que com certeza se calaram pois tal como eu, quando entram naquelas Reuniões se sentem de volta às salinhas e cadeirinhas da Primária! “Não se faz, Não se diz, Não, Não, não...”! Bufff...

Como se isso não bastasse o resto do tempo foi passado a falar do Plano de Contingência do Colégio para a Gripe A, que adoptou tudo o que foi medida de Prevenção, que se não safa os nossos filhos da Gripe os torna em maníacos da lavagem e desinfecção das mãos, tal é o exagero de número de vezes que as crianças têm agora que as lavar!
O Conhecimento tem um peso... já se sabe, mas a insustentável leveza do Ser não dá para mim... que embora pesada e carregada, prefiro continuar a ter conhecimento de Causa!
Ainda assim, na Próxima Reunião de Pais, lá estou eu... serei aquela na fila de trás, com fita-cola na boca e as mãos coladas aos bolsos!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Bocadinhos de Casa, bocadinhos de nós, bocadinhos de mim...

Porque a vida e nós próprios somos feitos de aglomerados de bocadinhos, amarrados mais ou menos forte num todo... aqui ficam "bocadinhos de mim, de nós e de casa", capturados em imagens nesta minha "interrupação" de quatro dias, que conforme prometi, aquilo partilho convosco...

Bocadinho de mim...


Bocadinho dos Reis da Casa no Zoo...

Bocadinho da nossa sala...

Bocadinho do quarto da Princesa...

Bocadinho da zona de descanso...

Porque vocês merecem e porque todos os dias coloco neste blogue bocadinhos mais ao menos grandes de mim própria, para que vocês os consigam amarrar e assim me possam "ler" melhor!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009


Pois... ao que consta estou de volta, ao trabalho, à ilha e à blogosfera! Nem tudo é mau, mas podia ser melhor! Resumo destes meus quatro dias de “interrupção”: descansei, matei saudades de família e amigos e a minha minorquinha cortou o cabelinho pela primeira vez!
Isto de se ser emigra nas ilhas do próprio país tem muito que se lhe diga... e se por uma lado estamos a umas duas escassas horas de distância de avião, por outro parece que o isolamento e a distância de se estar a viver numa ilha, ainda marcam mais a partida, do que se partíssemos para outro sítio qualquer...
Bom, ficaram prometidas umas fotos, que coloco amanhã, porque apesar de a neura de segunda-feira ainda não se ter conseguido instalar em mim, que venho de ânimo retemperado pela ida a casa, não começou da melhor forma este dia para mim... esqueci-me do cabo da máquina fotográfica e enquanto fui a casa, para o ir buscar e pousar umas comprinhas feitas à pressa na hora de almoço, avariou-me o carro, que começou a “bufar” literalmente pelo “capot” e a deitar fumo como uma chaleira em ebulição! Para bem dos meus pecados, queira Deus, que não tenha queimado a junta da colaça... que eu não sou religiosa, já o disse aqui, mas se uma reza me poupar uns trocos... ai aí eu rezo... se rezo!
Nesta minha viagem e num ímpeto hipocondríaco de agonia pela Gripe A, espalhada em partículas por esses aeroportos fora, dirigi-me à farmácia para comprar um frasquinho de gel desinfectante para as mãos... quem tem crianças pequenas saberá o desespero que é tentar fazer com que eles não ponham a mão em tudo o que “tocam” com os olhos, nem a boca em tudo o que tocam com a mão... e assim o frasquinho de gel, que me acompanhou nesta viagem serve-me agora de puro vício, pois não consigo olhar para ele, sem me lembrar logo de me esfregar toda de cima a baixo! Por sua vez, a minha filha que até gostava que eu lhe esfregasse o gel nas mãos, ganhou-lhe um ódio mortal no segundo em que se lembrou de o provar! Oh God, make me good...
De resto, quem mais lucrou com estes 4 dias foi mesmo a minha repolhita, que ganhou uma tonelada de prendas e mimos e quilos de desobediência! Incrível como os avós e família mais próxima estragam em dois dias de mimos, semanas de disciplina! Não que seja a autoridade em pessoa no que diz respeito a filhos, mas que tento pelo menos fazer com que ela pareça uma criança bem comportada... lá isso tento, ninguém o pode negar! Mas os avós só “ deseducam”, como me disse e tornou bem claro um dia a minha mãe... “Para educar estás cá tu! Eu eduquei-te a ti e bastou-me!”. E parece que bastou mesmo, porque não conheço avós mais liberais do que estes... que enquanto escolhíamos um par de sapatos na Chicco para a minha filha a deixaram pegar em 30 e fugir com eles, espalhando-os pela loja fora e se riram como crianças ao vê-la experimentar tudo o que era brinquedo naquela loja! Never again, my friends... I say never again levar a menina às compras com os avós!
O IKEA estava cheio como um ovo e mais me pareceu estar na Galiza do que em Matosinhos, tirando isso à custa de “nuestros hermanos” e da impaciência bruta do meu mais que tudo lá deixamos ficar um carrinho cheio de coisas lindas para trazer para a ilha... nem a cadeira suspensa, que levei três meses a convencer o “homem da casa” a aceitar no pátio se safou... Lá ficou... abandonada num carrinho cheio... “No Natal levas!”, disse-me ele em tom de consolação. Como calculam, não consolou! Enfim... batalha perdida, mas não a Guerra! Wait and you shall see!
De resto, nada de grandes novidades, o Porto continua frenético, Ponta Delgada continua abafada e húmida e eu... eu... continuo a 1000/h, mas agora apeada, vamos ver até quando! Logo hoje que tinha reunião de Pais no Colégio... oh what a shame!!!

