terça-feira, 30 de junho de 2009

Uma hora na praia e um desejo de Pan... Peter Pan!


E voilá… Eis que chegou o dia, em que eu me decidi a fazer algo para mim, mas só para mim mesmo, nas minhas mal aproveitadas duas horas de almoço. Assim, saí do escritório a voar, parei em casa, vesti o bikini, que já tinha saudades de me ver e toca de jornalinho debaixo do braço e telemóvel ao peito rumar até à praia! E que bem que se estava! Um calor, que metia dó, um céu limpo e um sol LINDO a brilhar sem parar! Só de vez em quando vinha um ventinho pouco, mas muito agradável, que nos cobria a pele com leves partículas de areia preta!
Já não me lembrava de estar deitada ao sol, por mais que meia hora! Ok, também não estive muito mais… estive uma hora ao sol… e no meio dessa hora, algures entre os 25 e os 28 minutos, adormeci. Mas adormeci mesmo, assim daqueles sonos pesadinhos e concentrados, onde nem sequer a tão pouco atraente e reles baba faltou. Enfim, figuras tristes aparte, soube-me por horas de sono nocturnas estes minutos ali a dormir. E foram tão dormidos, mas tão dormidos esses minutos de sono, que por alguns momentos me esqueci onde estava e assim, ao acordar daquele pesado sono de Pequena Sereia adormecida, numa praia algures em S.Miguel, fiquei que nem uma tonta, quando me tentei levantar para saber o que me tinha acontecido. A única coisa que restou… uma sensação leve de descanso e relaxamento total e uma ligeira vermelhidão nas costas! Nada de grave, mas ainda assim sinal do estado do tempo!
Mas como ainda tinha uns minutos, resolvi olhar à volta. Sim, porque antes disso nem sequer vi quantas pessoas estavam na praia, como ou de que forma… só tinha um objectivo… ir até lá, tudo o resto era acessório!
Olhei em volta… Do lado direito 3 miúdas dos seus 14, 15 anos, de bikinis reduzidíssimos e gordurinhas salientes, acompanhadas de 4 ou 5 miúdos, por volta da mesma idade, com ar de quem não come há mais de um mês, espinhas na cara e calções compridos e floridos demais. Em frente a mim, um grupo de jovens dos seus 18 ou 19 anos, cantando músicas do Michael Jackson, enquanto tomavam alegres e sacudidos banhos de mar. Do meu lado esquerdo, um jovem trintão solitário, com ar de poucos amigos e ainda menos cabelo e um pouco mais acima, três verdadeiras “zobaidas” de cerca de 20 anos, de túnicas e pareo vestidos, olhando pelo canto do olho para os transeuntes, com olhar de desdém e risadinhas amiúde. Mais ao longe vislumbrei uma vizinha com o filho… despida de preconceitos nos seus 1,50 por 87 kilos, sem se perceber muito bem se a barriga trazia mais um descendente ou se havia práli um caso sério de falta de actimel com bifidus activos! Publicidades aparte, deu-me para rir… é que se nos tapamos no dia-a-dia, com tanto pudor e tão escrupulosamente, tentando disfarçar eventuais gorduras ou defeitos de fabrico, parece que ao chegar à praia vale tudo! É que a bendita senhora, para além de ostentosa, ostentava um bikini de envergadura para além de reduzida, em que até a mais dura fibra se perguntava se iria aguentar tanta “pressão”! Sério mesmo… e agora em tom menos viperino, mas será que ninguém lhe disse, que os trikinis também estão na moda?! Não percebo! Porque raio nos tapamos todos os dias com trapos mais ao menos afamados e mais ao menos bem escolhidos e depois nos estendemos assim ali ao sol… de vergonhas ao léu, sem pudores nem preconceitos! Não me entendam mal… Por favor, pela vossa alminha… mas haja bom senso e mais uma vez, a “tudo pensem, a tudo pesem”!
E de tanto pensar, voltei a analisar o quadro de cenário veraneante, que me circundava e dei por mim a pensar, que é bestial ter entre 15 e 20 anos, em que as únicas preocupações e as mais graves talvez também sejam: “Mas afinal, o que vou eu fazer para ocupar estes três benditos meses de férias!” – Bem hajam as criancinhas deste país, que eu quando for grande quero ser como elas!