segunda-feira, 11 de maio de 2009

Sem palavras...


... não há palavras para contar esta história, nem cronicar acerca do assunto.
A Mulher a 1000/h calou-se e parou para ver: os primeiros passos da filha!
:)

Pensem comigo, Vá Lá!!!


Mais um domingo… mais um filme domingueiro, que nos entra pelos olhos sem percebermos muito bem, nem como, nem porquê… mas desta vez, e nem sendo sequer muito fã do género dei por mim a ver, aos bocadinhos, aquele filme do Jack Black e da Gwyneth Paltrow, “Shallow Hal” ou “ O Amor é Cego”. Para quem já viu, dispensa apresentações e quem ainda não viu devia ver… para pensar e não apenas para se limitar a gargalhar, que sendo propício a isso, pode ir muito mais além…

“O Amor é Cego”, é certo e sabido… não estou aqui para contestar nenhuma velha máxima, conquistada e adquirida em séculos de Humanidade, mas até se amar… será que somos cegos?!
A minha dúvida é esta, se por um lado é dado adquirido, que quando se ama, muitos dos defeitos da pessoa amada são ignorados, por cegueira inconsciente ou voluntária, antes de amarmos essa pessoa não existe máxima alguma, que justifique a falta de visão! Ou haverá?!

Quando se conhece alguém será que somos forçados pelo destino a amar essa pessoa, para além dos seus defeitos físicos ou de carácter?! Ou será que escolhemos amar essa pessoa?! Será que a cegueira antes do amor entrar em cena é voluntária?! Consciente?! Ou é o que já tinha que ser!?
Num mundo, como o de hoje, a imagem é tudo… muitas vezes sobrevalorizada, a verdade é que a importância da imagem na nossa Sociedade actual condiciona oportunidades, comportamentos, opiniões… mas será que condiciona relações?!

Sei de vários amigos com opiniões bem formadas a respeito do “seu tipo” de mulheres, assim como tenho várias amigas que procuram apenas um “tipo” de homem. Mas será que a procura por este tipo é consciente?! Sentir-se-ão elas forçadas a procurar este “tipo”?! E se o destino lhes apresentar o Grande Amor da vida delas, num tipo com o “tipo” errado?! O que acontecerá!?

Voltando ao filme… o personagem masculino, possuidor de uma “superficialidade” extremada, procurava um e apenas um “tipo” de mulher, de características bem definidas, inibindo-o de ter sucesso com todas as outras mulheres e nas suas relações, pois não se permitia sequer conhecê-las de verdade! Não passava para além do aspecto das mesmas. Um dia, enfeitiçado por um “guru”, vê a beleza interna das pessoas reflectida na sua imagem e encontra o verdadeiro amor da sua vida, que vendo com 50Kgs, pesava só mais 100! No final, e não fosse isto Hollywood no seu melhor, tudo acaba em bem, ele desenfeitiçado, escolhe na mesma o amor daquela mulher “acima de peso” tanto em carácter como em figura!

Dei por mim a pensar se não seria bom estar sob um feitiço do género… para poder ver na imagem das pessoas o seu verdadeiro carácter reflectido… seria tão mais fácil! Mas a imagem é um embrulho, que muitas vezes super embelezado esconde “presentinhos” bem desagradáveis.
Não procuro a perfeição no meu carácter, que admito desde já não a possuir, de todo! Mas muitas vezes desejei ter ido para além do “embrulho” e ter percebido antes da abertura o conteúdo do “presente”!

Nevertheless, tudo está bem quando acaba bem e passinho a passinho se aprende a andar! Com quedas e hesitações pelo meio… mas desejava, se calhar em vão, que o mundo não fosse tão fútil e que nós fossemos mais humanos, no verdadeiro sentido da palavra.

Há uns anos atrás, lembro-me de ter visto pousados numa mesa uns currículos anotados, depois de umas entrevistas para um emprego, em que a anotação que mais me chocou foi mesmo: “gorda de mais e com cabelo oleoso”, em tudo o resto o currículo da pessoa em questão era o ideal. Podia ter sido uma colega fantástica, trabalhadora pontual, bem-disposta e eficiente, mas era "gorda de mais" e tinha "o cabelo oleoso"… requisito essencial de resto, de quem quer ser bom empregado: Nunca ser gordo, nem ter cabelo oleoso! "Preguiçoso… é desculpável", "mal-educado… é compreensível…" agora "cabelo oleoso"?! Valha-nos Deus e as divindades deste mundo e do próximo!

A verdade é que as Leis do Mercado a estas atrocidades obrigam, a mentalidade de uma sociedade vitimizada por uma Moda do Belo, um culto do Perfeito em imagens tratadas, artificiais e em nada correspondentes com a natureza do envelhecimento e a própria natureza do Ser Humano fazem de nós alvos fáceis em julgamentos precipitados e penalizadores. É pena… “Temos Pena!”, dizem eles, quando a pena sentida ao lado do pesar assenta.

Numa segunda-feira cinzenta, em que o Verão se faz esperar, deixei-me perder nestas filosofias… “Pensas Demais!”, dizem eles… talvez pense, mas não há pensar sem pesar e numa segunda-feira cinzenta, de ilha e de pouco sol não há peso que não se sinta, nem sentimento que não pese!