Croniquice 11ª - 17.09.09 no AO


"Ora bem, vamos lá ver… se eu me dirigir antes de si a uma caixa de multibanco com todas as contas do mês mais algumas para pagar na mão e um ataque de trenguice nata nos dedos, você amaldiçoa o minuto em que tropeçou naquele degrau e eu consegui chegar antes de si! Não faz de si uma má pessoa, repare, apenas uma pessoa ocupada, com mais do que fazer do que esperar em filas! Se eu estiver na caixa do supermercado, com tudo o quanto é saco, saquinho, compra, comprinha, cartão, cartãozinho e ainda pedir factura, você pensa que não devia ter ido para aquela caixa! Exactamente o mesmo que eu teria pensado na sua situação! Se eu parar o meu carro em frente à porta de uma casa, sem passeio, numa estrada com um sentido e uma via, você espera que eu descarregue tudo da mala, tire criança, cão e acessórios, enquanto me roga pragas em tom de surdina, a altos berros no seu interior! É compreensível, quem nunca o fez?! Se eu parar para abastecer o meu carro e ao pagar o combustível ainda pedir um café para tomar, enquanto você espera colado com o seu bólide na traseira do meu, você acha isso uma falta de respeito gigantesca e provavelmente atira-me fogo pelos olhos! Afinal de contas, se os olhares matassem, já muitos de nós não estaríamos aqui! E agora pense, se for você a fazer tudo isso… vai gostar de saber, que eu estarei a pensar a mesmíssima coisa que você pensaria?!
Numa sociedade de pressas e pressinhas, comidas rápidas e rapidinhas, rapidez e a contra-relógio, não há tempo para a compreensão com desconhecidos, mesmo quando os desconhecidos também são iguais a nós! Por vezes, penso que seria bom, que as pessoas vissem as outras como espelhos, tanto quanto se olham a si próprias nos mesmos!
Eu, sou exactamente como você, já estacionei em cima de passeios, segundas filas, passei sinais vermelhos e atrasei-me no pagamento das contas. Já tive dias bons, dias maus, dias mais ou menos e dias assim-assim… tal e qual como você! Será que sou assim tão estranha, má ou diferente?! Não me parece, que o seja tanto mais ou menos do que você o será para mim… Era bom ter tempo para saber perder tempo com os outros, conscientes, que por vezes também são os outros que o perdem connosco!"

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Dancing with Myself...


