terça-feira, 23 de junho de 2009

Haverá vida depois dos 30?! Ou começará ela a partir daí?!


O que uma mulher quer aos 28 anos não é muito diferente do que quererá aos 30, mas difere em tudo, daquilo que quis e pensou querer para sempre aos 18. Ou nem tanto assim?!

Foi com 18 anos, que conscientemente tomei a decisão de ir estudar para a Alemanha. Contra tudo e contra todos eu lutei! Eu queria liberdade, almejava independência, experiências loucas, visões de realidades alternativas e via à minha frente um futuro de independência rebelde, até um pouco ou nada fora da lei! Se me apaixonava, imaginava logo que seria para sempre e que não havia amor igual! Afinal de contas, ninguém ama como uma rapariga de 18 anos, nem nunca amou, como a própria julga amar! Se de resto, como seria de esperar, as minhas expectativas eram defraudadas e as lágrimas se seguiam a uma imensa desilusão, logo tudo em mim era desejo de vida louca e independente… seria mulher de carreira e sucesso, nunca mulher de um homem só!
Aos 18 anos, tudo em nós é fogo em erupção. É lava quente e fervilhante, que vai deslizando e transformando tudo aquilo em que toca… até que por volta dos 25 anos, essa lava toca no mar!
E é assim, que aos 28 anos, tudo em nós é desejo de pisar terra firme, ganhar raízes e florir!

Mas será que para todas as mulheres a idade é um posto e os desejos mudam de facto!?

Lembro-me bem de pensar que aos trinta a vida acabava, começavam as rugas, ficávamos imediatamente gordas e mães, sim… porque ser mãe era sempre sinónimo de se engordar uns quilinhos e de ganhar peso em desleixe também! Nunca me imaginei para além dos 30, para ser sincera e agora com essa faixa etária, cada vez mais próxima, as visões para além dessa idade, ainda assim não clarificaram muito! Tenho dificuldade em imaginar o que é a vida de uma mulher depois dos 30!
Ao que ouço dizer e ao que já li acerca do assunto, tudo leva a crer, que o auge da vida de uma mulher são mesmo os 30 anos! Sendo porque nessa idade já se atingiu a tão desejada estabilidade emocional e ou profissional, ou sendo que ainda não atingida, faz parte dos objectivos bem definidos e a realizar a curto prazo! Ao que querem fazer parecer, aos 30 anos, uma mulher é muito mais confiante, pois conhece bem suas virtudes e defeitos e sabe como realçar umas e esconder as outras! A insegurança, que tal como o acne faz parte da vida da maior parte das mulheres aos 18 anos, abandona-nos aos 30 e dá lugar uma linda e determinada mulher, mesmo debaixo do embrulho mais feiinho! Ora veja-se os exemplos das famosas, que aos 30 atingem o auge e a partir daí é só manter… elas são Madonnas, Kylies, Demis, Michelles e muitas mais! Mas como a vida real é imagem deturpada no espelho da ficção, a mim custa-me imaginar-me para além dos 30!
Provavelmente paira nas vossas cabecitas a pergunta que também paira na minha... mas porque é que te custa tanto assim, encarar a vida depois dos 30?! E eu respondo, ainda que um pouco incerta: é que antes dos 30, parece que tudo vai acontecer até aí! Os 30 são altura de balanço. Altura de contagens finais de feitos e factos e análise cuidada de todos eles! Bem sei que talvez só assim se possa atingir a paz da maturidade, mas aparentemente, com essa paz, encerramos o capítulo da inocência angelical e infantil, fértil em criatividade e esperança e em sonhos da Terra do Nunca.
Por volta dos 30, já beijamos muito sapos, sem que virassem príncipes e se não encontramos já um príncipe para o nosso principado é porque o sapo, que temos ao nosso lado, faz de nós sapas e desfez o mito! Também há muito quem aos 30 ainda se perca por lagos e charquinhos em busca de sapos e sarna para se coçar! Há muita princesa que vira trintona e trintonas a virar tias!
São séculos de pressões sociais, que fazem desta idade um nível 3 do jogo da vida!

Se tivesse que comparar a minha vida de agora, com a minha vida de 18 anos, diria que estou bem melhor! A todos os níveis! Isso sem dúvida! Mas até quando se mantém esse pico atingido no auge dos 30 anos?!! Quem, como eu, sofre de vertigens crónicas tem um pouco de dificuldade em se imaginar no pico do que quer que seja! Será que os 30 vêm equipados com “pára-quedas”?

Enfim… restam-me dois anos para descobrir e sobreviver para vos contar, aquilo que os 30 trazem, e os 28 deixaram para trás!
*quadro "As Três Idades" de Antonio Abellán

5 comentários:

