quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Croniquice 12ª - 24.09.09 - no AO


"Que crescer é duro, já toda a gente sabe! Que com o acumular dos anos, se acumulam também uma série de maleitas e responsabilidades, isso também já não é novidade, mas agora, que com a idade, vêm também toda uma série de cedências e mudanças em relação à nossa pessoa, personalidade, gostos e traços, “alto e pára o baile”, que isso aí ninguém me disse!
Ninguém me avisou, que em prol do meu bom nome profissional ou possível carreira eu iria ter que assumir todas as decisões do meu empregador como válidas e única palavra! Ninguém me disse, que a minha cara no meu horário profissional, não era a minha, mas a da minha empresa! Ninguém me alertou para o facto, de que ser mãe também é sofrer. Ninguém me contou acerca da paciência de símio, que cresce em nós como calos. Ninguém me disse que na idade adulta a sinceridade era uma arma e a amizade um pretexto. Ninguém me falou das angústias que se sofre, por se saber que a morte existe e que o Pai Natal não! Ninguém teve sequer a decência de me avisar, que tudo na vida tem um custo, que se não é pago em euros nos é cobrado em suor! Não perdoo por não me terem avisado que das muitas informações que debitamos, cada um credita a que quer e apenas a que serve o seu propósito. Ninguém me falou das injustiças, que ia ter que ver, calar e “comer”, em prol de uma dita “estabilidade” e um suposto “equilíbrio”!
Hoje sou uma criança revoltada e um adulto em fase de negação, porque me recuso a crer, que a vida é só isto e que a maioridade é também, ao que parece, a pior idade! Não é justo, não se faz, deixarem-nos desejar a idade adulta com tanta ânsia por causa de uma promessa de liberdade e depois acorrentarem-nos a vidas rotineiras e limitadas em que o sonho são as férias, realidade paralela e temporária do mais árduo trabalhador, sem direito a mais sonhos do que os 21! Não se faz e é ingratidão, alimentarem-se da nossa inocência pueril, muitas vezes menosprezando-a e fazendo-a parecer inútil, quando ela é de facto, aquilo que de melhor a vida tem! Não sou como o Peter Pan, não se pense, que a minha infância já há muito a deixei partir. Eu quero é crescer, só que ninguém me avisou, que crescer, por vezes, não era ser tão grande assim!"

2 comentários:

  1. Sílvia depois de ler este teu post fiquei sem palavras. Só te digo que queria eu ter sido a autora dele. Beijinhos

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  2. Brown Eyes: Que faças tuas as minhas palavras se isso ajudar outros a perceber que crescer tem que nos tornar grandes em mais coisas do que só no tamanho!

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