E amanhã vou a casa e quase não me aguento de ansiosa e de contentinha!
Happy, happy, happy...
Vou comer comidinha da mamã, descansar na minha chaise longue, desfrutar de ver a pequenina a brincar no quarto que decorei e preparei para ela com todo o carinho e amor durante meses!
Vou a casa, minha gente, que as ilhas já me são familiares, mas ainda não são casa!
Vou ver o meu Porto, cidade, o meu Rio Douro. Ver as minhas amigas, matar saudades num jantar “cumbíbio” já reservado... ai... que nunca mais é amanhã! Sentir o ar mais leve, sem estes 96% de humidade regular diária e respirar o ar, que me viu nascer a mim, ao meu querido e á minha repolhinha! Desta vez vou tentar trazer umas fotografias aqui para o cantinho... Fica prometido!
Para já, só me apetece dançar... depois de ter passado a noite em claro, num estado mais para lá do que para cá... hoje de manhã acordei cheia de força... e vinguei-me do meu cólon com uma deliciosa sobremesa de bolo de chocolate negro com frutos silvestres... Louca, eu?! Nada disso, só não vou deixar de viver, só porque ele é irritável e facilmente cede ao stress! Enfim, nada como uns bons miminhos da mamã e do colinho da família e amigos, para voltar em força e a 1000/h! Até 2ª...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Ooooh Silvia...


Hoje de manhã assisti a um verdadeiro milagre meteorológico... daqueles só mesmo possíveis de ver nos Açores! Antes de sair de casa e para confirmar que não seria necessário um casaco para a minha repolhita, fui espreitar à janela para ver o tempo... estava um sol lindo e já se via gente na praia, entre banhos de sol, mar e algum suor, apesar da hora ainda matutina! Assim, saímos de casa, ela e eu, sem casacos e com ar de sol! Ao chegar à rua, qual não é o meu espanto, quando me deparo com uma parede de chuva intensa, que chovia torrencialmente apenas na zona da estrada e passadeiras e poupava o parque de estacionamento, mesmo em frente e a praia, que continuava solarenga, com os seus adeptos secos, pelo menos os que estavam fora de água e um sol, que continuava a brilhar! Fiquei cerca de 2 minutos, naquela indecisão entre esperar que a chuva passasse ou voltar a entrar em casa para pegar num guarda-chuva! A minha filha, deliciada com as gordas pingas, que inundavam o chão sorria cumplicemente na minha direcção e então, assim como tinha começado a chuva parou! Cheguei seca ao carro, mas a passos largos, porque imaginei que o S. Pedro ainda me quisesse tramar!

Entretanto ouvi no rádio que morreu mais um mito da minha geração! Patrick Swayze. De resto fiquei danada porque tive um daqueles pressentimentos, quando esta semana o meu marido ao vê-lo na televisão disse: “Esse já morreu, não já?”. Grrrr... “Não, está a lutar!”, disse-lhe eu! Mas naquele momento soube, que não seria por muito tempo! E não, não sou bruxa... mas tenho uns feelings momentâneos, que não sei explicar! Tenho pena por esta morte... primeiro, porque sonhei muitas vezes, que um dia ele ainda me ia levar a dançar à chuva! Segundo porque odeio cada vitória que esta maldita doença trava na batalha contra os seres humanos! Não imagino pior doença que esta... que dá cabo de nós por dentro, que não se vê, que não se compreende, nem sequer se sabe porquê... que escolhe as suas vítimas aleatoriamente e que mata sem dó nem perdão... fazendo-nos sumir aos olhos dos que mais nos amam, que impotentes se limitam a ver-nos travar uma luta diária, constante, contra um inimigo invisível, que nos come por dentro! Por isso admiro muito quem luta numa batalha destas e venero quem as vence! Lamento por quem as perde e sinto que perco um pouco de mim junto de cada um deles...

Já em outras reflexões vi-me perder o controle do carro, por causa de uma zona de piso molhado e provavelmente algo “escorregadio” também. Nada de grave... Apenas umas pernitas a tremer que nem varas verdes... as minhas, porque felizmente já tinha deixado a minha filha na Creche! E agora estou aqui... pronta para mais um dia de trabalho, mais um em que o tempo não passa, porque esta semana acabo mais cedo! Vou a casa!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

...em Branco...