  1. Os 30 não trazem grandes diferenças na tua vida. Aos 30 ainda estas jovem. Rugas? Já passei os 45 e ainda não as tenho. Como fui sempre super saudável, nunca tinha estado doente, nem uma simples gripe, foi aos 29 anos que começaram as pequenas doenças. Aí comecei-me a aperceber que afinal não tinha a rédea de tudo. Mas as ilusões não acabaram. Continuei a lutar pensando que sozinha conseguia mudar o mundo. Puro engano e sinceramente o único mundo que vale a pena mudar é o nosso. Afinal que adianta quereres mudar o mundo da vizinha, que vive espezinhada pelo marido, se ela não quer? Que te adianta ajudar quem achas que precisa se eles vivem satisfeitos? Nada é impossível. Basta pensares e mudas tudo. Força não te falta. Bem, assim vais vivendo até que, depois dos 40, começam as limitações, começam mesmo. É a vista que já não é a mesma, levas 30 min a enfiar uma agulha, são os ossos que começam a demonstrar-te que a 3ª. idade está próxima,..... Aí sim. Aí muda muita coisa na tua vida. Começas a olhar para o lado e vês que a morte existe, pode estar muito próxima, os problemas de saudade atacam pessoas ainda muito jovens. Tu começas a aperceber-te que afinal já passas-te os 40. Que queres para os teus últimos dias, para os dias que ainda te podes mexer? Será aquela lufa lufa que tiveste até agora? Quando vais ter tempo para viver? Quando vais ter tempo para ti? Até hoje, por este ou por aquele motivo, só arranjaste tempo para os outros, e tu? Começa a vir ao de cima o egoísmo. Afinal se não pensas tu em ti quem vai pensar? Que ganhaste com aquela vida agitada que tiveste até agora? Até a louça por lavar te preocupava e te aprisionava em casa, lembraste? E quantas de nós ainda ouviam bocas do género:
    - Não fazes nada.
    - Que tal se passar a não fazer nada? Afinal trabalho em casa, faço 7 horas no escritório, trato dos filhos, faço bricolage, lavo o carro, trato do cão, do gato, aturo os pais, os sogros, faço milagres com o orçamento e não faço nada?
    São as pequeninas coisas que vão passando pela tua vida, os primeiros problemas de saúde, os exemplos de que vais ouvindo falar de incapacidade que te fazem repensar a tua vida.
    Hoje nada me faz correr e quando o faço, o hábito é difícil de desenraizar, paro imediatamente. A vida é para ser vivida, não para ser destruída. As urgências, os problemas, as discussões, o trabalho árduo e inadiável, tudo apenas serve para destruir a nossa saúde e é com ela, com saúde, que conseguimos ter uma vida digna. Só vivo uma vez, há quem fale na reencarnação mas não tenho certeza disso, portanto só me resta viver calmamente e como gosto. É assim que vivo hoje. Com muita calma. A única pressa que tenho é a de poder ter, até ao fim da minha vida, tudo o que quero: paz. Essa paz engloba muitas outras coisas: amor, saúde, felicidade. Esta é a maneira, resumida claro, de pensar de uma mulher quase nos 50, que ainda não tem rugas mas já não tem a mesma visão. Beijos

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  2. Acredita que é só um número. Este ano já faço 31 e sinto-me na melhor idade de sempre - e antes também achava que era uma meta que não queria atingir, queria ficar na casa dos 20 para sempre. è uma óptima idade porque temos alguma maturidade, estabilidade e sabedoria que nos fizeram falta antes. E os 30 de hoje são os 20 de ontem - não há rugas, nem barrigas, se não as quisermos. Sinto-me óptima com a minha idade!

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  3. Snif snif já a terceira vez que não consigo postar um comentário…

    Mas desta vez o sistema não me apanhou copiei antes J


    Aqui está:
    Bem fez-me pensar… É engraçado como a percepção da idade mudou tanto nos últimos anos. As pessoas cada vez ficam mais velhas mais tarde - os 50 anos de há 50 anos atrás estão longe dos 50 anos de hoje. Pode-se dizer que existe quase como um terror social de envelhecer, e a economia já se apercebeu isso - o que é que os homens e as mulheres querem? Milagres anti-idade – é botoxes, cirurgias, cremes, vitaminas, ácidos, exercícios, etc, etc - alguns até querem tanto transpor o passado para o futuro que se esquecem do presente! Essa é que é essa!
    Em suma o tempo é relativamente relativo, e o segredo está em saber situarmo-nos exactamente neste ponto do que é relativo, do que podemos manobrar porque uma coisa é certa que passa… passa!
    Mas minha amiga - há esperança - os milagres estão aí bem à nossa frente (com mais ou menos photoshop) e o maior de todos é vivermos intensamente e apaixonadamente todos os dias da nossa vida! Ou seja, a resposta à tua pergunta é que a vida começa todos os dias mal abrimos os olhinhos de manhã!
    Olha e digo-te que com 32 estou bem melhor do que aos 28 ;-) Nada mal!
    Bjnhs e não te preocupes muito porque o teu factor genético anti-idade é forte

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  4. Brown Eyes: adorei a reflexão e realmente tens toda a razão... mas pelo que descreves eu já vivo os 40 desde os 20, porque muitos dos "sintomas" que descreves já possuo! Assim sendo, os 30 não hão-de ser assim tão maus! ;) Beijinhos e obrigada pelas palavras sábias!

    Bê: Engraçado como quem está nos 30 diz sempre o mesmo! Acho que começo a acreditar! :) Venham eles! LOL

    Teresa: postei o teu comment, mas tava difícil!!! LOL A seguir o teu exemplo os 32 vão ser "peanuts"! ;) Beijinhos

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  5. Já nos acompanhamos há mais de 10 anos!? :)
    Aos ver-nos até hoje, confirmo: estamos bem melhor que quando tinhamos 18! Já vivemos tanto até hoje, tantas histórias para contar.. já tivemos aventuras e desventuras, kg a mais e menos, tantas risadas e algumas lagrimas.. mas nada tão equilibrado como nos vejo agora!

    Bem, vou continuar anonima porque não consigo identificar-me..mas identificas-me facilmente!***

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