quinta-feira, 21 de maio de 2009

Paternalismos


Que a nossa Sociedade anda meia às avessas, que se rege por princípios, sem princípios e morais amorais, já todos nós sabemos. Mas ainda me choca a forma, como nós adultos conscientes, agimos e actuamos em relação às nossas crianças no nosso País. Pois se há valor, que penso que ainda se respeitaria neste País era o valor da Criança. Casos como o da Esmeralda, Joana e da Menina Russa, metido tudo no mesmo saco, bem apertado e espremido acaba tudo por demonstrar uma e apenas uma coisa: a falta de respeito que se demonstra neste País pelo direito das Crianças a ser amadas, ser felizes e ter um lar!
Nós adultos, perdendo-nos em meandros de explicações terminológicas, mais ao menos teatrais sobre os nomes, que nos dão: pais biológicos, pais afectivos, pais adoptivos ou pais de acolhimento, acabamos por nos esquecer daquilo que realmente interessa… os nossos filhos!
E quando falo em nossos filhos, falo em todas as crianças que passando sob a nossa égide de adultos, maiores de idade e emancipados, temos por obrigação de cuidar e educar. Falo de crianças que vamos trazendo a este mundo e que nunca pediram para nascer!
Aquilo que não devemos esquecer é que, pai é quem ama, quem se esforça, quem se mata por amor, ao invés de matar sem ele. As crueldade infligidas, diariamente em crianças inocentes e que nada mais pediram do que um colo e alimento, escandaliza-me e leva-me aos píncaros da raiva! Não aceito que em pleno século XXI se cometam atrocidades em nome do amor de pai/mãe a crianças, hoje menores, mas amanhã maiores, pejados de traumas e malformações socio-familiares, que para sempre condicionarão as suas personalidades enquanto adultos activos e presentes na nossa Sociedade!
Criam-se crianças e não se educam, não se lhes ensina o valor do amor ou da vida e o que estamos nós à espera?! Que amanhã todas se transformem em adultos exemplares?!
Meus Senhores, vamos lá ver, aqueles que pensam em amanhã ainda cá andar, como eu, que tenho por objectivo definido morrer em forma de cadáver bem velhinho e feio, mas carregado de experiência, pensem bem se querem a empurrar as vossas cadeirinhas de rodas estas crianças traumatizadas, mal amadas e fatalizadas pelos nossos erros jurídicos ou más decisões de percurso de Pais de título, mas não de afecto.
Ponham a mão nas vossas consciências, como eu estou a tentar pôr na minha e façam-me o favor de fazer felizes os vossos filhos. Nem sempre o nosso interesse e felicidade deve vir em primeiro lugar… isso sim, é saber ser Pai!

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