Branco.
Em Branco.
A Preto e Branco.
O Branco e o Preto.
A D. Branca.
Deu-lhe uma branca.
Ficou branca.
Branco leite.
Branco gelo.
Branco puro.
Imaculadamente branco.
No meio de tanto branco, pintou um borrão de tinta preta!
Branco mais branco, não há!
Tudo preto no branco.
Branquínho.
Branquelas.
Branquérrimo.
Branco pérola.
Branquear... roupa, os dentes, dinheiro.
As Brancas.
O fim.
O Começo.
O Medo.
A incerteza.
A insegurança.
A desfaçatez.
A timidez.
O Esquecimento.
O Erro.
O Recomeço.
O Espaço.
A Limpeza.
A Pureza.

Cabe tanta coisa numa folha de papel em branco... e hoje nesta, não caberia nada, porque às vezes, um bilhetinho em branco diz tão mais, do que muitas palavras!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Sinuca da Vida!


O bilhar, snooker ou sinuca, como lhe chamam os nossos primos do outro lado do Atlântico, é uma bela de uma representação metafórica da vida!
Senão porquê, vejam só:
Cada um de nós vai jogando na sua vez, tentando sempre “meter a bola certa”, se falhar terá que aguardar a sua próxima tentativa e arriscar-se a ver passar a vitória do jogo para o seu adversário.
Mas, por vezes... só por vezes, aquele que está em vantagem mete a “bola negra”. E o 8 passa a 0!
Na vida, como no bilhar, convém sempre calcular a jogada antes de “meter a bola”!
Bom fim-de-semana a todos e boas “jogadas”!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

...o meu reino por um poeta!


Presos por laços semânticos os termos Prosa e Poesia andam de mãos dadas com os conceitos lirismo e prosaísmo. O lírico e o Prosaico opõem-se em semas e em temas. Como tudo na vida, a própria vida em si, pode ser vivida em prosa ou em poesia! Ou seja, temos momentos na vida em que oscilamos entre o prosaico e o lírico, mas na essência a nossa própria vida só poderá ser uma das duas!
Há pessoas que são prosaicas, dadas a longas prosas e a longos discursos articulados, sem actos, nem factos de grandes “versologias” e há pessoas que tornam a sua própria vida num autêntico acto de esforço poético, com grandes rimas, topos e estruturas sistémicas ora de verso livre, ora de verso “preso”.
Conheço histórias de vidas que dariam autênticas epopeias, enquanto outras não passariam de uma alegre quadra S.Joanina, simples em ideias e versos, mas ricas em conteúdo e emoção. Porque não se pense que a grande felicidade só está nas grandes obras poéticas. Assim, como nem tudo o que tem conteúdo se escreverá em grandes romances. Por vezes, a sintetização de um conto é o cúmulo do poder da representação!
Eu, sou uma pessoa lírica e ainda que por vezes me sujeite a uma prosa, que escrevo com ligeira facilidade, tenho em mim guardados a sete chaves os verdadeiros lirismos, que dão cor à minha vida!
No meu sangue, a poesia corre em gotas, torrentes de gotas, que me enchem as veias e que por ser tanta, se escreve, aparentemente em prosa! Mas no final dos meus dias, aquilo que quero é ler na minha vida, a minha melhor “proesia”!
Para uns “amor é prosa, sexo é poesia”, para outros “campanha é poesia, governação é em prosa”! A prosa, para mim não existia sem a poesia, nem a poesia sem a prosa. Assim como não existiria bem sem mal, nem branco sem preto. Mas se me perguntarem onde está “o sublime”, terei que dizer, que em nenhuma das duas, senão que está na junção das mesmas... porque o melhor poema continua a ser, aquele que foi escrito em prosa e a melhor prosa, aquela que foi escrita como pura poesia!
E agora, perguntam vocês, mas porquê tanto trocadilho?! Porquê este banho literário de dialéctica de estilos... e eu respondo... porque sinto a poesia na minha vida a falecer e por momentos pensei, que “trocava a minha vida por um dia de ilusão”, quando me apercebi, que a minha vida está já ela cheia e plena de dias de férteis ilusões.
Não quero só prosaísmo, por favor recita-me um verso, de vez em quando ao ouvido... basta de prosa, quero um dia de poesia!

