terça-feira, 18 de agosto de 2009

O Maravilhoso Destino de "Silvie Martin"...


“Silvie”, que para além de esposa, amante, mãe, filha, amiga e muitos mais apêndices e atributos de relações consanguíneas e mais coisa, menos coisa, para além de tudo isso, trabalhava! Não fazia aquilo que sonhava, nem muito menos aquilo para o que se formou, mas fazia aquilo, que ao fim do mês lhe pagava algum dinheiro certo, fixo e lhe permitia pequenos luxos!
Para além de mulher “às direitas”, “Silvie” era também muito, muito gaja! E uma vez, que já todos perceberam que estamos a falar de mim, sim, moi, ich, ik, ego... aqui vai o relato do meu “maravilhoso” dia de hoje:
Levantei-me tarde e a más horas, para não variar.
Fiz tudo a correr, ainda tive tempo para partilhar uns sorrisos e gargalhadas com a minha filha, enquanto a levava até à Creche, ao som do imortal avô Cantigas, no seu mais recente “hit”, o Popó do Papá, que leva a minha filha aos píncaros de contentinha e feliz, enquanto vai tentando os seus melhores sons, os quais soam a emissões vocálicas, ainda sem ritmo, com muitos... “popopo, pó, papá, páaaa, paá... pipiopippii...”! Hilariante.
Cheguei ao escritório e passei a manhã entretida!
Voei até casa para almoçar, porque estamos a tentar instaurar e manter o hábito, que nos permite poupar uns trocos, comer mais saudável e ter cinco minutos de relax, privacidade e silêncio a dois! Depois disto, literalmente, atirei a loiça toda para a banca (que por estas horas deve estar à minha espera, a feder que mete medo!) e parti para umas compras rápidas de listinha minimalista: fraldas, bolachas, água, queijo, fiambre, pão e frango!
Mas, a gaja que há em mim, veio ao de cima e não resistiu em ir procurar um verniz LINDo da risque, que dá pelo nome de “flash dance” na esperança de embonecar as mãos, sem ter que despender de uma hora na manicura e quase 10 euros! Mais uma vez, na onda da poupança! Ora, claro está, não tinham o tal e tão desejado verniz, mas tinham outros dois, que não sendo tão baratos, nem tão desejados, me senti quase que “intimidada” a trazer pela simpatia excessiva e quase “ameaçadora” do género... “ai fazes-me procurar e não vais levar nada?! Ah!? Ah?! Ah?!” da menina da loja, que me assistiu! Saí de lá com dois vernizes, que não queria e menos 25 euros... AI! Shame on me... que isto não se faz! Mas bom... lá desci eu ao piso seguinte com vernizes na carteira e listinha de compras nas mãos, decidida a completar a minha missão, no tempo recorde de uma hora (menos 20 minutos, que perdi nas lojas dos vernizes)! Mas, eis senão que... acontece o inevitável... passei pela montra da Zara, deixei-me encantar pelas vozinhas mudas das letrinhas das montras, que entoavam: SALDOS, SALDOS... e lembrei-me que ainda não tinha visto o novo preço da camisola que trago no “goto” desde Fins de Junho... Vai daí... 5,99 Euros... IMPOSSÍVEL! É minha... “agarra que é ladrão”... essa e mais cinco, que eu não tenho culpa da Zara de Ponta Delgada ter roupas lindas, muito mais do que em qualquer Zara do Portugal Continental!
E lá ia eu, contente e feliz, quando vi as horas... CREDO! NÃO PODE! Atrasada 20 minutos... NÃaaaaaaoooooo.... Corri, Saltei, Cheguei! - Não fiz as compras e perdi a lista!

