quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O Blogue do Pessoa!

Em relação à minha fértil imaginação, tenho a dizer, que imaginei o primeiro post do blogue do Fernando Pessoa, como algo deste género...




Post 1º - pessoa.meu.blogue.blogspot.com


“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.” E assim nasce também neste dia o meu blogue. O blogue de uma pessoa de seu nome Pessoa, em tudo como os outros, talvez um pouco louco. Mas, “Sem a loucura que é o homem/ Mais que a besta sadia,/Cadáver adiado que procria?”.
Neste espaço que é meu, “Tudo o que faço ou medito/ Fica sempre na metade./ Querendo, quero o infinito./ Fazendo, nada é verdade. // Que nojo de mim me fica/ Ao olhar para o que faço!/ Minha alma é lúcida e rica,/ E eu sou um mar de sargaço.”. Tentarei quando o assunto me faltar, fingir, porque afinal... “O poeta é um fingidor./ Finge tão completamente/ Que chega a fingir que é dor/ A dor que deveras sente.”. E eu... eu, acima de tudo sou um poeta! Porque prefiro escrever aqui, do que em folhas soltas de papel?! Poderão vocês perguntar... e eu respondo, porque “Livros são papéis pintados com tinta./ Estudar é uma coisa em que está indistinta/ A distinção entre nada e coisa nenhuma.”. E entre fazer alguma coisa e não fazer nenhum... eu prefiro negar-me a fazê-lo! “Ai que prazer/ Não cumprir um dever,/ Ter um livro para ler/ E não o fazer!/ Ler é maçada,/ Estudar é nada./ O sol doira/ Sem literatura./ O rio corre, bem ou mal,/ Sem edição original./ E a brisa, essa,/ De tão naturalmente matinal, /Como tem tempo não tem pressa...”. Neste blogue não há pressas, não há sim ou não, mas talvez... “O mistério do mundo,/ O íntimo, horroroso, desolado,/ Verdadeiro mistério da existência,/ Consiste em haver esse mistério.”.
Espero que gostem, que me visitem, que se venham sentar aqui à frente muitas vezes... em contemplação. “Depois pensemos, crianças adultas, que a vida/ Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,/ Vai para um mar muito longe, para o pé do Fado,/ Mais longe que os deuses.”.
“Sim, sei bem /Que nunca serei alguém./ Sei de sobra/ Que nunca terei uma obra.Sei, enfim,/ Que nunca saberei de mim./ Sim, mas agora,/ Enquanto dura esta hora,/ Este luar, estes ramos,/ Esta paz em que estamos,/ Deixem-me crer/ O que nunca poderei ser.”, porque o sonho deste espaço é meu!
Aqui vos deixarei conselhos e o primeiro conservai até serdes velhos: “Para ser grande, sê inteiro: nada/ Teu exagera ou exclui./ Sê todo em cada coisa. Põe quanto és/ No mínimo que fazes./ Assim em cada lago a lua toda/ Brilha, porque alta vive.”.
E em jeito de conclusão, aos possíveis anónimos que me possam visitar, com alegações de arrogância e prepotência da minha parte, apenas vos digo: “ Não tenho ambições nem desejos./ ser poeta não é uma ambição minha./ É a minha maneira de estar sozinho.”! Por isso, se vierdes para criticar, peço-vos... Não venhais de todo!

3 comentários:

  1. Muito bem imaginado, também bem que por momentos julguei estar no blog dele.

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  2. Em silêncio, sentada
    Bato palmas extasiada
    pelo que acabo de ler...

    Tiro o chapéu roxo
    à ousadia da escritora
    que me fez pensar Pessoa
    mesmo sem poeta ser.

    bjhs anie

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