Nível Pai!


Num dos títulos de revistas com bebés na capa de hoje, li em letras maximizadas: “9 vantagens de ser mãe”! Fiquei curiosa, (objectivo cumprido da parte da maximização das letras), ainda que na verdade apenas pelo facto de não saber quais as nove que seleccionaram... só porque eu, assim de repente me lembro de bem mais do que nove!
Mas a par dessas e porque nem tudo na maternidade são flores e ursinhos, também me consigo lembrar assim de umas quantas desvantagens de se ser mãe. Principalmente de o ser, como eu, e estou certa que muitas outras mães e pais o são, sozinha! Entenda-se sem o apoio da família e alguns amigos ou sequer conhecidos por perto! Que, se hoje em dia já vamos começando a ter um par ou outro deles, dos amigos e conhecidos, leia-se, de início não tínhamos nenhuns por perto... o que nos levou a sentir muitas vezes: verdadeiros pais ilha! Assim, desde que a minha repolhita nasceu, nós, pai e mãe, enquanto casal, não sabemos o que são sessões de cinema, nem grandes concertos ou festas de dance. Não sabemos o que é estar de papo para o ar na praia horas a fio, de olho cerrado a passar literalmente pelas brasas! Também já não sabemos o que é um jantar a dois ou uma saída romântica sem horas nem preocupações alheias aos dois! Engraçado como já não me consigo lembrar da última vez que entrei num bar ou numa discoteca para dançar a noite toda ou encher-me de produtos tóxico menos lícitos! Da minha parte, já não me lembro do que é beber mais do que um copo de vinho branco, acompanhado de um bom jantar... tudo porquê?! Porque não me posso dar ao luxo de ficar de ressaca, ou mal disposta, ou na ronha... porque a minha filha só nos tem a nós no dia seguinte e não tem culpa da mãe ou o pai estarem cansados da borga!
Por vezes, e porque não nos esquecemos nunca, apesar disto, que somos um casal, tentamos ir jantar e levá-la, o que acaba em uma das três hipóteses seguintes: 1. Somos interrompidos por uma birra monumental dela; 2. Ela fica aborrecida e perdida de sono e andamos a jantar a meias e a ficar cada um com ela à vez; 3. Ela adormece e raras vezes temos um jantar sossegado em tom de surdina!
Outra coisa que não é fácil é tentar levá-la a jantar connosco naqueles restaurantes mais “in”, de tendência mais intimista, que se não são assumidamente anti-bebés, também não fazem por não sê-lo, porque por vezes, nem uma cadeira de refeição para crianças têm...
Numa tentativa desesperada da nossa parte, para recuperar algum romantismo, por vezes metemo-nos os três no carro e vamos até ao drive-in do Mac’Donalds e, se a coisas correr bem, das duas uma, ou comemos a refeição no carro em frente à praia com ela a dormir na cadeirinha no banco de trás... ou a deixamos empanturrar-se de batatas fritas, para nos esquecermos por minutos de que ela está ali!
E agora perguntam vocês, casais sem filhos ou alminhas “amaternais”... mas se isto é assim, porque é que alguém no seu perfeito juízo quererá ter mais que um filho!? É que à primeira, cai quem quer! (...)
E eu digo-vos, que à segunda quem quer cai! A verdade é que as 9, ou mais vantagens de se ser mãe compensam em muito essas “desvantagens” e “once you go dad, you never go back”! É como a passagem para um outro nível, como comentava ontem o meu mais que tudo: “Eu já estou no nível Pai, agora não volto atrás!”...