Cansada, mas vitoriosa, decidi brindar-me com uma pintadela e arranjadela de unhas mesmo antes de pegar no aspirador e esfregona... (sim, porque estamos sem senhora da limpeza há duas semanas...) e disse de mim, para comigo... cinco anos de licenciatura, dois de pós-graduações, dois anos de ensino, um de maternidade e aqui estamos nós! Levamos poucos Euros no final do mês para casa, mas DAMN YOU, serei a mulher da limpeza/escriturária com as unhas mais bem arranjadas desta ilha e arredores! E como me deliciei, com a minha nova lima bourjois... com 6 funções, um espanto... e o meu verniz roxo/quase azul/assim para o beringela morta! Passei as mãos pelo meu outro verniz caríssimo e acabadinho de comprar... rosa choque e não é que chocou mesmo?! Chocou e partiu... Caiu-me no chão!
NÃAAaaaoooo!
Fiquei a saber qual é a pior coisa do que ser apanhada pelo chefe a pintar as unhas no serviço... é mesmo partir um verniz rosa choque e vê-lo derramado em tudo o que é chão preto e móvel lindo! Toma lá... quem te manda ser orgulhosa... querias tu... ter mãos arranjadas! Verga-te e limpa... BRUXO! Limpei... limpei tudo... com algodão, acetona, kleenex... e teimosa como só eu, retoquei as unhas arruinadas e deitei mãos à limpeza geral!
Ora, para quem não sabe... tem estado nos Açores um tempo... (e desculpem-me os mais sensíveis...) de merda... o que fez com que eu transpirasse quilos de suor estivesse assim entre o arfante e o morta pela altura em que cheguei ao segundo andar! E quem lá estava, quem era?! O meu mais que tudo (sim... para quem não sabe... trabalhamos juntos)... que ao ver-me naquele estado, carinhoso como só ele, me pergunta: “Que foi amor?!”, Eu, passando a mão pela cara e varrendo com ela a vergonha de contar ao meu “chefe” (sim, eu sou esperta, não dou margem de manobra... sou mulher e secretária do Rei da Casa), comecei a contar-lhe entre suspiros e coradelas, a minha mais recente desventura... “Partiste um verniz caríssimo... deixa lá amor... foi esse?! Também... não gosto nada dele!”.
Infelizmente, não tinha sido esse, tinha sido o outro! BUÁAA... Antes de sair... ainda me chama outra vez, para cuidadoso, como só ele, me dizer: “Amor, tens chiclete na bota!”...
... a minha botinha de estimação... camurça creme... mas não... não era chiclete... isso mesmo... era verniz cor-de-rosa choque. Escusado será dizer, que entrei em choque... acabei a limpeza, retomei funções e agora vim desabafar...
Se isto fosse o maravilhoso mundo da Amélie... a história acabava aqui... mas como é o da “Silvie” amanhã estou de volta!

Croniquice do (não) Verão Açoriano e Historinhas de Pés...


E o Verão que anda a tramar os Açores?! Parece a minha filha, que descobriu agora a fazer o jogo do “CuCú”, “agora estou aqui... agora já não estou... olha lá pra mim... fui!”.
AH?! Esse malandro desse anticiclone da Região, que hoje tapou outra vez o bom tempo e nos cobriu de um nevoeiro digno do melhor dia de inverno londrino! E eu aqui... perdida em viagens de blogues alheios, a ver tudo o que é pernoca bronzeada de menina, fotos de férias em lugares paradisíacos, lugares de sonho... é que ninguém merece! E com isto, “foi-se-me” a vontade de escrever! Ainda por cima, nem que queira, as botas que trago calçadas hoje não me permitem tirar a real da fotografia da chuléquita à mostra, com a unhaca devidamente pintadinha da cor da moda... “azulejo português”, li eu algures por aí!
O meu pai sempre se intrigou com essa moda de fotografar os pés, descalços ou não... eu já tirei umas quantas fotografias dos meus pés em calçadas portuguesas e nem tanto assim! “Pés?! Mas que piada é que têm essas fotos?! Puxa... Não percebo!”, dizia ele de nariz aguçado a espreitar no meio da armação dos óculos, que sempre traz! Eu, sem saber muito bem, qual a piada continuei a tirar fotos de pés... talvez a piada seja só mesmo para quem tira e está na foto, que se recorda exactamente do local e altura em que a tirou e com quem! Para os outros... fotos dessas não passam mesmo de fotos de pés! Bronzeados, arranjados, mal amanhados, bem ou mal calçados! Enfim, pés! E se houve parte do corpo, que durante anos mais repudiei foi mesmo essa... os pés! Tendo superado apenas e ligeiramente o trauma ao conhecer os pés da minha filha! Ai maternidade... que operações transformas! ;) – Ainda assim, continuo a achar os pés uma parte curiosa e um misto de repelente e intrigante do corpo humano! Uma vez, ouvi alguém comentar a respeito dos dedos do pé de um bebé, que tinham uma “agilidade invejável”, coisa que nós adultos não tínhamos, porque a tínhamos atrofiado no interior de sapatos, tornando os dedos dos pés, segundo ele, coisas completamente dispensáveis! Terminou dizendo: “ Acho que o próximo passo da evolução humana será perder os dedos dos pés!” – Eu, ri-me e muito! Nitidamente este senhor ignora a vasta gama de vernizes da risque, Andreia e afins e a falta que uns belos dedos dos pés fazem na bela da sandaloca de uma bela de uma mulher!
Oh God... give me back my summer!