sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Carta ao Pai Natal...

E ainda há quem diga, que o Hip Hop é vazio de conteúdo... TzTzTz! Ouçam lá esse! ;)

Teoria da Conspiração dos Brinquedos...


Chega a altura do Natal e chegam os catálogos de brinquedos, as publicidades fabulásticas com kits para os bonecos, que eu nem sequer para a minha filha tenho e às tantas dou por mim a comprar-lhe o Nenuco Banheira e o Nenuco Massagens e o Kiklá da Chicco, com os kits de muda, fralda e marsúpio e penso de mim, para comigo, se não saía mais barato ter outro filho em vez de todas estas criaturas de borracha lá em casa! Enfim... mas logo, me passa quando me lembro que estes, apesar de poderem chorar, fazer xixi, cocó, mamar no biberão e comer papinhas a brincar, trazem com eles, um botão que dá um jeitaço... assim aquele que diz ON e OFF! OK, mas não foi tanto a parafernália de brinquedos à disposição da canalhada de hoje em dia, que me motivou a escrever hoje. Aquilo que eu tenho constatado, é que, por norma, os brinquedos favoritos da minha filha são mesmo aqueles de aspecto mais dúbio, que levou um dia o meu afilhado a corrigir-me, do alto dos seus 4 anos e dizer: “ Madinha, não é O Noddy, é A Noddy!”, ao que eu prontamente respondi: “Não querido, é O... é um menino!”. “Menino?!” – diz ele - “Olha, tem petanas compidas e xapatos com lacinhos! É a Noddy!”... Pois... por esta é que eu não estava à espera, e de facto, quando comecei a olhar bem para o boneco, aquilo tem muito de transgénero... Foi aí, que aproveitei a deixa, para lhe explicar o conceito de Metro sexualidade! Portanto, aos quatro anos, o meu afilhado ficou a saber que o Noddy era um menino, mas um menino fashion! Um metro sexual! Desta vez estarei prevenida e em relação à minha filha, se dúvidas surgirem darei a mesma explicação. É que nos dias que correm, com tanta Manuela Moura Guedes e Castel Branco por aí à solta, quanto mais cedo eles aprenderem estas coisas melhor!
Mas voltando à bonecada. O Noddy, está mais que visto, deixa grandes dúvidas quanto à sua sexualidade, já para não dizer, que é um menino, que conduz um táxi, numa cidade de ursas, macacas, velhos e lápis de cor falantes! Vá-se lá perceber! Depois temos o Ruca, bonequinho do qual sou mega fã, porque transmite boas lições de moral e é giro e tal e tal, tem uma família feliz, com direito a mamã carinhosa, pai que ajuda nas tarefas domésticas, gato, que até nem suja muito e uma maninha fofinha com nome de flor! Aliás, levei a minha filha com 8 meses a ver o espectáculo do Ruca e ela delirou... simplesmente, me deixa na dúvida o facto de aquela criança ser saudável, o que me preocupa... já alguém reparou que o Ruca com quatro anos é carequinha como uma cebolinha, sem uma pontinha de cabelo para amostra e que ninguém parece reparar! É que até o avô dele tem mais cabelo... o pobre! Depois temos outra, não menos sinistra, mas muito amada bonequinha, a famosa Hello Kitty! A minha filha tem de tudo com essa gatinha, roupa, carteiras, mochila, triciclo, ganchos, fitas, bolachas, dvd’s... enfim, é a Kitty mania lá em casa! Para ela, a “TiTTy”! Mas quando começo a reparar bem na “Titty” dou por mim a pensar qual será o fascínio por uma bonequinha de desenho tão rudimentar, com amigos também rudimentares e de espécie igualmente indefinida, que dão pelos nomes de: “Cinamorol” e “Pompompourim”, ou lá o que os valha! Já para não falar que na maior parte das vezes em que a Kitty aparece em “merchandise”, só aparece a cabeça da mesma... não é tão macabro como a musiquinha do “Atirei o pau ao gato”, nem a do “Eu peço ao Sr. Barqueiro que me deixe passar, tenho filhos pequeninos acabados de criar... passará, passará, mas um filho ficará, se não for a mãe à frente, vai um filho lá de trás”, mas não deixa de impressionar se pensarmos nisso! Yiaiks!
De resto, nem vale a pena falar da melhoradas e assiliconadas Popota e Leopoldina, que depois deste Natal nunca mais serão as mesmas, a Popota deu uma de Kuduru e resolveu adoptar o estilo Caminho da Índias meets Marylin Monroe, meets sluty Hippo... a Leopoldina, desde que viu a Angelina na Tomb Raider, nunca mais foi a mesma!
E agora digam-me, andamos nós a educar canalhinha linda e decente, para este mundo lhes pôr nas mãos e vistinhas aos dois aninhos de idade toda esta “pouca vergonha”! Não se faz... Não se faz!

P.S. – E eu já nem vou falar na falta de órgão sexual do Nenuco... porque bom, com esse nome... estava-se mesmo a ver, né?! (Nenuco/Eunuco – será mensagem subliminar?!)