Croniquice 10ª - 10.09.09 - A Equação do Amor


Homem ama mulher. Mulher ama homem. Casam, vivem juntos e são felizes para sempre! Neste problema simples, de resolução aparentemente banal, faltam todas as variáveis, que tornam esta, mais uma, das grandes equações problema da vida humana. É que homem ama mulher, e mulher ama homem, mas muitas vezes não são o mesmo homem ou a mesma mulher, que um ama, ou que é amado! Em semelhantes silogismos, de crescimento exponencial ou linear, muitas vezes é a matemática que nos trama, quando um mais um é igual a outro, ou mais dois ou três! Homem ama mulher, que é esquisitinha que se farta. Mulher ama homem, que é um zero à esquerda e não ajuda em nada! Ou, mulher ama homem, que gosta muito de amar, mas é outras mulheres! Ou homem ama mulher, que não sabe o que é amor! Como estas haveria muitas outras suposições e variáveis ao problema simples inicial! Diziam-me no outro dia, assim em género de confidência, que o amor era só início, quando eu sempre julguei que ele seria um fim! Linhas tortas e travessas meias, levaram o amor para o primeiro lugar e dos fins se fizeram princípios e os princípios desvirtuaram-se! O amor agora anda nas ruas, nas travessas da amargura e está em vias de extinção natural, segundo consta, pois agora é tudo mais do que artificial! Já não há um “Amo-te” e basta! Não... tem que haver sempre um mas... “Eu amo-te, mas... as coisas não são fáceis!”, ou pior, quando um amo-te não tem sufixo, mas prefixos ajustáveis... “Ah e tal... estou num momento complicado, não sei bem aquilo que quero, mas Amo-te!”. E assim andam os corações deste país com bolsos e cabeça em crise, coração apertado e perdidos do sentido da vida. Desculpem se não sei falar da forma como este sentimento é tratado e abordado nos dias de hoje sem ironia ou sarcasmo, mas quer-me parecer que daqui a uns anos, com tanta falta de experiência instintiva na matéria acabarão os nosso filhos a par da Educação Sexual, por ter aulas e disciplinas de Educação no Amar! Não se ensina a amar alguém, ama-se e já está. Não se explica nem quantifica este sentimento, que nasce naturalmente e sem se saber bem porquê e a única forma de conjugar o verbo e realizá-lo é mesmo fazendo-o no gerúndio... amando!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009


Pois é... Vai daí, estou de volta!

Cansada, morta, ainda um pouco preocupada, mas estou de volta! A quem se admirou pela falta de “produto”, digamos que nem sempre o infortúnio é amigo da “pena”, que quando nem sequer tempo se tem para pegar nela nos vale de nada! A inspiração foi sufocada pelo medo e estive 24 horas, sobre 24 horas, preocupada com o bem-estar da minha mais-que-tudo e tudo o mais, que esteve doente desde quinta-feira à noite, com umas febres que teimavam em não nos deixar e me punham a mim a ferver! Na sexta foi-lhe diagnosticada uma virose, foi medicada e ainda passamos o fim-de-semana inteirinho na companhia da (mal) dita daquela febre! Segunda-feira deixou-nos e ontem já tivemos temperatura amena nas nossas cabecitas, que ainda assim não acalmaram o ferver de corações dos últimos dias! Mas, hoje, estou de volta ao “negócio”, que é assim como dizer que está tudo “aparentemente” a voltar ao normal. Tenho a dizer que não durmo direito desde quinta-feira, não como uma refeição decente, desde essa altura também e odeio viroses!


Tendo dito isto... vou até ali tratar das minhas “coisaschatasquetenhoquefazersenãonãomepagam” e já volto!



P.S. – Tirando isso... hoje é dia de POST número 100!!! Voilá, três bien fait! ;)

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O Blogue do Pessoa!

Em relação à minha fértil imaginação, tenho a dizer, que imaginei o primeiro post do blogue do Fernando Pessoa, como algo deste género...




Post 1º - pessoa.meu.blogue.blogspot.com


“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.” E assim nasce também neste dia o meu blogue. O blogue de uma pessoa de seu nome Pessoa, em tudo como os outros, talvez um pouco louco. Mas, “Sem a loucura que é o homem/ Mais que a besta sadia,/Cadáver adiado que procria?”.
Neste espaço que é meu, “Tudo o que faço ou medito/ Fica sempre na metade./ Querendo, quero o infinito./ Fazendo, nada é verdade. // Que nojo de mim me fica/ Ao olhar para o que faço!/ Minha alma é lúcida e rica,/ E eu sou um mar de sargaço.”. Tentarei quando o assunto me faltar, fingir, porque afinal... “O poeta é um fingidor./ Finge tão completamente/ Que chega a fingir que é dor/ A dor que deveras sente.”. E eu... eu, acima de tudo sou um poeta! Porque prefiro escrever aqui, do que em folhas soltas de papel?! Poderão vocês perguntar... e eu respondo, porque “Livros são papéis pintados com tinta./ Estudar é uma coisa em que está indistinta/ A distinção entre nada e coisa nenhuma.”. E entre fazer alguma coisa e não fazer nenhum... eu prefiro negar-me a fazê-lo! “Ai que prazer/ Não cumprir um dever,/ Ter um livro para ler/ E não o fazer!/ Ler é maçada,/ Estudar é nada./ O sol doira/ Sem literatura./ O rio corre, bem ou mal,/ Sem edição original./ E a brisa, essa,/ De tão naturalmente matinal, /Como tem tempo não tem pressa...”. Neste blogue não há pressas, não há sim ou não, mas talvez... “O mistério do mundo,/ O íntimo, horroroso, desolado,/ Verdadeiro mistério da existência,/ Consiste em haver esse mistério.”.
Espero que gostem, que me visitem, que se venham sentar aqui à frente muitas vezes... em contemplação. “Depois pensemos, crianças adultas, que a vida/ Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,/ Vai para um mar muito longe, para o pé do Fado,/ Mais longe que os deuses.”.
“Sim, sei bem /Que nunca serei alguém./ Sei de sobra/ Que nunca terei uma obra.Sei, enfim,/ Que nunca saberei de mim./ Sim, mas agora,/ Enquanto dura esta hora,/ Este luar, estes ramos,/ Esta paz em que estamos,/ Deixem-me crer/ O que nunca poderei ser.”, porque o sonho deste espaço é meu!
Aqui vos deixarei conselhos e o primeiro conservai até serdes velhos: “Para ser grande, sê inteiro: nada/ Teu exagera ou exclui./ Sê todo em cada coisa. Põe quanto és/ No mínimo que fazes./ Assim em cada lago a lua toda/ Brilha, porque alta vive.”.
E em jeito de conclusão, aos possíveis anónimos que me possam visitar, com alegações de arrogância e prepotência da minha parte, apenas vos digo: “ Não tenho ambições nem desejos./ ser poeta não é uma ambição minha./ É a minha maneira de estar sozinho.”! Por isso, se vierdes para criticar, peço-vos... Não venhais de todo!

Hoje dei por mim a pensar, como seria se Pessoa tivesse tido um blogue!? Será que tinha um diferente para cada heterónimo?! Fiquei curiosa e cheguei à conclusão... que penso em coisas, que nem a um macaco lembram!

Croniquice 9ª - 03.09.09 no AO


Já alguém reparou, ou fui só eu, na proliferação do uso do adjectivo “complicado”, aplicado à descrição de estados, situações e pessoas nas mais variadas situações do nosso quotidiano?! Especialmente fértil e abundante é o uso desse mesmo adjectivo no feminino, ainda mais num irónico e comichoso diminutivo: “complicadinha”! Isto, quando usado para descrever pessoas, cujos comportamentos não se entendem ou, não se desejam entender! Opta-se assim pelo modelo Simplex e usa-se e abusa-se do mesmo!
Recordo-me de uma época, quando em género de bengala conversacional, era moda as pessoas usarem a expressão “coitadinho”, e não havia situação em que esse mesmo adjectivo não fosse usado e abusado, muitas vezes até de forma absurda... “Ai, coitadinho do homem, olha ficou sem casa, coitadinho, com a coitadinha da mulher e os coitadinhos dos filhos!”. Agora, quer-me a mim parecer que o “complicado/a/complicadinha” lhe anda a roer os calcanhares e a ganhar adeptos em tudo o que é situação... “Sabes, ele está num momento complicado e ela é complicadinha, não se pode fazer nada, porque é muito complicado... Olha, coitadinhos!”. Enfim, não há conversa, que por mais simples não tenha um “complicado” perdido lá pelo meio e no que diz respeito a este adjectivo as mulheres são tendencialmente as mais classificadas por ele. Vai do “complicadinha” desdenhoso, ao “complicadas” generalista e até ao “complicómetro”, apetrecho feminino psico-biológico, recentemente inventado, que defende a existência no sexo feminino de uma tendência inata para complicar situações, que aparentemente seriam simples! Que a mulher é complexa, já todos nós sabíamos, é uma questão de género, mas que o “complicanço” não é exclusivo do mundo das mulheres, isso também já estaria por estas alturas mais do que testado e comprovado. Não acreditam... então digam-me lá se não é complicar perder mais de uma hora a falar nas transferências futebolísticas, nos esquemas de jogos criticados e analisados à lupa por pseudo-treinadores de bancada ou trocas de galhardetes ideológicos e políticos, que passam do papel para o virtual e do virtual para o carnal! E depois ainda têm a lata de dizer que nós é que somos complicadas?!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A P.D.I.


Ontem tive que tratar de uns assuntos no Cartório da Localidade. E como em todos os assuntos tratados nos serviços públicos... a coisa demora o seu tempo! Assim sendo, tive tempo para não intencionalmente, é claro, pousar o ouvido na conversa de dois cavalheiros dos seus sessenta aninhos e poucos! Um deles, agora reformado por invalidez, que se queixava das maleitas do seu enfarte e da recuperação lastimosa, apontando no entanto que actualmente as coisas estavam bem melhores e que em lugar de se ficar internado 3 semanas num pós operatório cardíaco, hoje em dia bastava uma! O outro, mais lento no andar, dando laivos de uma certa ironia de “Saturday Night Fever”, dizia que bem pior tinha sido a recuperação dele da substituição de um osso partido na anca, que ainda hoje o fazia gemer de desconforto todas as noites! E assim perdidos naquela troca de galhardetes queixosos da Brigada do Reumático, chegam à conclusão que aos 20 anos é que se estava bem! Ao que o idoso do coração diz: “Olhe... 20, 20 anos foi o que me disseram que durava eu... eu sei lá se duro tanto!”. O outro de olhar sisudo, rezingou que a ele nem 20 lhe deram... disseram-lhe 15, no máximo! Ao que o do coração conforta, com a seguinte amargura, bem própria da idade e da vida sofrida: “ Olhe que caraças, aqueles palermas garantem 20... mas mais que 20 não garantem eles, sacanas... A gente devia era provar-lhes que eles estão enganados! Vamos o Sr. e eu durar mais 40!”. E riram-se os dois! Eu ri-me com eles... foi inevitável!
Saí de lá com um sorriso discreto nos lábios e três certezas serenas na cabeça: quanto mais nos sentimos próximos da morte, mais nós desejamos viver e é bem verdade que as prioridades mudam com a idade! A terceira certeza foi que independentemente da idade, o atendimento público demooooora...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

"Um amor, como aqueles de cinema!"


Quem visita este espaço, ou quem me conhece já sabe... que eu não vivo sem o amor... sem o arrebatamento, a respiração ofegante, o carinho, o respeito, a admiração, a surpresa, o calor, as tormentas, as rebeldias, os segredos, os silêncios, os grandes e os pequenos gestos! E porque para mim o amor é feito de tudo isso e muito mais, existe em toda e qualquer forma de arte, um veículo de expressão dos sentimentos e vontades humanas. Nesse sentido, existem para mim, no mundo do cinema, momentos, frases, músicas e filmes que transmitem em tudo a verdadeira essência do amor... seja pelas palavras, pelos actos, pelos gestos, que ainda que "fingidos" para o cinema, deixam transparecer as emoções do sentimento, que faz girar o mundo! Aqui ficam para vocês as imagens do amor no cinema, para mim, melhor conseguidas! Ou pelo menos, algumas delas! Divirtam-se...


Moulin Rouge - "Come what may"


Casablanca - "As time goes by"





África Minha - "He was not mine"





Dr. Jivago - "Lara's Departure"





La Tigre e La Neve





Paris Je T'aime






The Notebook









Pronto... e feito isto... Vou até ali namorar um bocadinho! ;)